WTCR – Título em aberto para a última do ano

Por a 8 Novembro 2021 15:12

A penúltima jornada da época 2021 do WTCR decorreu no circuito italiano de Adria. As contas do título continuam ainda em aberto e Tiago Monteiro voltou a ter um fim de semana cinzento.

Depois de não ter entrado no calendário do WTCR em 2020 devido a atrasos na preparação do layout melhorado e mais longo, o Adria International Raceway acolheu o penúltimo evento da temporada. Em jogo estavam as contas pelo título, com Yann Ehrlacher (Lynk&Co) a chegar como líder (160 pts) à frente de Jean-Karl Vernay (Hyundai), Esteban Guerrieri (Honda), Frédéric Vervisch (Audi), Yvan Muller (Lynk&Co) e Santiago Urrutia (Lynk&Co), o seis melhores colocados nesta luta. Ainda antes dos carros irem para a pista, Gabriele Tarquini (Hyundai) anunciou que terminará a sua carreira no final da temporada. Chegará assim ao fim uma carreira que começou em 1974 no karting e incluiu as vitórias no WTCC em 2009 e no WTCR em 2018, além do título no ETCC (2003) e da sua passagem pela F1, numa carreira recheada.

Após as duas sessões de treinos livres, Gilles Magnus (Audi RS3 LMS) e Norbert Michelisz (Hyundai Elantra N TCR) lideraram a tabela de tempos. Magnus foi o mais rápido na primeira sessão (1:50.598s) e esteve em evidência na segunda sessão de treinos, ao ser o terceiro piloto mais rápido. Gabriele Tarquini (Hyundai Elantra N TCR), foi o segundo mais rápido na primeira sessão de treinos (+0.061s) e Yvan Muller (Lynk & Co 03 TCR) foi o terceiro mais rápido (+0.098s). No último treino livre, Michelisz foi o mais rápido (1:49.775s), seguido de Santiago Urrutia (Lynk & Co 03 TCR) a 0.055s e Magnus a 0.077s. Os Audi, Lynk & Co e Hyundai pareciam os mais fortes em território italiano, tendo em conta as marcas registadas durante os treinos. Tiago Monteiro foi 11º (+0.806s) na primeira sessão e 15º na segunda, a 1.465s do melhor tempo. 

Líder brilhou na qualificação

Yann Ehrlacher (Lynk & Co 03 TCR) foi o piloto mais forte na qualificação (1:49.347s) da ronda italiana do WTCR em Adria. O francês da Lynk & Co bateu Frédéric Vervisch (Audi RS3 LMS) por 0.163s na Q3, dedicada apenas para os 5 pilotos mais rápidos na fase anterior. A pole position foi discutida entre pilotos aos comandos de carros de apenas duas marcas, os Audi e os Lynk & Co. 

O terceiro lugar da grelha fica reservado para Thed Björk (Lynk & Co 03 TCR), seguido de Gilles Magnus (Audi RS3 LMS) e Yvan Muller (Lynk & Co 03 TCR). Santiago Urrutia (Lynk & Co 03 TCR) conquistou a pole position para a corrida 1, conseguindo bater Esteban Guerrieri (Honda Civic TCR) e Attila Tassi (Honda Civic TCR) nesse particular. 

Tiago Monteiro ficou muito para trás no pelotão e vai largar de 19º em ambas as corridas do fim de semana.

Corrida 1 – Urrutia começou mal. mas venceu

Depois de uma má largada por parte de Santiago Urrutia, que tinha conquistado a pole position para a corrida 1, o piloto uruguaio venceu a corrida de abertura do fim de semana de Itália do WTCR, no circuito de Adria.

Esteban Guerrieri, que saiu do segundo lugar da grelha, partiu melhor e roubou a frente do pelotão ao homem da Lynk & Co. Tom Coronel (Audi RS3 LMS) subiu ao terceiro lugar nos primeiros metros da corrida e pressionou os dois homens da frente. À entrada da última curva do circuito de Adria, ainda no final da primeira volta, Urrutia ultrapassou Guerrieri, recuperando a liderança e por aí se manteve até ao final da corrida. Norbert Michelisz e Yvan Muller fechavam os cinco primeiros.

A meio da corrida, os cinco primeiros mantinham alguma margem para o restante pelotão e as posições eram iguais desde a segunda volta, no entanto, mais atrás Nestor Girolami (Honda Civic TCR), que era 6º classificado, liderava um mini pelotão, onde se inseria o líder da taça do mundo, Ehrlacher, que perdeu duas posições desde o início da corrida e rodava por essa altura no 11º lugar.

Perto do final, na volta 11, Jean-Karl Vernay (Hyundai Elantra N TCR) ultrapassou Nathanäel Berthon (Audi RS3 LMS) pelo 9º lugar, os dois envolveram-se na disputa pela posição, com o homem do Audi a tentar recuperar a posição, mas tudo terminou com Berthon na gravilha, depois de Vernay alargar um pouco a trajetória num gancho. Berthon conseguiu tirar o carro da posição onde ficou preso, mas juntou-se ao fundo do pelotão.

Na mesma altura, Coronel conseguiu passar Guerrieri, subindo ao segundo lugar. O argentino da Honda tentou responder, com Michelisz a aproveitar e a juntar-se aos pilotos. Guerrieri acabou por perder terreno para Coronel, mas conseguiu manter o terceiro posto.

Nestor Girolami também perdeu o sexto posto para os dois pilotos Audi que o perseguiam: Frédéric Vervisch e Gilles Magnus.

Tiago Monteiro, que ontem teve problemas mecânicos na qualificação e ficou-se pelas posições do fundo do pelotão, terminou no 17º lugar. Vitória para Urrutia, com a companhia de Coronel (vencedor no Troféu WTCR) e Guerrieri no pódio.

Corrida 2 – Ehrlacher não larga o primeiro lugar

Yann Ehrlacher não quis comprometer as suas aspirações a vencer o bicampeonato e triunfou na segunda corrida do fim de semana. O francês esteve na liderança de fio a pavio, aguentando a pressão inicial de Frédéric Vervisch após a largada.

Os primeiros metros da corrida foram bastante disputados. Gilles Magnus envolveu-se com Thed Björk (Lynk & Co 03 TCR) na luta pelo terceiro lugar e um toque entre os dois pilotos, levou o homem do Lynk & Co a perder muitas posições, ficando fora dos lugares do pódio. Ainda na mesma volta, na curva 4, o contacto entre Yvan Muller, Jean-Karl Vernay e Nestor Girolami, resultou no fim de corrida para Vernay e Girolami, com o episódio a ser investigado pelos comissários de prova, mas sem penalização aplicada até ao fim da prova. Vernay ainda voltou à corrida depois de parar nas boxes, mas apenas para testar alguma solução para a corrida da Rússia. Tom Coronel também abandonou a corrida ainda na volta 1.

A partir da primeira volta, na frente nada mudou e atrás poucas foram as lutas. Gabriele Tarquini foi um dos pilotos mais ativos, mas depois de ultrapassar Esteban Guerrieri pelo quinto posto, tentou perseguir o quarto lugar de Muller, mas não foi capaz de pressionar o piloto francês da Lynk & Co.

Tiago Monteiro terminou em 15º, fruto dos abandonos na corrida, tendo sido duas corridas muito duras do piloto português da Honda. Com o terceiro lugar, Gilles Magnus venceu o troféu WTCR, a competição dedicada a pilotos independentes. O belga foi mais forte que Tom Coronel durante a época.

Ehrlacher, com esta vitória, cimentou a sua liderança na classificação geral da Taça do Mundo de Carros de Turismo (com 200 pontos), tendo agora como principais adversários, Frédéric Vervisch (185), Esteban Guerrieri (184) e já a alguma distância. A última prova do ano está agendada para o Autódromo de Sochi, na Rússia, onde ficaremos a saber se Ehrlacher revalida o título ou se o troféu será entregue a Vervisch ou Guerrieri. Nas contas dos títulos, Magnus ainda poderá levar para casa outro troféu, o que será entregue aos pilotos jovens. Está em luta com Luca Engstler (Hyundai) tendo 18 pontos de vantagem. Magnus é um jovem talento que cada vez se destaca mais no WTCR. Nas contas dos títulos por equipas, a Cyan Racing Lynk & Co continua na frente e tem tudo para conquistar o titulo com a Comtoyou Team Audi Sport em segundo e a Cyan Performance Lynk & Co a fechar o top 3, com a ALL-INKL.COM Muennich Motorsport e a BRC Hyundai N LUKOIL Squadra Corse a fecharem o top 5. 

Tiago Monteiro – Fim de semana difícil 

Não tem sido uma época fácil para Tiago Monteiro, com alguns fins de semana abaixo do desejado, com o azar a ser companhia frequente. No sábado a qualificação não correu bem com um problema mecânico a comprometer a sessão e o resto da qualificação: “Já no primeiro treino livre começámos a sentir que algo se passava, mas a performance não estava má; no segundo tivemos novamente alguns problemas e na qualificação os problemas acentuaram-se e foi impossível fazer mais. Após os problemas, sabíamos que tudo estava mais ou menos decidido em termos das nossas hipóteses numa pista tão apertada e sinuosa, por isso aproveitámos para fazer algo um pouco diferente. Tentámos duas afinações diferentes e originais nas corridas – algumas coisas que tínhamos discutido antes mas nunca tivemos a coragem de fazer. Funcionou bem na Corrida Um e não tão bem na Corrida Dois, mas no final foi interessante. O fim-de-semana não foi bom e é claro que num Campeonato tão duro e competitivo é preciso começar na frente, por isso, uma vez que se tem um problema, é muito difícil. Espero que a nossa sorte mude em Sochi e que possamos terminar a época como a iniciamos, na frente da grelha.”

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