WTCR: Monteiro no pódio, Ehrlacher segue líder
Foi um fim de semana em grande para a Honda, com o Civic TCR a ser a máquina de eleição no circuito de Hungaroring. Tiago Monteiro voltou a provar o champanhe do pódio e Yann Ehrlacher manteve a liderança.
A quarta ronda da Taça do Mundo de Turismos levou as equipas até a Hungria para enfrentar o sinuoso traçado de Hungaroring. As maiores novidades para este fim de semana eram o aumento de peso dos Audi, e a “dieta” dos Honda e Lynk&Co, além da entrada como wildcard do argentino José Manuel Sapag com um Hyundai da Target Competition. Quem teve direito a carro novo foi Nestor Girolami (Honda) que depois do violento choque na Eslováquia teve de trocar de chassis para esta ronda.
Honda começou forte
Esteban Guerrieri (Honda) começou forte o fim de semana com o melhor tempo na primeira sessão de treinos livres, com condições muito difíceis para os pilotos, devido ao piso molhado do traçado húngaro. O melhor tempo foi de 2:05.936 à frente de Mikel Azcona (Cupra) e Nathanaël Berthon (Audi). Monteiro era oitavo, mas sabia que largaria de último da primeira corrida com a sua equipa a ter de trocar o motor do carro do português. No segundo treino, também em condições difíceis voltou a ser Guerrieri a destacar-se, com o melhor tempo (2:05.591) seguido de novo por Azcona e Girolami a fechar o top 3. Monteiro era 10º.
Uma Honda imparável
Se o cenário parecia animador para a Honda, ainda mais ficou na qualificação. Os carros da marca nipónica estiveram imparáveis, em condições muito complicadas, e sem o problema da velocidade de ponta, mostraram que têm um dos melhores chassis do WTCR. Na Q1, que decidia a grelha para a corrida 1, Guerrieri foi o mais rápido (2:05.665 ) e ficou com os cinco pontos da pole. Atrás de si ficava Azcona, em grande nível e a fechar o top 3 ficava o líder do campeonato, Yann Ehrlacher (Lynk & Co), ficando à frente de Monteiro que ficou em quarto. Nathanaël Berthon conquistou o décimo tempo e ficava com a pole para a corrida 2 com grelha invertida, mas uma penalização de Gilles Magnus (Audi) por infração de altura mínima ao solo entregou a pole para a corrida 2 a Bence Boldizs (Acura).
A Q2 confirmou o bom andamento dos Honda com os quatro Civic a passarem à derradeira Q3, com a companhia de Azcona que fez o melhor tempo da Q2 (2:05.520 ). Azcona perdeu a oportunidade de completar o brilharete com um erro na contagem do tempo na saída para a pista na Q3. O espanhol, por ter sido o primeiro na Q2, decidiu ir para a pista em primeiro lugar, mas não saiu da vias das boxes a tempo e quando estava prestes a sair para a pista, as luzes ficaram vermelhas, impossibilitando assim o espanhol de tentar a pole. Quem aproveitou foram os homens da Honda que tinham assim garantidas as quatro primeiras posições. Do quarteto, Guerrieri foi o mais rápido (2:05.705 ), seguido de Tassi, Monteiro e Girolami.
Guerrieri vence corrida 1 com Ehrlacher por perto
Na primeira corrida Esteban Guerrieri foi o grande vencedor, relançando a sua candidatura ao título. O piloto da Honda ficou na frente de Yann Ehrlacher por apenas meio segundo. A completar o pódio ficou Nestor Girolami (Honda).
Pela primeira vez no fim de semana o Hungaroring apresentou-se seco, mas as temperaturas baixas apresentaram um grande desafio para o pelotão. Guerrieri partiu bem da pole position, mas foi Ehrlacher que subiu mais posições para se colocar na luta pela vitória. A luta foi até à volta final, onde Guerrieri conseguiu um pouco de vantagem para obter a vitória por apenas meio segundo de Ehrlacher. Girolami completou o pódio, depois de ter batalhado com Yvan Muller (Lynk & Co). Monteiro fez uma boa recuperação, tendo largado do fim da grelha No fim, o português terminou a primeira corrida na 14º posição final.
Ehrlacher responde
Yann Ehrlacher respondeu ao desafio de Guerrieri e venceu a segunda corrida. Yvan Muller foi segundo a 1.496s, com Jean-Karl Vernay (Alfa Romeo) a fechar o pódio, terminando um pouco mais trás. O húngaro Bence Boldizs (Cupra) partiu da pole, mas depressa cedeu ‘passagem’. Muller foi para a frente com Ehrlacher em segundo e Jean-Karl Vernay a chegar ao terceiro lugar. Néstor Girolami bateu em Azcona e ficou fora da corrida. Ehrlacher passou o tio, Yvan Muller e Boldizs caia para quarto.
A liderança de Ehrlacher cifrava-se em cerca de três segundos quando o Safety Car entrou, depois de Tom Coronel e Luca Engstler baterem na volta 7. A corrida recomeçou na volta 11, Ehrlacher distanciou-se, e Muller terminou na frente de Vernay depois de boa luta. Santiago Urrutia foi quarto na frente Nathanaël Berthon, com Norbert Michelisz em sexto, com Bence Boldizs a cair para sétimo depois de não ter aguentado o ritmo inicial. Monteiro terminou a prova em 10º.
Monteiro de volta aos pódios
Na última corrida a Honda conseguiu colocar três carros no pódio. Esteban Guerrieri repetiu a vitória da primeira corrida, com Tiago Monteiro a ficar logo atrás, o primeiro pódio de 2020. Nestor Girolami completou o pódio 100% Honda no circuito de Hungaroring.
Com todos os 22 carros à partida, foi Guerrieri quem liderou os quatro carros da Honda no arranque. Vimos alguns toques entre os quatro primeiros, com Attila Tassi a sair prejudicado, perdendo o lugar para Girolami e Vernay (boa largada). Tassi teve de se defender de Azcona que estava com vontade de subir mais posições. A pressão deu frutos e o espanhol conseguiu passar o húngaro da Honda, que caiu assim para sexto, seguido de Ehrlacher.
Guerrieri começou a ter problemas depois de um toque que danificou o spliter dianteiro, fazendo-o perder algum tempo, mantendo ainda assim a posição. Atrás, Azcona dava outra vez nas vistas e passava Vernay e conquistava assim o quarto lugar. Os lugares da frente mantiveram-se inalterados até o final da prova. Quem deu nas vistas foi Gabriele Tarquini (Hyundai), com uma excelente recuperação vindo de 13º. O italiano mostrou que tem ainda andamento e subiu até ao sétimo posto, à frente dos Lynk &Co de Ehrlacher e Muller, com Nobert Michelisz (Hyundai) a fechar o top10.
Monteiro volta a sorrir
Não estava a ser um época fácil para Tiago Monteiro. As primeiras corridas foram pautadas pelo azar e por alguma falta de andamento, devido a um défice de velocidade de ponta. Mas na Hungria, uma pista em que esse aspeto não pesa tanto, os Honda mostraram um nível muito bom, com Guerrieri a saltar para a vice-liderança da competição e Monteiro a voltar aos pódios.
No final da última corrida, Monteiro era um homem feliz pelo resultado e pela prestação da sua equipa:
“Antes de mais nada parabéns ao Esteban, Bebu e ao Átila também. Acho que toda a equipa foi brilhante neste fim de semana, o trabalho de equipa foi feito como deveria ser e estou muito orgulhoso disso. Existem algumas regras e tentamos esclarecê-las o máximo possível. Uma vitória é sempre uma vitória, é sagrada e um pódio também é muito importante. Neste caso, foi decidido que não trocaríamos posições no pódio. Claro, estamos a pensar no campeonato de equipas e no campeonato de pilotos, mas acho que a equipa decidiu que o terceiro lugar para Néstor era bom o suficiente para recuperar alguns pontos e a diferença entre segundo e terceiro não era tão grande. Então, do lado pessoal, é claro que fico feliz com isso. Fiz uma boa largada, ganhei a posição ao Átila e depois fui seguindo o ritmo do Esteban. Ele estava com problemas e nosso objetivo era protegê-lo, e víamos os outros adversários estavam fortes, atrás do Néstor, então era uma questão de manter um bom ritmo sem puxar muito, mas não sendo demasiado lento. Muitos parabéns à equipa, os mecânicos fizeram um trabalho brilhante, realmente estiveram sob pressão a cada corrida. Deu bastante trabalho, foram corridas bastante movimentadas com bastante contacto, por isso houve muito trabalho no parque fechado. “