WEC: Porsche na frente, equilíbrio em pista, BMW ‘jovem’…

Por a 30 Agosto 2018 11:56

A luta nos GTE Pro, é, como sempre das mais interessantes do Mundial de Endurance, e este ano não tem sido exceção. Três corridas, três vencedores diferentes, um Ford, um Porsche e agora um Ferrari.

Em Spa, a abrir a competição foi o Ford GT da Ford Chip Ganassi Team UK do alemão Stefan Mücke, o francês Olivier Pla e o norte-americano Billy Johnson a vencer, conseguindo depois um pódio em Le Mans. Aí, os vencedores foram os homens da Porsche GT Team através do dinamarquês Michael Christensen e do francês Kevin Estre, que em Le Mans contaram também com Laurens Vanthoor a levar a melhor e por fim em Silverstone, o primeiro triunfo da Ferrari AF Corse, por intermédio do inglês James Calado e do italiano Alessandro Pier Guidi.

Desta forma, no campeonato, lidera a Porsche GT Team de Michael Christensen e Kévin Estre, com 71 pontos, mas 13 que Stefan Mücke, Olivier Pla e Billy Johnson, da Ford. Os vencedores de Silverstone são terceiros, numa categoria em que o melhor que os BMW conseguiram até aqui foram os quintos lugares de Martin Tomczyk e Nicky Catsburg em Silverstone, depois de António Félix da Costa e Augusto Farfus terem sido também quintos classificados em Spa. Recorde o que se passou nas três corridas, na mais competitiva classe do Mundial de Endurance.

Spa: Ford bate Porsche nos GTE

Viveram-se momentos de aflição quando o Ford GT de Harry Tincknell saiu disparado no exato local onde Pietro Fittipaldi perdeu o controlo do seu Oreca 07. O Ford bateu violentamente nas barreiras, ficou sem a frente – pedaços do carro espalharam por dezenas de metros e o Porsche 911 RSR de Robert Lietz embateu, mesmo, num dos braços de suspensão do Ford – mas o piloto britânico escapou ileso e, mais tarde, agradeceu “à Ford por fazer um carro tão robusto e protetor que me permitiu sair deste acidente onde a desaceleração chegou aos 29 G sem um arranhão!”

A Ford acabava de ficar sem um dos seus carros e com o “Safety Car” que saiu devido ao acidente, perdia, também, o primeiro lugar da classe GTE-PRO. Por outro lado, aproximou os dois Porsche oficiais e o Ford que se entregaram a uma luta que esteve sempre presa por poucos segundos. Novo “safety car” com o despiste de Isaakyan e a Ford a ficar com uma oportunidade de chegar ao comando. Com Olivier Pla aos comandos do Ford GT #66, a pressão sobre Richard Lietz foi-se incrementando até que em pleno Radillon, o francês atacou e passou pelo Porsche. Uma ultrapassagem fabulosa de Olivier Pla que deu a vitória á Ford e consumou a queda de Lietz, pois no calor da luta destruiu o pneu da frente do lado direito e começou a andar para trás. Foi passado pelo seu colega de equipa Michael Christensen e acabou borda fora do pódio após uma ultrapassagem fantástica, embora musculada, de Davide Rigon (Ferrari 488 GTE Evo) nos últimos momentos da corrida.

A corrida dos GT-PRO foi muito atribulada, com acidente e problemas mecânicos a condicionarem as esperanças de muitos. O outro Ferrari da AF Corse, pilotado por James Calado e Alessandro Pier Guidi, esteve muito tempo no quarto lugar até que um incidente nas boxes com o Porsche 911 da Project 1, pilotado na altura por Egifio Perfetti, um carro da categoria GTE-AM, o fez perder demasiado tempo para reparar a suspensão dianteira esquerda, terminando em nono da categoria.

Este incidente permitiu que o BMW M8 GTE de António Félix da Costa e Tom Blomqvist, fechasse o Top 5 na estreia da nova arma da casa de Munique no WEC. Já os novos Aston Martin Vantage terminaram em sexto e sétimo, mas a longínquas quatro voltas dos vencedores da classe. Provavelmente, James Calado tem toda a razão quando diz que “o BoP está tão errado que não conseguimos competir. Isto não é competição. É apenas inaceitável este BoP. Estamos longe da luta e não podemos fazer rigorosamente nada.”

Le Mans: Porsche Uber Ales nos GTE PRO

Nas categorias de GT estavam os outros dois portugueses que marcaram presença na edição 2018 das 24 Horas de Le Mans, para além de Filipe Albuquerque: António Félix da Costa (BMW M8 GTE da MTEK na categoria GTE PRO na companhia de Augusto Farfus e Alexander Sims) e Pedro Lamy (Aston Martin Vantage V8 da categoria GTE AM com Paul Dalla Lana e Mathias Lauda). A prova redundou numa perfeita desilusão para as cores lusitanas pois o M8 de Félix da Costa conheceu graves problemas com os amortecedores que o atrasaram, acabando fora de prova depois de Alexander Sims ter-se despenhado contra as barreiras das curvas Porsche, destruindo o carro logo nas primeiras horas da manhã de domingo. Já Pedro Lamy também acabou fora de prova depois de Paul Dalla Lana, quando estava cumprido apenas um terço da corrida, ter-se despistado sem possibilidade de reparação para o Aston Martin Vantage V8.

Com os portugueses fora de contenção e, também, longe de estarem na luta pela vitória nas duas categorias dos GT, emergiu a Porsche como a grande dominadora quer nos GTE PRO quer no GTE AM. Os 911 RSR de motor central apareceram com duas decorações revivalistas – uma evocando as cores da Rothmans que decoraram os celebres 956/962 e o “Pink Pork” ou “Couchon Rose”, igual o Porsche 917 que surgiu em Le Mans em 1971 pintado de cor de rosa e com os cortes de carne dos suínos – e que acabaram por fazer a dobradinha.

Ganhou o “porco rosa” #92 com Kevin Estre, Laurens Vanthoor e Michael Christensen, seguido do “Rothmans” #91 de Giamaria Bruni, Richard Lietz e Frederic Makowiecki, podendo os primeiros agradecer ao primeiro “Safety Car” e à sorte a vitória. Isto porque o 911 RSR #92 ficou num “safety car” e todos os outros ficaram no segundo “safety car” dando a Estre, Vanthoor e Christensen uma vantagem superior a um minuto sobre o 911 RSR #91. Com uma corrida sem falhas e sem erros dos pilotos, a diferença foi-se amontoando e após oito horas de corrida, já tinha dilatado para mais de 120 segundos, foi alargada quase até aos três minutos e permitiu acomodar uma paragem de última hora para um rápido reabastecimento do Porsche 911 RSR “Couchon Rose” que assim ofereceu mais uma vitória à marca de Weissach, desta feita nos GT.

O segundo lugar do outro 911 RSR foi mais disputado com alguns episódios entre Frederic Makowiecki e Sebastien Bourdais (Ford GT #68) que terminaram com Bourdais em fúria – a equipa teve de tirá-lo do carro tal o estado de nervos do francês depois de ter sido apertado pelo seu compatriota contra a relva a mais de 300 km/h sem que os comissários desportivos penalizassem o Porsche – e o Ford partilhado com Dirk Muller e Joey Hand no terceiro lugar. Depois dos problemas do Ford #69 (pilotado por Ryan Briscoe, Richard Westbrook e Scott Dixon) que o fizeram terminar apenas no 41º lugar, os GT da casa da oval azul ficaram agrupados no terceiro e quarto lugares (#67 de Andy Priaulx, Harry Tincknell e Tony Kanaan) com o quarto carro (#66 de Stefan Mucke, Olivier Pla e Billy Jonhson) a ser sétimo da categoria.

Estranhamente, os Corvette estiveram muito longe dos primeiros lugares, com o #64 (Oliver Gavin, Tommy Millner e Marcel Fassler) a retirar-se da corrida com um problema de motor, deixando o #63 (Jan Magnussen, Antonio Garcia e Mike Rockenfeller) longe dos vencedores no quinto lugar a três voltas do Porsche vencedor.

Silverstone: Finalmente… Ferrari!

Alessandro Pier Guidi e James Calado ofereceram a primeira vitória da temporada à Ferrari. A dupla de pilotos da AF Corse mantiveram um ritmo muito forte, pressionando os Ford GT da Chip Ganassi. Parecia que os carros americanos estavam imparáveis (até porque tinha sido um Ford GT a rubricar a pole position) mas tudo se precipitou. Primeiro foi o GT de Olivier Pla e Stefan Mucke a perder tempo ao ser forçado a reparar o carro devido a uma porta que teimava em não fechar. Andy Priaulx e Harry Tincknell pareciam a caminho da vitória quando o “safety car” permitiu ao Ferrari da AF Corse de Guidi e Calado passar para a frente e, depois, perdendo muito tempo quando tiveram a infelicidade de parar nas boxes imediatamente antes de um período de bandeiras amarelas em todo o circuito à passagem da quinta hora de corrida.

O andamento dos Ford GT permitiu que Tincknell conseguisse recuperar posições, passando pelo Porsche de Michael Christensen numa ultrapassagem de coragem na zona de Stowe e Vale, ficando no terceiro lugar atrás do Porsche 911 RSR de Gianmaria Bruni e Richard Lietz. Mas tal como sucedeu com a Toyota, também o Porsche 911 RSR oficial acabou desclassificado, porque a altura ao solo estava 2 mm abaixo do limite regulamentar, o que ditou a sua saída da tabela da classificação final. Quer isto dizer que a Ford ficou com o segundo lugar e o segundo Porsche oficial a terminar no terceiro lugar.

Já os Aston Martin Vantage GTE oficiais voltaram a desiludir e nem uma alteração especial do BoP lhe outorgou um andamento mais vivo. O resultado final foi um quinto lugar (transformado em quarto com a desclassificação do Porsche de Bruni e Lietz) para o carro pilotado por Alex Lynn e Maxime Martin, tendo o outro Vantage ficado fora de prova devido a um problema na caixa de velocidades.

Pior só mesmo o par de BMW M8 GTE da MTEK. António Félix da Costa e Augusto Farfus nunca deixaram a parte final do pelotão dos GTE, mas havia a esperança que a fiabilidade dos carros alemães permitisse chegar aos primeiros lugares. Infelizmente, uma suspensão colapsou e com o habitáculo cheio de fumo, o piloto português foi forçado a parar e abandonar o BMW M8 GTE fora de pista, enquanto o carro de Nicky Catsburg e Martin Tomczyk ficou no quinto lugar.

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