WEC 8h do Bahrein: Toyota e António Félix da Costa conquistam o título
Terminou a época 2022 do WEC. Foram entregues os títulos nas 8h do Bahrein, uma prova em que os grandes favoritos confirmaram o seu rótulo e levaram para casa os “canecos” das respetivas categorias. As cores portuguesas foram novamente muito bem representadas, com António Félix da Costa a celebrar o título mundial nos LMP2. Henrique Chaves ajudou os seus colegas a festejarem o título nos LMGTE AM e Filipe Albuquerque mostrou toda a sua qualidade.
Hypercar
A história nos Hypercar é simples de contar (talvez a última vez que vamos dizer isto). A Toyota não teve concorrência e foi claramente a mais forte no Bahrein. No início da corrida, o #8 (S. Buemi / B. Hartley / R. Hirakawa) começou bem a corrida, na prova que iria decidir o seu título, em luta com o #36 da Alpine (A. Negrão / N. Lapierre / M. Vaxiviere) e com o #7 (M. Conway / K. Kobayashi / J. Lopez) a lutar por fora. No entanto, o ritmo do #7 revelou-se demasiado forte e ainda na primeira metade da corrida Mike Conway passou para a frente do pelotão, com Brendon Hartley a contentar-se com o segundo posto. A história na frente não teve muitos mais motivos de interesse. A Toyota foi dominando sem problemas, com o #7 a cavar um fosso cada vez maior para o #8, talvez já focado na festa do título. A Alpine aproveitou a falta de fiabilidade dos Peugeot para assegurar um lugar no pódio. O ritmo dos Peugeot, especialmente o #93, foi muito bom, mas problemas nos dois carros motivaram a queda na tabela classificativa e o esfumar das hipóteses de um bom resultado, com o #93 a ficar parado nas boxes já na penúltima hora.
Nas contas finais, o #8 conquistou o título de pilotos e a Toyota levou a melhor no campeonato de construtores. Foi um título merecido, sem concorrência à altura. A Glickenhaus não mostrou argumentos para igualar o andamento dos nipónicos e a Alpine conseguiu o feito de levar a discussão do título até à última jornada. O destaque maior será mesmo a Alpine que, com um carro de “outros tempos” conseguiu manter-se sempre por perto. Mas o título, esse, foi entregue a Sebastien Buemi, Brendon Hartley e Ryō Hirakawa, com o título de construtores a ficar com a Toyota.
LMP2
Na categoria secundária, foi a WRT a vencer a corrida. A estrutura belga voltou a ter sucesso com o #31 (S. Gelael / R. Frijns / R. Rast)a levar a melhor. Depois de o #22 (P. Hanson / F. Albuquerque / W. Owen)liderar as primeiras voltas sem concorrência, graças ao excelente trabalho de Filipe Albuquerque, o #31 foi subindo na classificação e à passagem das 4 horas o #31 já estava na frente das operações. Também o #23 (A. Lynn / O. Jarvis / J. Pierson) foi subindo, tentando garantir o melhor lugar possível na classificação, numa tentativa de tentar roubar a liderança do campeonato ao #38 da JOTA (W. Stevens/ A.Félix da Costa / R. González). Roberto González começou a corrida e foi caindo na classificação, indo de segundo a nono, mas Will Stevens entrou para tentar mitigar as perdas, com Félix da Costa guardado para as últimas horas. Com o andamento da prova e já perto do fim, Félix da Costa aproximou-se do topo e conseguiu um lugar no pódio, enquanto Filipe Albuquerque, que liderou as primeiras voltas, acabou na sexta posição.
O título ficou assim entregue a António Félix da Costa, Will Stevens e Roberto González com o título por equipas a ficar para a JOTA. Foram a equipa mais regular este ano. A WRT conseguiu mais vitórias este ano, mas num campeonato de endurance, a regularidade é importantíssima e a qualidade do trabalho da equipa e dos pilotos foi chave. Para Félix da Costa é mais um título para o seu CV. Depois de em 2020 ter conquistado o título na Fórmula E (oficialmente não era campeonato do mundo) em 2022 mais um grande título, vencendo a Taça do mundo para pilotos LMP2. Uma excelente época do português que é cada vez mais um dos melhores do endurance e os stints que fez este ano são a prova de que é um dos mais completos da atualidade.
Nos Pro Am, vitória para o #83 da AF Corse com a Algarve Pro Racing a ficar-se pelo segundo posto, numa época de superação da estrutura portuguesa, conseguindo mostrar competitividade quando no início do ano o futuro do projeto ficou em causa.
Destaque também para o #41 da Realtime by WRT com o angolano Rui Andrade que andou sempre nas lutas da frente.
LMGTE Pro
Houve uma corrida antes e depois do Safety Car. O arranque da corrida deu-nos a Porsche na frente com o #92 ( M. Christensen / K. Estre) e o #91(G. Bruni / R. Lietz) na frente das operações. O ritmo dos Porsche era forte, mas os Ferrari evidenciavam-se no final dos stints o que permitia uma reaproximação. E foi mesmo no final de um stint que o segundo dos três Full Course Yellow baralhou as contas e os Ferrari beneficiaram de fazerem a sua paragem com um ritmo mais lento em pista. Com isto a Ferrari passou para a frente da corrida, com o Corvette #64 (T. Milner / N. Tandy) também a lucrar, enquanto os Porsche ficaram remetidos para os últimos lugares. Parecia que os lugares estavam definidos, mas o #51 (líder do campeonato) começou a ter problemas com caixa, com efeitos muito visíveis na classificação. O Ferrari #51 começou a cair na tabela e passou para último, com o #52 (M. Molina / A. Fuoco) a assumir a liderança. Mas ao #51(A. Pier Guidi / J. Calado) bastava terminar a corrida para festejar o título e assim, passou a ser um exercício de gestão da mecânica do Ferrari. Esse desafio foi superado com sucesso e o #51, apesar de ter terminado no último lugar dos LMGTE Pro, festejou o título, com Alessandro Pier Guidi e James Calado a conquistarem o último troféu, tal como a Ferrari que termina em beleza esta era de ouro dos LMGTE. O #52 venceu a corrida e o Corvette #64 conseguiu o segundo lugar, com o #92 a ter como prémio de compensação um pódio na derradeira corrida.
Foi uma luta acesa e intensa entre a Porsche e a Ferrari, ecos do ano passado com o duelo que acabou da pior forma entre o #51 e o #92. Pier Guidi e Calado foram mais regulares e conquistaram de forma merecida o título.
LMGTE AM
Não houve muita movimentação nos LMGTE AM. O carro #85 da Iron Dames (R. Frey / M. Gatting / S. Bovy) começou na liderança da corrida, que cedeu ainda no primeiro quarto de prova ao #71 de Spirit of Race, mas regressou, entretanto, à frente do pelotão. Mas o #46 da Team Project 1 (M. Cairoli / M. Pedersen / N. Leutwiler) tratou de se imiscuir na luta pela vitória e assumiu a liderança que foi mantendo na parte final da corrida. O segundo carro da Team Project 1, o #56 (P. Hyett / G. Jeannette / B. Barnicoat) aproximou-se do #85 e conseguiu passar para o segundo posto a dez minutos do fim.
Nas contas do título, o #33 da TF Sport ((B. Keating / H. Chaves / M. Sørensen) foi fazendo uma prova cuidadosa sem forçar muito o ritmo, controlando o andamento do #98 (P. Dalla Lana / D. Pittard / N. Thiim) os adversários diretos nesta luta. O #98 ainda andou nos lugares da frente, mas foi remetido para o top 5, com o #33 de Henrique Chaves a controlar.
Assim, a Team Project 1 fez a dobradinha, com o #46 a levar a melhor sobre o #56 e com o #85 a ficar com o pódio. Nas contas do título foi mesmo o #33 de Chaves a festejar com Keating e Sorensen a serem campeões e Chaves a dar uma ajuda determinante (que pena não ter feito a época toda). Foi uma grande época por parte de toda a equipa, especialmente de Chaves, que conseguiu igualar Sorensen (e até suplantar o ritmo do já campeão do mundo pela Aston Martin) confirmando que é um valor seguro do endurance. A vitória em Le Mans na sua estreia no mítico traçado francês mostra a qualidade e o potencial do jovem luso.
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