António Félix da Costa: “Red Bull deu-me uma carreira”
O piloto português que fez parte das fileiras da RedBull e esteve a um pequeno passo de entrar na Toro Rosso quando Daniel Ricciardo subiu à equipa principal para substituir o retirado Mark Webber, deu uma significativa entrevista à conceituada revista Motorsport.
Levantando a ideia que dois lugares livres na Toro Rosso seriam uma bela oportunidade para o António Félix da Costa ingressar, finalmente, na Fórmula 1, a entrevista lembra que o português foi o piloto que “escapou por entre os dedos” á RedBull.
Diz o artigo da Motorsport que António viu um amigo e colega de quarto – Daniil Kvyat – ficar com o seu lugar na Toro Rosso e por isso teve de encetar novo caminho na sua carreira. Poderia estar o piloto da BMW Motorsport ressentido com esta situação?
“Não vejo a coisa como se a RedBull não me tivesse dado um lugar na Fórmula 1. Eles deram-me uma carreira!” Com esta frase, António Félix da Costa mostra como amadureceu muito desde esse episódio em 2013, quando esteve próximo de se sentar num Toro Rosso. Segundo o português, “eles tornaram-me num piloto profissional, apoiaram-me até às portas da F1, que acabaram por não se abrir.”
Diz Félix da Costa que a “F1 é dura, é um mundo onde a política, muitas vezes, se sobrepõe ao talento. É um negócio – tudo isto é um negócio – e se é assim que as coisas são, só tenho de compreender.”
Revelou, ainda, que foi Helmut Marko quem lhe deu a notícia. “Foi ele que me ligou” acrescentando que “quando o Daniil ficou com o lugar que pensava ser meu, não ficaram ressentimentos. Vivemos juntos, ensinei-o a cozinhar, melhorei os seus gostos musicais – que eram péssimos – e apresentei-lhe a namorada.”
António Félix da Costa revela que “ainda hoje sou um admirador do Helmut (Marko) e o único conselho que sempre me deu foi ‘o desporto automóvel é fácil, tudo o que tens de fazer é ganhar!’” Acrescenta que “ele dá enormes oportunidades aos jovens e se as pessoas pensam que ele é um destruidor de carreiras, eu penso exatamente o contrário.”
O piloto português fez questão de lembrar que “merecia o lugar na F1” reforçando que “não me estragaram a carreira, foi um caso de não haver espaço suficiente para todos” depois de em 2013 não ter isso além do terceiro lugar na World Series by Renault 3.5 atrás de Kevin Magnussen e Stoffel Vandoorne. Félix da Costa recorda que “eu lutei e bati pilotos como Kevin Magnussen, Stofell Vandoorne, Jules Bianchi ou Sam Bird.”
Confessa que em 2017 “existiram algumas conversas, mas era apenas uma sondagem a alguns pilotos para saber o que estavam a fazer na altura. Quando ouvi as noticias sobre o Brendon, que é um grande piloto, uma vez mais percebi que estava dinheiro e patrocínios envolvidos. E contra isso, não posso competir.”
Enfim, António Félix da Costa não parece amargurado com o facto de ser o piloto que esteve quase, quase na F1. “Eu tive a minha chance, mas as coisas na vida nem sempre correm da maneira que desejamos e por isso temos de retirar o mais possível daquilo que a vida nos oferece.”
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