24h Le Mans: La Sarthe pintada de verde e vermelho
Le Mans, que tantas vezes foi palco das nossas frustrações, desta vez não ‘resistiu’ ao talento e à determinação lusa. A bandeira nacional voltou a subir a um dos pódios mais desejado do desporto motorizado, desta vez em dose dupla. Filipe Albuquerque venceu em LMP2 e é virtual campeão mundial, mas foi apertado por outro campeão, António Félix da Costa. Os dois fizeram-nos sorrir e sentir um orgulho tremendo. Ah, é verdade, a Toyota venceu pela terceira vez consecutiva Le Mans.
A edição 88 das 24h de Le Mans foi uma amostra das mudanças que temos visto no mundo. Ver as bancadas vazias foi um choque para quem lá competiu e para quem viu em casa a prova. Mas o espírito de Le Mans esteve bem presente. A vontade de enfrentar a mais dura prova do endurance, a determinação de ser melhor que os adversários, a coragem para enfrentar os desafios… Le Mans teve menos cor, mas nem por isso menos emoção e menos significado. As 59 máquinas que enfrentaram as provações que o mítico traçado francês proporciona, deram-nos um espetáculo de grande nível e este ano, é com um sorriso de orelha a orelha que escrevemos estas linhas. Os “nossos” pilotos, os “nossos” heróis, que levaram a nossa bandeira até La Sarthe mostraram que neste pequeno país há muito talento e que nas condições certas esse talento surge de forma esclarecedora. Nos LMP1 tínhamos cinco máquinas, com a saída de última hora do Ginetta que esteve na lista de inscritos até a última semana antes da prova. Era a classe que menos expetativa criava, mas para compensar, os LMP2 apareciam como a classe a seguir, com muitos carros candidatos à vitória no lote de 24 inscritos, a classe com mais máquinas. Os LMGTE Pro apresentavam números mais modestos, com oito carros, mas as esperanças num bom espetáculo mantinham-se intactas, tal como nos LMGTE Am, com 22 carros em prova.
Novidades para o futuro
A semana começou com boas notícias para o WEC, com a Peugeot a confirmar com a TOTAL o início oficial do seu projeto Le Mans Hypercar (LMH). Um novo conjunto de regulamentos que anuncia uma nova era para as corridas de endurance, foi o pretexto certo para a transição energética das duas empresas e depois de muita indefinição, o projeto está agora finalmente confirmado: A Peugeot vai ter um Hypercarro para o Mundial de endurance/24 horas Le Mans um carro híbrido com um desenho icónico. A sua potência atingirá os 500 kW e terá tração às 4 rodas. Todos os departamentos técnicos da Peugeot Sport estão envolvidos no projeto.
A honra atribuída ao CEO do grupo PSA, o português Carlos Tavares, de dar início às 24h de Le Mans ganhavam ainda mais significado, sendo também o arranque oficial do projeto francês. Tavares aproveitou também para relembrar os feitos da marca do Leão no passado e guiou o mítico 908.
Mas as boas notícias não se ficavam só por ai e a ByKolles Racing apresentou o seu projeto da classe Hypercarro para a temporada de 2021. O projeto PMC LMH da ByKolles tem três versões. A versão de corrida, a de trackday e a de estrada. A versão de corrida, que vai substituir o atual LMP1 ENSO CLM P1/01, utiliza um motor V8, naturalmente aspirado, de 700cv, e pesa 1040kg, com lastro.
A categoria Hypercarro começa assim a ganhar forma com a Toyota e a Scuderia Cameron Glickenhaus também com projetos confirmados. A Alpine (com representação nos LMP2) confirmou a presença em 2021 na grelha com um LMP1.
Os tão falados LMDh, os protótipos desenvolvidos em conjunto com os americanos do IMSA foram também alvo de atenção, com os regulamentos a serem apresentados. Conforme anunciado anteriormente, os carros LMDh apresentarão uma potência combinada de 500 kW (670 cavalos) com um peso mínimo de 1030 kg com uma relação apoio aerodinâmico / arrasto de 4: 1. Os carros compartilharão uma distância entre eixos comum de 3150 mm, com comprimento máximo de 5100 mm e largura de 2.000 mm, com a permissão de estilização da carroçaria superior pelos fabricantes, mas sem alterações permitidas no fundo plano. Os motores de combustão interna fornecidos pelo fabricante produzirão até 630 cv, juntamente com um motor elétrico de 50 kW, a ser fornecido pela Bosch, que pode oferecer até 200 kW de capacidade de regeneração. Todo o pacote híbrido, incluindo um sistema de bateria produzido pela Williams Advanced Engineering, terá um custo máximo de 300.000 Euros . O software híbrido será bloqueado, eliminando a necessidade de um engenheiro dedicado para cada equipa. O chassis baseado nos LMP2, entretanto, custará um máximo de 345.000 Euros, sem incluir a caixa de de velocidade fornecida pela XTrac, que será padrão para todos os quatro construtores de chassis aprovados. Conforme confirmado anteriormente, ORECA, Ligier Automotive, Multimatic e Dallara são os construtores licenciados. A ACO e a IMSA estimam que o custo total de um carro LMDh, sem o motor, será de 1 milhão de euros. Esta categoria atrai o interesse de várias marcas e espera-se que este esforço conjunto, com dois tipos de máquinas diferentes, mas com performances equivalentes, possam animar o panorama do endurance e trazer mais marcas para as pistas. Para já é tempo do IMSA falar com as marcas interessadas e preparar o futuro embora com algumas indefinições, com as equipas privadas a pedirem o adiamento da introdução dos novos regulamentos face aos problemas que a pandemia de Covid-19 provoca e ainda sem termos certeza se os Hypercarros poderão competir do outro lado do atlântico.
Treinos mostraram tendências para a qualificação
António Félix da Costa e os seus colegas na Jota foram terceiros classificados no primeiro treino livre , na categoria LMP2, numa sessão liderada pelo #33 da High class Racing, e com o #22 da United AutoSports de Filipe Albuquerque em oitavo.
Na categoria LMP1, a Toyota colocou dois carros na frente e o melhor foi o #8 (3:21:656) de Kazuki Nakajima que fez melhor três décimos de segundo que os seus colegas de equipa do TS050 Hybrid num registo feito por Kamui Kobayashi. Os terceiros mais rápidos foram o Rebellion Racing R13 Gibson #1 com Gustavo Menezes a registar 3:23.155, a 1.8s da frente. O carro #3 da Rebellion, que corre pela primeira vez desde as 4 Horas de Silverstone, realizadas há um ano, foi quarto com Louis Deletraz a conseguir 3:25.216.
A ByKolles Racing completou o Top 5 com Oliver Webb a registar 3:26.442 aos comandos do ENSO CLM P1/01 Gibson LMP1.Nos GT era a Aston Martin a mostrar bom ritmo quer nos Pro quer nos AM
O Oreca 07-Gibson #37 da Jackie Chan DC Racing de Ho-Pin Tung, Gabriel Aubry e Will Stevens foi o mais rápido na segunda sessão de treinos livres, 0.080s na frente do Oreca 07 – Gibson #22 da United Autosports de Philip Hanson, Filipe Albuquerque e Paul di resta. Terceiro lugar foi para o Aurus 01 – Gibson #26 da G-Drive Racing de Roman Rusinov, Jean-Eric Vergne e Mikkel Jensen com #38 da JOTA de Anthony Davidson, António Félix da Costa e Roberto Gonzalez no sexto lugar.
Nos LMP1, a primazia foi para o Toyota TS050 – Hybrid #7 da Toyota Gazoo Racing de Mike Conway, Kamui Kobayashi e Jose Maria Lopez, que bateu o carro ‘irmão’ por 0.247s. O Toyota TS050 – Hybrid #8 da Toyota Gazoo Racing de Sébastien Buemi, Kazuki Nakajima e Brendon Hartley ficou bem na frente do Rebellion R13 – Gibson #3 da Rebellion Racing de Romain Dumas, Nathanael Berthon e Louis Deletraz.
Nos GT era a vez da Porsche mostrar-se quer nos Pro quer nos Am, mas o fim de semana mostraria que tal não passaria de uma ilusão.
Na qualificação, o Oreca 07-Gibson #29 da Racing Team Nederland de Frits Van Eerd, Giedo Van der Garde e Nyck de Vries foi o mais rápido na categoria LMP2, batendo o #37 da Jackie Chan DC Racing por 0.449s O #22 da United Autosports foi terceiro a mais 0.051s com o #38 da JOTA em sétimo . Os seis primeiros classificados seguiram para a Hyperpole.
Na classe principal, LMP1, a Toyota fez nova dobradinha com Kamui Kobayashi a ser o mais rápido no Toyota TS050 Hybrid #7 com um tempo de 3:17.089, batendo os colegas de equipa do carros #8 por 0.247s. Seguiram-se o Rebellion R13 Gibson #1, o Bykolles ENSO CLM P1/01 Gibson e o Rebellion #3, e logicamente, todos passam à Hyperpole do dia seguinte.
A Aston Martin colocou dois dos seus carros na frente dos GTE-Pro, e fez a pole provisória nos GTE-Am. Mais uma vez a Aston prometia muito.
Seguiram-se mais dois treinos antes da grande novidade deste ano, a Hyperpole. Um conceito diferente em que os seis mais rápidos de cada categoria teriam a hipótese de lutar pelo melhor tempo sem a lotaria do tráfego que por vezes impede melhores resultados.
#22 começou o seu domínio na Hyperpole
Phil Hanson, Filipe Albuquerque e Paul Di Resta voltaram a ser destaque e foram os mais rápidos na Hyperpole das 24 Horas de Le Mans, Na segunda posição ficou o Aurus 01 – Gibson #26 da G-Drive Racing, batidos por uns esclarecedores 0.332s. Terceiro lugar para o Oreca 07 – Gibson #29 da Racing Team Nederland de Frits Van Eerd, Giedo Van Der Garde e Nyck De Vries, com o jovem holandês a recuperar bem duma saída de pista na fase inicial da Hiperpole.
Na geral, a pole-position foi para o Toyota TS050 – Hybrid #7 sendo uma meia surpresa o segundo lugar do Rebellion R13 – Gibson #1 de Bruno Senna, Norman Nato e Gustavo Menezes, que distou 0.555s mas deixou o segundo Toyota, o #8 de Sébastien Buemi, Kazuki Nakajima e Brendon HARTLEY a 0.8s.
Nos LMGTE Pro, pole para o Porsche 911 RSR – 19 #91 da Porsche GT Team, de Gianmaria Bruni, Richard Lietz e Frederic Makowiecki, que bateu o Ferrari 488 GTE Evo #51 da AF Corse de Alessandro Pier GuidiI, James Calado e Daniel Serra por 0.241s, com o Aston Martin Vantage AMR #95 da Aston Martin Racing de Nicki Thiim, Marco Sorensen e Richard Westbrook a ficar 0.126s mais atrás.
Por fim nos LM GTE AM, pole para o Ferrari 488 GTE Evo #61 da Luzich Racing de Francesco Piovanetti, Oswaldo Negri Jr e Come Ledogar, que bateu o Porsche 911 RSR #77 da Dempsey – Proton Racing de Christian Ried, Riccardo Pera e Matt Campbell por apenas 0.056s, com o Porsche 911 RSR #56 do Team Project 1 de Egidio Perfetti, Larry Ten Voorde e Matteo Cairoli na terceira posição a 0.325s.
Os dados estavam lançados, a grelha definida, restava esperar pelo começo das 24h mais longas do ano.
LMP1 – Uma história fácil e previsível
A teoria da corrida parecia simples de explicar. A Toyota tinha os melhores carros, a melhor equipa e a melhor estrutura e por isso a dúvida residia apenas em qual das duas máquinas iria levantar o troféu. Mas Le Mans tende a complicar teorias fáceis e a Toyota sabe bem o quão cruel pode ser esta corrida. Para a Rebellion o plano era simples… não cometer erros, poupar a mecânica ao máximo e esperar que o azar se abatesse sobre a equipa nipónica.
Se o segundo lugar conquistado na Hyperpole pelo Rebellion #1 mostrava o andamento puro, todos sabiam que o sistema híbrido dos Toyota conferiam uma vantagem difícil de suplantar para as máquinas não-híbridas, o que se confirmou bem cedo. Apesar de uma breve luta entre o #8 da Toyota e o #1 da Rebellion, o domínio japonês instalou nos primeiros momentos da prova e restava à equipa suíça esperar por algum deslize.
Enquanto o #7 liderava, o #8 teve de regressar mais cedo às boxes com um furo que o colocou fora de sequência nas paragens nas boxes e a luta entre as duas máquinas continuava, com os Rebellion a ver à distância. Para a ByKolles, a prova terminou à sétima hora, com uma falha na asa traseira a levar a um embate na proteções que ditou o fim da participação da equipa. Por essa altura um incidente com o Oreca 07-Gibson #30 da Duqueine Team obrigou a reparações demoradas nas proteções e a um longo período de Safety Car, tempo aproveitado para o #8 vir à boxe reparar um problema nos ductos de admissão de ar dos travões com a consequente perda de nove minutos, um mal menor sob Safety Car. No entanto a sorte parecia estar de costas voltadas para a tripulação do #8. A Rebellion mantinha-se à distância, mas não o suficiente para a Toyota descansar.
O golpe de teatro para o #7 aconteceu à 13ª hora, com uma ida inesperada às boxes para resolver um problema no turbo, entregando a liderança ao #8 que não estava livre de sofrer o mesmo problema. A Rebellion entrava nas contas do pódio de forma mais vincada com os dois carros no top 3, enquanto que o #7 ficou parado durante 30 minutos na boxe. Mas na 17ª hora, o Rebellion #1 foi levado para dentro da garagem para reparações o que deixava o #3 no segundo posto e o Toyota #7 mais perto da terceira posição. Na frente o #8 limitava-se a gerir. Perto do fim, a luta mais interessante era entre os dois Rebellion, pelo segundo lugar, mas Louis Deletraz, com um erro, danificou a sua máquina e teve de regressar às boxes para reparações. Seguiram-se problemas mecânicos no #3 permitiram que o Toyota #7 subisse ao terceiro posto.
As posições mantiveram-se inalteradas até ao fim da prova com o TS050 Hybrid #8 de Sébastien Buemi, Brendon Hartley e Kazuki Nakajima a reclamar a terceira vitória consecutiva. Buemi e Nakajima festejaram novamente e Hartley, que ficou com o lugar de Fernando Alonso festejou a sua segunda vitória em La Sarthe. Foi assim uma despedida em grande da máquina japonesa que este ano correu pela última vez em Le Mans, Em segundo lugar ficou a Rebellion com o carro número 1 de Bruno Senna, Gustavo Menezes e Norman Nato, a cinco voltas do vencedor e, a fechar o pódio, o Toyota #7 dos azarados Mike Conway, Kamui Kobayashi e José María López, com seis voltas de atraso.
LMP2 – Portugal, Portugal
Com a pole conquistada e as cinco vitórias consecutivas para o WEC e o ELMS, o carro #22 podia ser considerado como o favorito à vitória, mas a forte concorrência não permitia que esse rótulo pudesse ser usado sem reservas.
No entanto, os primeiros minutos da prova trataram de afastar da luta dois potenciais candidatos: o Alpine A470-Gibson #36 com uma fuga de água, e o Oreca 07-Gibson #29 da Racing Team Nederland, com problemas na refrigeração do carro perderam ambos duas voltas e ficavam longe das contas pela vitória.
A luta pelos lugares da frente era intensa e envolvia o #22 e o #32 (W. Owen / A. Brundle / J. van Uitert) da United, o #37 da Jackie Chan DC Racing, o #39 da SO24-HAS by Graff a quem se juntou depois o #38 da Jota. Com problemas a surgirem para o #37 e o #39, a luta parecia ficar entregue ao trio restante, mas o #26 da G-Drive juntou-se à festa. No entanto um problema elétrico no carro da G-Drive deixava novamente o trio mencionado sozinho, rumo à luta final pela vitória.
O #22 começou a perder algum andamento, e o #32 assumia a liderança da prova com alguma vantagem, que se esfumou numa paragem mais demorada para reparações na traseira do Oreca, com o #38 a seguir os dois carros da United de perto.
Na 16ª hora de prova, a luta a três passava a ser um duelo. Uma fuga de óleo obrigou a uma longa paragem que deixou o #32 fora da luta pela vitória, sobrando assim o #22 de Albuquerque e o #38 de Félix da Costa. No entanto uma estupenda recuperação do #26 colocou a tripulação da G-Drive na luta por um lugar no pódio, mas uma última hora de loucos mudou tudo.
Os erros começaram a suceder-se em pista, com o cansaço a apoderar-se de alguns pilotos e sucederam-se bandeiras amarelas e até o Safety Car foi obrigado a entrar pela quarta vez. A estratégia seria o fator decisivo para definir o vencedor.
Depois da excelente recuperação da G-Drive, um problema na suspensão do Aurus acabou com as esperanças de um lugar no pódio que começava a sorrir ao #31 da Panis Racing que fez uma corrida de trás para a frente com uma grande recuperação também. A tensão aumentou de forma dramática no final do período de Safety Car.
O #22 tinha de regressar às boxes para um reabastecimento rápido quando tinha apenas 50 segundos de vantagem para o #38. Phil Hanson ficou com a responsabilidade de levar o #22 até a linha de meta e saiu com seis segundos de vantagem sobre o #38 pilotado por Davidson. O jovem britânico errou na entrada das boxes e logo na primeira chicane o que deixou Albuquerque à beira de um ataque de nervos. Mas o bluff da Jota acabou uma volta depois com o #38 a entrar para as boxes.
A equipa tentou pressionar Hanson e quase conseguia, mas tinha também de entrar para um reabastecimento rápido. As posições finais ficaram assim definidas. Filipe Albuquerque pode finalmente festejar um pódio em Le Mans e da melhor forma, tornando-se virtual campeão do mundo de LMP2, num dia histórico para o automobilismo nacional que viu dois portugueses no mesmo pódio em Le Mans, com Félix da Costa a festejar o segundo lugar na sua terceira passagem por La Sarthe. A fechar o pódio, com duas voltas de atraso, o Oreca 07-Gibson #31 da Panis Racing de Nico Jamin, Julien Canal e Matthieu Vaxivère.
LMGTE – Pro – Aston Martin domina e torna-se campeã
Mias uma vez assistimos a grandes lutas nesta classe com destaque para o duelo Ferrari vs Aston Martin, que sorriu à marca britânica.
Cedo se percebeu que os Porsche não seriam ameaça nesta edição das 24h de Le Mans, com as máquinas germânicas a perderem um segundo por volta e a enfrentarem problemas mecânicos que os fizeram terminar a mais de 10 voltas dos líderes. Uma das maiores desilusões desta edição. Mas a luta entre Ferrari e Aston compensou.
O Aston #97 foi a estrela com Maxime Martin, Alex Lynn and Harry Tincknell a estarem constantemente na luta pela vitória. O primeiro desafio foi feito pelo Ferrari #71 de Davide Rigon, Miguel Molina e Sam Bird mas um azar no Safety Car deixou o carro mal colocado, perdendo muito tempo e a vaga na luta pela vitória. Entrou em cena o Ferrari #51 de James Calado Alessandro Pier Guidi e Daniel Serra. A luta foi intensa mas Alex Lynn esteve imparável e foi um dos destaques da prova. No entanto foi Tincknell a selar a ultrapassagem que daria a vitória ao #97. Lynn voltou ao volante do Vantage e construiu uma vantagem de dois minutos que confirmaria ao triunfo da Aston, que viu o #95 de Marco Sorensen, Nicki Thiim e Richard Westbrook levar a melhor sobre o #71 e a conquistar um lugar no pódio.
Este resultado garantiu à Aston o título de construtores, um ano após a introdução do novo Vantage, que este ano dominou por completo. Uma edição em grande para a Aston.
LMGTE- AM – Aston Martin da TF Sport levou a melhor
Jonny Adam, Charlie Eastwood and Salih Yoluc foram os grandes vencedores na classe Am dos GT, também em Aston Martin.
Alguns dos favoritos foram ficando arredados da luta com Ferrari #61 da Luzich Racing a não aproveitar o facto de ter conquistado a pole e ficar fora da luta com um pião cedo na prova, assim como o Porsche #88 da Dempsey-Proton Racing com uma saída de pista. Os Aston Martin estavam em grande nos Am e o #90 lutava com o #98 de Augusto Farfus, Ross Gunn e Paul Dalla Lana, que na 16ª hora ficou fora da luta com um problema na suspensão do carro. A partir daí o #90 caminhou de forma serena rumo à vitória enquanto atrás de si a luta pelo segundo lugar aquecia até perto do final, em que Porsche #77 de Matt Campbell Riccardo Pera e Christian Ried ficou com a segunda posição, com o terceiro posto a ficar para o Ferrari 488 GTE Evo #83 da AF Corse, pilotado por Emmanuel Collard, Nicklas Nielsen e François Perrodo, que ficaram a apenas 3.047 segundos do 2º lugar, ficando o quarto para o Porsche da #56 do Team Project 1.
Classificação LMP1:
1 8 S. BUEMI / K. NAKAJIMA / B. HARTLEY Toyota TS050 – Hybrid 387 voltas
2 1 B. SENNA / N. NATO / G. MENEZES Rebellion R13 – Gibson +5 voltas
3 7 M. CONWAY / K. KOBAYASHI / J. LOPEZ Toyota TS050 – Hybrid +6 voltas
Classificação LMP2:
1 22 P. HANSON / F. ALBUQUERQUE / P. DI RESTA Oreca 07 – Gibson 370 voltas
2 38 A. DAVIDSON / A. DA COSTA / R. GONZALEZ Oreca 07 – Gibson +32,831 seg.
3 31 N. JAMIN / J. CANAL / M. VAXIVIERE Oreca 07 – Gibson +2 voltas
Classificação LMGTE-Pro
1 97 M. MARTIN / A. LYNN / H. TINCKNELL Aston Martin Vantage AMR 346 voltas
2 51 A. PIER GUIDI / J. CALADO / D. SERRA Ferrari 488 GTE Evo +1,33,164
3 95 N. THIIM / M. SØRENSEN / R. WESTBROOK Aston Martin Vantage AMR +3 voltas
Classificação LMGTE Am:
1 90 S. YOLUC / C. EASTWOOD / J. ADAM Aston Martin Vantage AMR 339 voltas
2 77 C. RIED / R. PERA / M. CAMPBELL Porsche 911 RSR +49,752 seg.
3 83 F. PERRODO / E. COLLARD / N. NIELSEN Ferrari 488 GTE Evo +52,799 seg.