24h Le Mans, A Figura: Ferrari
Era preciso recuar até 1965 para vermos a última vitória de um carro da Ferrari em Le Mans. Em 2023, a Ferrari voltou a Le Mans e venceu. O projeto já pode ser considerado um sucesso por causa disso. É certo que só têm quatro corridas (mais de 50% da época feita) mas chegar à edição centenária de Le Mans e vencer, contra os grandes favoritos (Toyota).
E não foi uma vitória casual, em que a sorte bafejou os italianos. Foi uma vitória da competência, da velocidade, da regularidade. Um carro bem-nascido, competitivo desde início, duas tripulações de pilotos fortes e uma abordagem bem executada.
A imagem da última paragem nas boxes é sintomática: o carro desligou-se, foi preciso reiniciar o sistema, e o engenheiro, da pitwall, com uma calma espantosa a dar indicações ao piloto. A equipa, apesar do pouco tempo com o novo carro, a mostrar processos bem oleados. Foi uma Ferrari competente e por isso merecedora do troféu do centenário. Uma Ferrari que, apesar de sempre respeitada, tem sido alvo de piadas fáceis nas redes sociais, com as prestações pouco convincentes na F1. No WEC não há lugar para piadas. Apenas para as felicitações.
A Toyota começou a era Hypercar com dificuldades e, não fosse a concorrência de nível inferior, essas dificuldades teriam sido mais visiveis. A Peugeot ainda não conseguiu mostrar o que vale o 9X8 e as dúvidas sobre se vale realmente alguma coisa adensam-se. A Porsche mostrou potencial, mas os objetivos foram falhados nos pormenores que nos tempos dos LMP1 não falhavam. A Cadillac mostrou que pode lutar por vitórias no futuro, mas não teve pernas para acompanhar os Toyota e os Ferrari. Os privados jogam numa liga abaixo. A Ferrari foi a única marca que apresentou um carro preparado desde início, o que comprova o trabalho bem-feito em Maranello. Há festa em Itália com motivos para isso.
O Autosport já não existe em versão papel, apenas na versão online.
E por essa razão, não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Desconto nos combustíveis Repsol
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Penso que não é demais salientar o facto de a Ferrari se ter apoiado numa estrutura que tem 24 anos de experiência em pista e um historial cheio de vitórias quando entrou para o WEC. Refiro-me, evidentemente, à AF Corse. Sem esta parceria, a vitória não teria sido possível.
(E eu, para evitar piadas fáceis, vou abster-me de tentar imaginar o que teria acontecido se a participação no WEC tivesse sido entregue à Scuderia de Fórmula 1.)
Exacto. Há 1 ano foi aqui escrito, seguido dos habituais votos negativos em rebanho, que a GeS Ferrari da F1 devia ir a Piacenza buscar o Antonello Colletta ( grande ferrarista e com pergaminhos desde a criação do Ferrari Challenge)e alguns seus colaboradores.
É um sucesso gigantesco este projecto totalmente Ferrari do 499P, nascido de uma “folha em branco”, e sem existirem referências,
mas, sem o seu ” braço ” AF Corse, que criou esta “máquina de guerra” que se ocupa da gestão das corridas, a vitória após 341 voltas sob pressão não teria mesmo sido possível.
Se a Porsche melhorar, os privados Jota podem fazerbuma gracinha.
Sem dúvida que a AF Corse foi o parceiro ideal para a Ferrari. Agora resta saber se toda esta aprendizagem no WEC pode ter resultados a médio prazo na equipa de F1.
Ao menos em termos políticos, área em que a Ferrari conta zero.
Mas o melhor ainda seria, opinião pessoal, deixar o circo da Fórmula 1, ou melhor, a Fórmula toto& horner em que é impossível logo à
partida evoluir um carro de forma a alcançar os mesmos vencedores anos a fio, graças, por exemplo, ao BoP financeiro ( o budget cap q tantos adeptos ingenuamente saudaram) . Era mais do que merecido.
P.S. Mas atenção que a Ferrari e a AF Corse não sao 2 universos distintos e separados, muito pelo contrário.