24h de Le Mans, Peugeot termina fora do top 10: boa fiabilidade, faltou andamento…
Naquela que foi a sua terceira prova em Le Mans desde o regresso ao endurance, a Peugeot chegou ao final das 24 Horas de Le Mans com os seus dois carros fora do top 10. O Peugeot 9X8 #94 (Di Resta/Duval/Vandoorne) terminou no 11º lugar e o #93 (Vergne/Jensen/Müller) no 12º lugar.
No ano passado, o público francês quase não acreditava no que estava a ver, a Peugeot tinha tirado partido das condições de chuva para andar na frente nas 24 Horas de Le Mans, mas este ano, tudo se previa diferente para os homens de Sochaux, pois o novo 9X8 de 2024, com a tão esperada asa traseira tem tudo a provar, e cedo se percebeu, no dia de teste, que a Peugeot iria ter uma corrida muito difícil, como se provou ficando com ambos os carros fora do top 10.
Como é natural, a Peugeot ainda procura desempenho no 9X8 e apesar da nova versão para 2024, foram batidos pela Lamborghini. Não são conhecidos problemas mecânicos nos dois Hypercar durante a corrida, por isso foram batidos em pista por uma equipa que tem um protótipo com menos tempo de desenvolvimento e menos provas dadas.
Tiveram algumas saídas de pista onde perderam algum tempo, uma delas atrás do Safety Car na manhã de domingo. Em termos de fiabilidade, nada a apontar, mas em termos de desempenho ainda têm muito trabalho pela frente.
Tal como disse Olivier Jansonnie, Diretor Técnico da Peugeot Sport: “Conseguimos recuperar, mas os carros da frente estavam com um andamento mais rápido. O grande ponto positivo para mim é a fiabilidade. Agora temos de encontrar alguma velocidade para podermos lutar com os melhores”
Após uma primeira época completa no WEC, que incluiu um bom desempenho em Le Mans e um primeiro pódio (3º lugar) em Monza, e depois de ter passado grande parte da corrida de abertura da época de 2024 na frente em Losail, o Peugeot 9X8 foi equipado com várias atualizações , uma vez que procura dar uma passo em frente e lutar por melhores resultados numa classe Hypercar incrivelmente competitiva, com nove fabricantes e dezanove protótipos.
A 92ª edição das 24 Horas de Le Mans foi afetada por aguaceiros intermitentes que caíram ao longo de toda a corrida, levando a uma série de incidentes em pista e a vários períodos de Safety Car. No total, os pilotos passaram sete horas atrás da viatura de segurança, incluindo um longo período de quatro horas a meia, durante a noite, devido à fraca visibilidade.
Ao longo das inúmeras ultrapassagens da corrida, os Peugeot registaram várias pequenas saídas de pista e efetuaram alguns erros nas chamadas “Zonas Lentas”. No entanto, fruto da enorme fiabilidade dos Peugeot 9X8 2024, nesta que foi a sua estreia em competição em Le Mans, os dois carros chegaram ao final da corrida.
Terminaram-na fora do top-10, no que, ainda assim, foi um desempenho honroso, tendo em conta o excecional lote de 23 Hypercar presentes na edição deste ano.
Para Olivier Jansonnie, Diretor Técnico da Peugeot Sport:”Esperávamos uma corrida difícil devido às previsões meteorológicas, algo que se veio a verificar. A corrida foi interrompida por um longo período durante a noite. A nossa decisão de colocar pneus de chuva no início da corrida não foi a melhor decisão. Vendo bem as coisas, deveríamos ter mantido os ‘slicks’, mas optámos por jogar pelo seguro. Fomos ficando para trás e chegámos a estar a uma volta do líder. Conseguimos recuperar, mas os carros da frente estavam com um andamento mais rápido. O grande ponto positivo para mim é a fiabilidade. Agora temos de encontrar alguma velocidade para podermos lutar com os melhores. Gostaria de agradecer a toda a equipa pelo seu trabalho árduo e aos fãs pelo seu apoio.”
Jean-Éric Vergne, (Peugeot 9X8 #93):”Foi uma corrida incrível. Foi o Le Mans mais competitivo e mais difícil que já vivi. Penso que vale a pena sublinhar que completámos uma corrida de 24 horas sem qualquer problema mecânico. Terminámos uma volta atrás do carro vencedor, o que é uma melhoria em relação ao ano passado. Em última análise, faltou-nos ritmo, mas voltaremos mais fortes na próxima vez.”
Mikkel Jensen (Peugeot 9X8 #93): Foi uma corrida difícil. Estava uma loucura lá fora. Em determinada altura, montámos todos os tipos de pneus. Pessoalmente, conduzi muito pouco com ‘slicks’. Foi difícil, os engenheiros estavam sempre a enviar mensagens a dizer que ia chover dentro de minutos, em Mulsanne ou em Indianapolis.
Foi muito difícil manter-me concentrado no ritmo, havia muita pressão. No entanto, estou orgulhoso da equipa, que conseguiu levar os dois carros até à linha de chegada.”
Nico Müller (Peugeot 9X8 393):”Tivemos alguns pequenos problemas, com consequências mais ou menos significativas. A nossa corrida foi, sem dúvida, dificultada pela estratégia de pneus de chuva no início. Dito isto, o carro teve um bom andamento, o que reflete o trabalho de toda a equipa. Este fim de semana não tivemos ritmo, mas agora temos de pensar no futuro.”
Loïc Duval (Peugeot 9X8 #94):”Há um pouco de frustração porque alguns pequenos incidentes de corrida custaram-nos um lugar no top-10, o que teria recompensado o trabalho árduo da equipa. Penso que era o que merecíamos. Estou muito satisfeito por ambos os carros terem terminado a corrida, o que é um bom passo em frente em termos de fiabilidade. Todos fizeram um excelente trabalho e, dadas as condições difíceis, conseguimos gerir as coisas muito bem.”
Paul Di Resta (Peugeot 9X8 #94):”Corridas como esta são sempre difíceis. Quero sublinhar o bom espírito de equipa e o enorme trabalho de preparação do 9X8. Perdemos uma volta nas duas primeiras horas, mas estivemos perto dos dez primeiros. Não foi fácil estar aqui com um carro novo, contra os Porsche, os Toyota e os Ferrari. 2025 começa agora. Adoro esta equipa e gostaria muito de a ver celebrar uma vitória aqui em Le Mans.”
Stoffel Vandoorne (Peugeot 9X8 #94): “Aguentámos até ao fim da corrida. Foi muito intensa com a chuva e os períodos de Safety Car. Estou um pouco frustrado por não terminar nos pontos, mas não ficámos muito longe dos dez primeiros. Talvez não seja o resultado que todos esperávamos e é evidente que ainda temos trabalho a fazer. Mas estou ansioso por poder lutar na frente em breve”.
FOTO MPSA/Phillippe Nanchino