Mustang prestes a representar Ford nos V8 Supercars

A Prodrive Racing Australia (PRA), uma das duas estruturas que representam a Ford no Campeonato Australiano de Turismo, está a avaliar a possibilidade de utilizar a carroçaria do Mustang nos seus carros a partir de 2018. A estrutura liderada por Tim Edwards terá ainda que pedir a autorização da Ford para o efeito, mas admitiu que já se encontra a aferir a aptidão da carroçaria face ao regulamento dos Supercars.

Um dos principais motivos por trás desta mudança reside no facto de a marca da oval-azul ter decidido descontinuar a comercialização do Falcon FG X na Austrália, cujo fim está marcado para 2017. Também em análise estão as carroçarias do Mondeo e Focus, até porque em 2018 assistiremos à introdução de um novo pacote técnico, que prevê não só que os V8 sejam substituídos por V6 turbo, mas também uma maior abertura na fisionomia dos modelos utilizados. Hoje apenas ‘sedans’ de quatro portas militam no campeonato.

“Estamos obviamente a pensar sobre o assunto, e claro que a DJR Team Penske [a outra equipa que utiliza o Ford Falcon FG X] também se encontra a fazer o mesmo. Mas uma coisa é pensar sobre o assunto, outra é ser capaz de o fazer e ter permissão para fazê-lo”, afirmou Edwards ao motorsport.com. “Existem tantos factores que devem ser considerados. Não é só dizer que queremos correr com Mustangs na próxima temporada, estalar os dedos e deixar que as coisas aconteçam. É uma conversa que temos de ter com a Ford e com a organização, porque obriga à homologação de um carro de duas portas, o que ainda não foi feito”.

O dirigente acrescentou: “Sim, vamos correr com Falcons no próximo ano. Sim, temos de considerar com que carro iremos correr em 2018. Mas existem muitas coisas que têm de acontecer antes que possamos confirmar o que vamos fazer”.

O CARRO QUE OS FÃS QUEREM

Embora uma mudança de carroçaria seja o passo mais evidente para 2018, Tim Edwards admite que a opção de voltar a inscrever os FG X daqui a dois anos continua em cima da mesa, mesmo que correr com um carro não disponível para compra nunca tenha até aqui ocorrido.

“Lembrem-se que corremos com o FG ao longo de cinco ou seis anos, mas que este é apenas o segundo ano do FG X. Não estamos propriamente a falar de um carro ultrapassado. Será interessado que ele deixe de ser fabricado, porque a modalidade nunca teve de lidar com esta situação anteriormente. E obviamente que irás enfrentar a questão da relevância num determinado ponto. Mas estamos a discutir todos estes aspetos”.

Embora Mondeo e Focus também estejam a ser analisados, o Mustang seria o modelo seria a opção mais viável, não só do ponto de vista do público, mas também como ação de marketing da Ford e da empresa de personalização [Tickford] proprietária de Edwards. Esta comercializa atualmente unidades ‘especiais’ da Ford Ranger, mas pretende alargar o negócio aos Mustang.

“Existem outras opções. Mas o Mustang é o modelo pelo qual as pessoas se deixam levar. É aquele que os fãs sempre questionam e o desporto apenas existe por causa deles. Penso que todos sabemos o que as pessoas responderiam se fizéssemos uma votação sobre que modelo da Ford deveria ser utilizado pela Prodrive e a DJR. É por isso que devemos ouvi-los. Mas, novamente, não é assim tão simples. Existem muitos stakeholders que têm uma opinião”.