Robin Frijns – Um talento desaproveitado

Robin Frijns é um caso sério no automobilismo e é daqueles que quando entra numa competição é para vencer, sendo que na maioria das vezes isso acontece mesmo. O exemplo de Frijns é apenas um entre muitos grandes pilotos que veem o seu talento não ser reconhecido. O leitor conhecerá alguns casos semelhantes (faça o favor de deixar a sua opinião na caixa de comentários e até pode ser que consigamos escrever algumas linhas sobre a sua escolha), mas o escolhido de hoje é, quanto a nós, um dos grandes talentos desperdiçados e que podia estar a dar cartas na F1.
A carreira de Robin começou de forma espetacular e de 2005 a 2008 terminou sempre no pódio final das competições onde entrou (campeonatos belga e francês de karting, tendo no último ano ficado em 3º no campeonato europeu). Em 2009 mudou-se para os monolugares, estreando-se na série europeia da Formula BMW, tendo acabado em 3º lugar o campeonato com uma vitória e 6 pódios em seu nome. No ano seguinte melhorou o seu registo e tornou-se campeão na mesma competição, com 13 pódios (6 vitórias) em 16 corridas. Nesse ano ainda fez 3 corridas na Formula 2.0 NEC e conseguiu uma vitória.
Em 2011 subiu para a Formula 2.0 Eurocup, que tratou de vencer logo no ano de estreia com 9 pódios ( 5 vitórias) em 14 corridas. Em 2012 mudou-se para a Formula Renault 3.5 que também venceu no primeiro ano com 8 pódios (3 vitórias) em 17 corridas. A F1 parecia o destino inevitável, mas a falta de apoios complicou-lhe a vida. Foi piloto de testes da Sauber em 2013, ano em que também competiu no GP2 (2 pódios, uma vitória em 10 provas) mantendo a posição de piloto de testes na Caterham em 2014.
O seu talento era inquestionável, mas a falta de dinheiro que outros pilotos conseguiam arranjar ditou o fim prematuro da sua aventura no grande circo e o holandês mudou-se para os GT´s em 2015, tendo competido no Blancpain. Foi segundo na Sprint Series e venceu a GT Series. Foi também em 2015 que se estrou na Formula E, onde se manteve até este ano e apenas não se manteve, pois, a sua equipa (Andretti) tem um acordo com a BMW o que tornou a permanecia do piloto difícil pois pertence aos quadros da Audi. Este ano voltou a ser um dos destaques no Blancpain, tendo sido campeão na Sprint Series e conseguiu o 2º lugar na taça do mundo de GT´s em Macau.
Os números de Frinjs são impressionantes e em 162 corridas conseguiu 30 vitórias (18.5%) e 71 pódios (43.8%). Não conseguiu ficar com um lugar na F1 (que era merecido) mas tem conseguido mostrar-se como um grande talento do automobilismo, e os seus resultados comprovam-no. Para o ano já tem a presença garantida nas 24h de Daytona e nas 12h de Bathurst.
É um daqueles casos em que a sorte não sorriu a quem tinha talento para dar e vender. Foi acusado de ter recusado uma vaga no programa da Red Bull e foi-lhe atribuído uma frase que caiu mal na altura (foi dito que teria acusado os responsáveis da Red Bull de tratar os pilotos como cães), mas tudo não terá passado de um mal-entendido com um jornalista que lhe atribuiu a expressão (algo negado pelo holandês), tendo prejudicado o piloto. Há quem diga também que a sua atitude algo desligada e uma personalidade que pode dar indícios de arrogância podem ser os maiores pontos fracos.
Frijns pode ter todos os defeitos do mundo, mas talento ao volante não lhe falta e não parece que o maior entrave tenha sido a sua personalidade. Robin poderia ter sido um dos pilotos de destaque, mas assim consta na lista de grandes talentos desperdiçados do automobilismo, uma prova que nem só de talento e de trabalho árduo se faz uma carreira de sucesso.
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Cópia do artigo do AS inglês de há algumas semanas!
Quem seguiu a carreira do Robin Frijns não esquecerá a maneira vergonhosa como ganhou o título da WSR 3.5 de 2012 contra o Jules Bianchi. Isso mais do que a falta de dinheiro ditaram o mal-estar com que foi recebido na época seguinte e o resto da sua carreira. Há abusos que se pagam muito caro, talento não chega.