Richard Petty, “The King” para os amigos e os milhões de aficionados da Nascar, não é texano, embora o chapéu à cowboy e os óculos de sol que fazem a sua imagem há décadas possa induzir ao contrário. Nasceu na Carolina do Norte, reza a tradição que numa família humilde. Não é bem assim: o seu pai, Lee, era um corredor de automóveis, que acabou por se sagrar por três vezes vencedor do Grand National (então o principal campeonato da Nascar) e, em 1959, ganhou as 500 Milhas de Daytona. Por isso, ninguém estranhou que Lee seguisse as pisadas do pai – enquanto Maurice, o outro irmão, se dedicou à preparação de motores. Richard estreou-se a 10 de Julho de 1959, uma semana depois do seu 21º aniversário – e, menos de outra semana depois, conquistou a sua primeira vitória, na desaparecida pista traçada durante a Exposição Nacional Canadiana, em Toronto. Até pendurar as luvas e o capacete, depois da corrida de Atlanta em 1992, Petty venceu 200 das 1.185 corridas da Winston Cup Nascar em que participou e conquistou 126 pole positions. Terminou mais de 700 vezes entre os dez primeiros. Os seus prémios totalizaram, em dinheiro, 7.755.409 dólares. Sagrou-se campeão Nascar sete vezes – 1964, 1967, 1971, 1972, 1974, 1975 e 1979. Foi eleito “Rookie” no ano de 1959. E, em 1962, 1964, 1968, 1970, 1974, 1975, 1976, 1977 e 1978, foi considerado o Piloto Mais Popular da série. Atingiu o seu primeiro milhão de dólares de prémios em 1971. Oseu nome está gravado no International Motorsport Hall of Fame desde 1997. Afastado há 13 anos, nem por isso o nome Petty está esquecido. O seu filho Kyle seguiu-lhe as pisadas e, mais recentemente, o seu neto, Adam. Infelizmente, este morreu aos 19 anos, num acidente na speedway de New Hampshire, em 2000. E este foi o maior golpe da carreira do piloto que assistiu – há quem diga que foi ele o responsável principal – ao crescimento do fenómeno da Nascar, desde as pistas de terra, em oval, às mais modernas super-speedways, construídas por milionários em terras de ninguém.
Como figura pública, Richard “The King” Petty deixou bem claro que as coisas mais importantes da sua vida são a sua carreira e a sua família. Por isso, e apesar das vitórias e da sua popularidade, Petty nunca se cansou de deixar bem claro junto das multidões que o idolatram e constantemente, mesmo ainda hoje, pelas pistas onde ainda vai, com a sua bem sucedida Petty Enterprises, o assediam a exigir autógrafos, que os valores certos, nesta vida, são exactamente a família e a comunidade. Um pormenor: The King era mesmo o rei das grandes e velozes speedways. Nas suas 200 vitórias, vêm ao de cima as muitas que conquistou nas grandes provas americanas de Nascar. Só em Daytona, ganhou 10 vezes!