Que Futuro para o WTCC?

Por a 1 Novembro 2017 11:48

Estamos a chegar ao mês de novembro e as decisões para o futuro de vários campeonatos serão revelados e um dos grandes pontos de interrogação é o WTCC.

O mundial de turismos introduziu em 2014 um novo regulamento que pretendia tornar os carros mais rápidos, com um aspecto mais agressivo, e mais exigentes na condução. No papel a fórmula fazia completo sentido, mas na realidade o cenário revelou-se pior do que o esperado.

A falta de sucesso desta ‘versão’ do WTCC deve-se em grande parte ao sucesso da Citroen. Chegaram em 2014 e começaram logo a vencer, apresentando um nível de preparação acima de todos os concorrentes. A Honda, juntamente com a JAS não tinha o orçamento (nem o tempo) para preparar devidamente o seu Civic e os Lada e a RML (Chevrolet) ficaram a milhas sem capacidade para fazer um programa ao nível dos franceses. O campeonato perdeu interesse e os possíveis interessados viraram-se para outras opções.

Outro aspecto que começou a prejudicar o WTCC foi o custo das máquinas. As exigências financeiras subiram demasiado para um campeonato que estava habituado a ter muitos privados e a própria essência do WTCC começou a mudar. Passou de um campeonato amigo dos privados para uma competição com vontade de atrair mais marcas. Tal não aconteceu, as marcas presentes começaram a perder o interesse e os privados viraram-se para campeonatos mais baratos. Nem a entrada da Volvo a meio da viagem segurou a Lada e a Citroen, que já tinha cumprido os objectivos propostos nos turismos.

Quatro épocas após a introdução dos TC1, o WTCC encontra-se perante um cenário pouco positivo. Embora a época 2017 esteja a ser das melhores dos último anos ao nível da incerteza e da emoção, ter apenas 16 carros na grelha é claramente negativo para um campeonato do mundo. Urge portanto encontrar uma solução para este cenário.

Parecia haver apenas duas vias possíveis. A 1ª hipótese era a Classe One: Perante a indecisão dos germânicos e dos japoneses em avançarem com a ideia, os promotores do WTCC começaram a sondas as marcas sobre o possível interesse de fabricar Turismos “à moda do DTM”. No papel seria uma solução ideal: Já há marcas envolvidas com uma base para iniciar o campeonato, e a participação de marcas europeias e japonesas tornaria o campeonato verdadeiramente mundial, com tudo de positivo que isso traz. Mas a saída da Mercedes do DTM foi um balde de água fria, que teve o condão de acordar os responsáveis especialmente a ITR (promotor do DTM) que começaram a olhar com mais carinho para a Classe One. Basta ver que duas máquinas dos Super GT estiveram em Hockenheim a rodar ao lado das máquinas do campeonato alemão. Parece assim claro que o casamento entre os dois campeonatos segue de vento em popa e que poderá ser uma realidade em breve, sem o WTCC.

A outra via é o TCR. Esta fórmula tem sido um sucesso em todo o mundo e já há mais de 400 máquinas vendidas para competirem um pouco por todo o mundo. O segredo está nos baixos custos dos carros. O TCR foi concebido para que os custos fossem sempre reduzidos e todos tivessem possibilidade de ganhar, com um BoP que permite que as várias máquinas se equipararem. Há no entanto um problema com esta solução. Macello Lotti, o dono do TCR é pouco amigo de François Ribeiro, promotor do WTCC o que pode complicar o entendimento entre ambas as partes. E há muito para discutir antes de alcançar um entendimento. De que forma o WTCC iria integrar o TCR? Como ficaria o TCR International Series? Ficaria o WTCC com a missão de integrar as marcas enquanto o TCR seria uma categoria mais virada para privados? E depois há a questão das marcas e se têm interesse de participar num campeonato com máquinas TCR. O grupo VAG já mostrou pouco interesse em entrar com uma das suas marcas num campeonato deste tipo, e falta saber se a Hyundai quer (pelo que temos visto o interesse poderia ser real) assim como a Peugeot, a Opel entre outras. Não nos podemos esquecer também da Volvo, que investiu para entrar no WTCC e que teria de fazer um carro para o TCR de raiz para competir. Há depois também a questão do BoP que teria de ser revisto para se adequar aos pressupostos de um campeonato do Mundo FIA. São muitos os pontos de interrogação.

Tudo isto precisa de ser decidido depressa pois 2018 está à porta e o WTCC não se pode permitir de errar por falta de tempo. Há também a possibilidade de continuar em 2018 com as actuais máquinas mas aí o campeonato pode perder interesse e a Honda não deverá continuar a competir com um modelo que já não está sequer à venda (não podemos esquecer que isto das corridas depende muito do marketing das marcas). E como se poderá convencer equipas e pilotos em apostar num campeonato que terá de mudar em breve? A manter este formato o WTCC voltará provavelmente a ter grelhas pequenas. Mas é provavelmente a melhor solução caso não se chegue a uma decisão quanto a mudanças. Qual a melhor opção para o futuro do campeonato?

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1 Comentário
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Pascassio
Pascassio
7 anos atrás

Feliz de quem ganhar este ano, porque para o próximo ano, adivinhas-se muito pobre.

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