Portimão: Acidente foi grave, mas não há motivo para alarmismos
Um Porsche numa bancada depois de ir em frente na primeira curva do circuito nunca será um incidente que se possa considerar menor. Mas é preciso também evitar alarmismos. A pista de Portimão é tão segura quanto as melhores do mundo.
A busca incessante pela segurança é um dos focos das entidades que regulam o desporto motorizado. Os perigos da alta velocidade estão sempre presentes, mas quem manda tem sempre o cuidado de tentar minimizar os riscos. Mas aqui o português usado é importante: minimizar não significa anular.
“O desporto motorizado é perigoso” pode ler-se nos bilhetes que se compram para eventos. É uma realidade para quem está em pista e quem está na bancada. Os riscos são incomparavelmente menores para quem está apenas sentado a ver as corridas, mas, infelizmente, também existem. Ouvi muitas vezes a expressão “o diabo disparou com uma pistola de pau” de um responsável pela segurança de um grande evento desportivo em Portugal, algo que demorou a fazer sentido para mim. Mas passado algum tempo fez todo o sentido. Por muitas métricas que se usem, por muitas simulações que se façam, vai haver sempre um incidente mais estranho que poderá causa vítimas e que após acontecer vai parecer óbvio, mas antes de acontecer ninguém se lembrou. O que aconteceu em Portimão foi também isso.
O AIA foi construído seguindo as diretrizes de segurança impostas pelos principais reguladores do desporto motorizado, foi homologado para receber as mais importantes competições motorizadas do mundo e um processo de homologação exige elevados níveis de segurança. Mas o AIA foi construído em 2007 e desde então a segurança evoluiu muito. Todos os anos dão-se passos para reduzir riscos. O AutoSport falou em Portimão com várias pessoas ligadas às corridas, desde organizadores, pilotos e até responsáveis FIA e nunca nenhum deles disse que o AIA era uma pista insegura. Nem por uma vez se colocou em questão a segurança do traçado. E eles, mais que ninguém, são parte interessada neste capítulo.
O processo que se segue é simples na teoria, mas complexo na prática. A Porsche vai analisar a causa da falha no carro e tomar as medidas que achar pertinentes, e do lado do circuito a FIA vai analisar o acidente e entender o que motivou este desfecho inesperado. Essas análises não são feitas de ânimo leve e por isso levam o seu tempo. Não se pode minimizar a gravidade do que aconteceu. Foi grave, podia ter sido uma tragédia e não deveria ter acontecido. E por isso estão a ser tomadas medidas para analisar e melhorar ainda mais os padrões de segurança. Mas para termos 100% de segurança, como nos foi dito, apenas uma “parede de dez metros de altura de betão”.
A segurança é um caminho que tem de ser percorrido a cada prova e nisso, as entidades reguladoras têm sido inexcedíveis. Os saltos que se dão nos níveis de segurança são espantosos e o simples facto das pessoas se indignarem quando estes incidentes acontecem é bom… mostra que a exigência dos níveis de segurança é cada vez maior. Mas há sempre riscos.
Falamos com muita gente e a opinião é unânime: o AIA é uma pista segura, das melhores do mundo e ninguém deve ter receio de ir ver corridas a um dos palcos mais espantosos do desporto motorizado. Certamente que veremos medidas que vão reforçar ainda mais a segurança, tal como acontece em todos os traçados do mundo. Felizmente foi apenas um susto, com o piloto a sair ileso, numa estreia infelizmente estragada de um jovem talento que tem muito para dar. Mais uma lição valiosa a ser usada.
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É sempre “politicamente correto” dizer bem do AIA (passes para o Paddock para a malta toda, almoços, etc,):
“o AIA é uma pista segura, das melhores do mundo…”
Destaca-se por irem para carros às bancadas!
Comentário de quem não tem argumentos válidos para apresentar.
Mais valia estar quieto do que escrever baboseiras.
Se calhar, a pista lá do seu sítio – seja ele qual for – deve ser mais segura.