Tiago Monteiro: “Há uma enorme vontade dos responsáveis da Honda em recuperar a diferença para os Citroën”
Tiago Monteiro e o Honda Civic WTCC estão em claro ascendente de forma mas mesmo com o conjunto nipo-português a funcionar melhor ainda está longe dos que os franceses da Citroën têm conseguido fazer este ano em que só perderam uma das trezes corridas realizadas. Em todas as outras, partindo da frente ou mais atrás com a grelha invertida, os resultados não variam muito e quase sempre as corridas terminam com dois carros franceses na frente. Por isso, é agora mais importante que nunca que a Honda recupere a diferença que tem para a Citroën, e pelo que se viu e ouviu em Spa há muita vontade dos dirigentes nipónicos em ‘responder’ aos franceses. Tiago Monteiro espera que isso suceda o mais rapidamente possível e entretanto tira do Civic tudo o que este tem para dar. O piloto luso tem melhorado substancialmente as suas prestações com uma notável combatividade em pista. De resto, a Honda já tem previsto para julho um teste de quatro dias em Valência de modo a validar novas peças, que podem aproximá-los dos Citroën, mas quanto ao novo motor os responsáveis da Honda preferem manter reservas quanto à altura certa para avançar…
AutoSport: Doze vitórias em trezes corridas diz bem do domínio da Citroën, só vos resta lutar pelos pódios?
Tiago Monteiro: “Sinto alguma frustração por não poder fazer mais, mas por outro lado sinto-me satisfeito, pois tenho dado o máximo e as coisas não têm corrido nada mal em pista. Estou confiante, sinto que estou num bom momento e nesta altura nem os toques causam problemas, parece que até isso ajuda a que tudo corra bem. Só é pena não conseguir melhores resultados, pois os Citroën estão muito fortes…
AS: A diferença para os Citroën mantém-se grande…
TM: “É perfeitamente visível que em pistas como a de Spa pouco há a fazer, e não é só a velocidade de ponta. Aqui (ndr, Spa) os Citroën têm cerca de seis a sete quilómetros de velocidade de ponta a mais do que os Honda, mas também atingem a velocidade mais rapidamente, ou seja na faixa até aos 140 Km/hora andamos lado a lado com eles, mas entre os 160 e 250 Km/h eles têm a vantagem que se tem visto e numa pista como Spa ainda se acentua mais.
AS: Mas o teu Honda Civic está bem melhor do que no início do ano?
TM: O carro evoluiu muito! Relativamente ao motor, como se sabe, não, mas a nível de chassis há alterações muito grandes. Se olhar para onde estávamos em Marraquexe, e por exemplo com o que fizemos em Moscovo a diferença é abismal.
AS: Que tipo de alterações fizeram?
TM: Pequenas coisas que todas juntas ajudam muito. Por exemplo, direção, pontos de suporte dos amortecedores, cubos de roda, suportes dos travões, alterações no sub-chassis, a direção que tem sido problemática. A verdade é que com os dez meses que tiveram de testes, a Citroën resolveu todas as pequenas coisas que certamente lhes apareceu, e nós só estamos a fazê-lo agora…
AS: Está previsto um grande teste este mês em Valência, esperam chegar-se aos Citroën?
TM: Vamos testar, mas só utilizar jokers se for mesmo uma grande evolução. A verdade é que os regulamentos estão congelados três anos, e nesse hiato temos cinco jokers para distribuir por esse período, mas não queremos usá-los de qualquer maneira, tem que ser tudo muito bem pensado, testado, e só depois utilizado se for justificado…
AS: Será mais prudente esperar pelo próximo ano?
TM: Sinto que o staff da Honda está empenhado e todos queremos bater a Citroën. Neste momento as decisões estão tomadas, agora há que implementá-las, o que leva tempo, mas tudo isso é um sinal muito positivo para mim, pois apesar de não ter contrato para 2015 é bom saber que há vontade da cúpula da equipa em ser competitivo. Sinto que existe uma enorme vontade dos responsáveis da Honda em recuperar esta diferença para os Citroën, embora pense que isso só vai ser possível no próximo inverno. Temos de começar a trabalhar em outubro, novembro
AS: Achas que ainda vai ser possível chegar aos triunfos este ano?
TM: Não vai ser fácil e depende muito das pistas. Penso que Suzuka é a nossa melhor possibilidade, pois tem zonas muito boas para nós. Já Xangai é mais difícil pois tem duas longas retas. Na Argentina, penso que a nossa prestação deverá andar entre o que fizemos em Moscovo, que foi muito bom, e o que conseguimos em Spa, cujo traçado tem cerca de 3,5 km com acelerador a fundo. Com a saída de Sonoma, que era boa para nós, resta saber que pista vamos ter na segunda corrida da China. Quanto a Macau, penso temos possibilidade pois apesar das retas é um circuito em que a adaptação dos pilotos é fundamental, pois há quem goste e quem não goste de Macau e não consiga andar bem. Basicamente, em Macau tudo é possível. Vamos ver!
AS: O que pensas da notícia recentemente conhecida que o WTCC vai ao Nordschleife para o ano?
TM: É muito bom para o WTCC. Nunca lá corri, só realizei testes, mas penso que será um grande desafio mas também muito divertido para os pilotos do WTCC.
José Luis Abreu
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