Henrique Chaves: “Estou a adaptar-me bem e isso é que é importante, 15º está bom mas quero ver se consigo entrar no top 10 em Silverstone”
Henrique Chaves teve uma estreia muito positiva este fim de semana nos monolugares, naquelas que foram as suas duas primeiras corridas na Fórmula Renault 2.0 NEC, campeonato que vai disputar este ano, ao mesmo tempo que vai correr ainda no Karting, no Campeonato de Espanha da modalidade. Em Monza, apesar de ter ficado pelo caminho na primeira corrida devido à quebra de uma peça do seu monolugar, foi 15º entre 30 concorrentes na segunda, mostrando uma boa – e consistente – evolução, prometendo bastante para as próximas provas da competição. Sem nunca ter competido em monolugares, Chaves mostrou que tem um enorme potencial para desenvolver, e pode estar no bom caminho para se afirmar a nível internacional nas pistas. Em declarações ao AutoSport, fez-nos o ‘debriefing’ de Monza:
AutoSport: Como fazes o balanço do fim de semana de Monza?
Henrique Chaves: “Na primeira corrida, partiu-se um tirante da suspensão do carro, não podia fazer nada, e tive que abandonar apenas com três voltas de corrida. Na segunda corrida correu bem, parti de 21º, tive lutas interessantes, ganhei posições. Terminar em 15º entre 30 concorrentes, já é bastante bom”
AS: Como foi o teu primeiro ’embate’ com Monza?
HC: “Na 6ª feira tinha duas horas de pista, mas devido a um problema com a embraiagem fiz apenas cinco voltas. Na primeira sessão da tarde, serviu mais de reconhecimento, rodei ganhar ritmo e confiança na pista. Na segunda já forcei mais um pouco e aproximei-me logo dos tempos dos meus adversários. Nas qualificações alcancei o 20º e 21º, e diminui a diferença para os adversários. Comparei-me ao tempo do segundo porque o primeiro deu oito décimas ao segundo classificado, o que não é normal. Por isso, ficar e sete décimas do segundo classificado, para a primeira qualificação não está mau. A evolução foi boa, evolui rapidamente e isso é que é importante. Depois, na segunda qualificação, tentei fazer ainda melhor, baixei bastante os meus tempos, mas os outros também melhoraram e por isso fiquei um lugar abaixo na grelha comparativamente à primeira sessão…
AS: Conta-nos como foram as duas corridas…
HC: Senti que a evolução se estava a dar de forma rápida, o que é o mais importante. Na primeira corrida partiu-se o tirante da suspensão do meu carro e por isso não pude fazer nada e tive que abandonar. Na segunda corrida correu bem, já arrisquei mais, parti de 21º, tive umas lutas interessantes, ganhei posições, acabei em 15º e somei seis pontos para o campeonato. Ainda tenho que trabalhar no ritmo de corrida, mas para já estou contente pois na primeira corrida fazer 15º em 30 pilotos já é bastante bom, na minha opinião.
AS: Sentiste algum nervosismo, na partida, por exemplo?
HC: Era tudo novo, nunca tinha feito nada parecido, e admito que na primeira corrida estava um pouco nervoso. Na partida são 30 carros a chegar à primeira curva onde se chega bem depressa, mas consegui passar bem, depois na segunda já sabia o que ia apanhar e passei bem. Depois foi fazer a minha corrida e tentar ser constante. Tinha como objetivo tentar acabar as corridas para saber como eram as situações de corrida. Na primeira partida não arrisquei nada para passar, mas na segunda já arrisquei um bocado mais porque já tinha a experiência da primeira partida. Arrisquei, fiquei entre dois pilotos, tocaram-me na roda da frente e inclusivamente pensei que ia ficar logo ali, mas correu bem, depois consegui safar-me quando dois pilotos fizeram pião à minha frente. Consegui escapar. Depois foi começar a ganhar ritmo, fazer voltas constantes. Tenho que trabalhar um bocado no ritmo de corrida, mas para já estou contente.
AS: Podes fazer um paralelo com o karting?
HC: Há um mundo de diferenças! Por exemplo ir atrás de um piloto quando vamos no cone de aspiração e não se vê a parte da frente do nosso carro, só o cimo das rodas, não sabemos onde está o limite de onde temos de nos desviar para ultrapassar. Isso é completamente diferente do karting. Por estarmos tão baixos só vemos a pista aí uns 30 metros à frente. Outra diferença face ao karting é nas partidas, se dermos um toque no caso da Fórmula Renault as rodas estão saídas do carro enquanto no karting os flancos são mais largos e envolvem as rodas, e podemos ter algum contacto. Nos fórmulas é um cuidado acrescido que temos de ter.
AS: E em termos de condução?
HC: A condução é ligeiramente diferente, especialmente nas travagens. Nos monolugares há um procedimento diferente. No karting as travagens são fortes e rápidas, e na Fórmula Renault a travagem inicial é forte porque se atingem velocidades altas e o carro ainda tem algum downforce, temos que fazer mais força no pedal e depois ir retirando progressivamente”
AS: Sabemos que testaste várias vezes antes deste fim de semana, e fora da pista, como preparaste esta mudança?
HC: Antes da corrida desloquei-me às instalações da minha equipa para fazer simulador, ‘rodei’ em Monza, Silverstone e Red Bull Ring para preparar as corridas e conhecer bem as pistas, saber onde são os pontos de travagem, testar algumas afinações também. Posso dizer que se não tivesse feito simulador esta corrida não teria corrido tão bem. Foi bastante importante saber onde posso travar. O simulador não é bem a mesma coisa que a realidade, mas ajuda. Especialmente os pontos de travagem. As placas de distância ajudam e também o track walk que se faz à 5ª feira, que neste caso não consegui fazer porque o meu avião se atrasou. No simulador os corretores às vezes não estão bem feitos e no track walk dá para ver mais pormenores, e apercebermos-nos doutros pontos de referência. Fazer a pista a pé também permite ver os corretores, se agarram, se têm desníveis, tudo o que no simulador não nos mostra, e que é muito importante.
AS: É um mundo completamente novo este que estás a viver agora na Fórmula Renault 2.0 NEC?
HC: “Estou a adaptar-me bem, e isso é que é importante. Não conhecia a pista de Monza, foi a primeira vez que ali corri, portanto, tendo em conta as circunstâncias, 15º em 30 pilotos está bom, agora é ver se consigo ser mais rápido e entrar no top 10 em Silverstone” disse Henrique Chaves que vai agora correr em Toledo, prova do Campeonato de Espanha de Karting.
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