FPAK emite comunicado sobre o Algarve Classic Festival

Apesar do crescimento que o ‘seu’ Iberian Historic Endurance tem registado nos últimos três anos, Diogo Ferrão mostrou-se muito insatisfeito com o horário do Algarve Classic Festival, afirmando que a inclusão da prova conjunta do CNCC e Legends Cup e os poucos intervalos entre corridas conduziram a atrasos danosos para a sua competição.

“Quer a FPAK quer o circuito foram avisados pela nossa organização informalmente e formalmente que os intervalos entre corridas eram insuficientes e que isso acabaria por originar atrasos. Foi exatamente isso que aconteceu e no sábado tivemos mais de duas horas de atraso. Tive duas grelhas de pilotos estrangeiros que já me disseram que para o ano não vêm. Os pilotos nacionais infelizmente estão habituados a serem mal tratados pelas organizações nacionais mas os pilotos internacionais não aceitam atrasos e faltas de rigor deste calibre. Alguns pilotos até reservaram helicópteros para saírem do circuito logo após as suas corridas, para conseguirem cumprir as suas obrigações pessoais e profissionais, e outros optaram mesmo por não correr no domingo”, referiu Diogo Ferrão.

O co-promotor do evento afirmou mesmo que “com 17 corridas já realizadas pelo Historic Endurance, só em Vila Real em 2014 e agora no Algarve Classic Festival tivemos horários e condições tão danosas e inaceitáveis. A FPAK, também co-organizadora do CNCC, forçou a entrada de mais uma prova e prejudicou o evento, especificamente o Historic Endurance”.

Resposta da FPAK

Após estas declarações, a FPAK emitiu hoje um comunicado sobre as críticas em torno do programa do Algarve Classic Festival. Leia o comunicado na íntegra:

“Face às declarações proferidas na comunicação social (Sportmotores) pelo Sr. Diogo Ferrão promotor do evento Algarve Classic Festival 2015 (APDHA) e em comunicado de imprensa, durante o evento entende a FPAK esclarecer:

– uma federação é fruto de uma associação de clubes e associações e tem como finalidade principal a de “promover, regular e dirigir a nível nacional o automobilismo e o karting, nas suas diversas disciplinas”, conforme estatutos da FPAK.

– a FPAK não é co-organizadora dos campeonatos nacionais de automobilismo e karting, mas sim a organizadoradestes, pois só ela tem poder para tal; no caso especifico da velocidade, a FPAK delegou na empresa promotora Full Eventos essa competência.

– o calendário dos campeonatos nacionais está definido e publicado desde o inicio do ano, em concordância com os clubes organizadores e respectivos promotores, pelo que não encontramos justificação para as afirmações “impostos pela entrada dos campeonatos nacionais“ e “forçou a entrada de mais uma prova”.

– estranhamos também a frase “quer a FPAK quer o circuito foram avisados pela nossa organização informalmente e formalmente dos insuficientes intervalos entre corridas…” pois entendemos que este é um assunto exclusivamente a ser tratado com o clube organizador.

– não entendemos também o comentário “mas o conflito de interesses em coorganizar os campeonatos e gerir o desporto nacional…” uma vez que não só não somos coorganizadores como por outro lado é nosso dever “promover, regular e dirigir…”

– apesar do acima exposto, a FPAK alertou por diversas vezes para a insuficiência de horário para tantas categorias, mas apenas a Full Eventos se disponibilizou para juntar três categorias numa só corrida, reduzindo mesmo o tempo de pista, o que não se verificou com nenhuma das categorias da responsabilidade do outro promotor.

– sobre o comentário “os pilotos nacionais infelizmente estão habituados a serem mal tratados nas organizações nacionais…” só podemos lamentar tamanha infelicidade na afirmação e mesmo alguma infeliz ingerência num assunto de um outro promotor.

– relembramos que os campeonatos nacionais, promovidos pela Full Eventos, são compostos essencialmente por pilotos portugueses, que suportam ao longo do ano este desporto; foram estes que dada a intransigência do promotor do evento ACF, manifestaram um enorme ‘fair play’ concedendo em realizar apenas duas corridas em vez das habituais seis, reduzindo o tempo de pista das mesmas e partilhando duas boxes enquanto outras categorias, não de campeonatos nacionais e com semelhante número de participantes compartilharam mais boxes (a distribuição de boxes é feita pelo promotor do evento). Assim perguntamos, quem é que trata mal os pilotos nacionais?

– mesmo antevendo atrasos no programa, a Direcção de Prova tentou sensibilizar o promotor do evento ACF para que em algumas categorias fosse reduzido o seu tempo de pista, consciente que em nada alteraria a verdade desportiva; mais uma vez não foi sentida receptividade.

Lamentamos profundamente as palavras proferidas e o tom do comunicado de imprensa, que não podemos aceitar, pois só desprestigia a FPAK, o promotor dos campeonatos nacionais, os pilotos e suas equipas.

Repudiamos veementemente qualquer insinuação que tenha existido da nossa parte alguma discriminação de qualquer competição, salientando que sempre procurámos fazer parte da solução e não do problema.”

Foto: Pedro Lima