Eduardo Freitas é o Diretor de Corrida das 24 Horas de Le Mans
Para além dos cinco pilotos portugueses em pista as 24 Horas de Le Mans deste ano contam com ‘maestro’ português. Eduardo Freitas é o Diretor de Corrida e o primeiro não francófono a chegar a esse cargo – que já teve belgas e franceses – e chegou lá por ser o melhor na sua função. O seu percurso na FIA começou em 2002: “fui substituir quem, na altura, fazia a direção de prova na altura do campeonato de FIA GT e Europeu de Turismos. Telefonou-me o senhor Jurgen Barts (vencedor de Le Mans, e com quem já tinha tido acesas discussões por causa de questões técnicas de regulamentos) a perguntar se eu estaria disponível para esse desafio. Eu disse-lhe: “Dê-me 10 minutos!”. Achei que era bom demais para ser verdade. Desliguei o telefone, fui à casa de banho, meti a cabeça debaixo de água e pensei: “não pode ser verdade”. Fiquei sentado na sala a olhar para o telefone. O telefone tocou e… era verdade! E então fiz o FIA GT e o Europeu de Turismo. O Europeu de Turismo converteu-se no WTCC em 2005 e aí trabalhei durante cinco anos e fiz 112 corridas. Depois desentenderam-se as ‘comadres’ e o FIA GT foi para um lado e os Turismos para outro e eu segui o caminho dos Turismos. Em 2010 a FIA entendeu que eu deveria ir dirigir o campeonato do Mundo de GT1 e GT3 que durou dois anos e depois em 2012 quando já só havia GT3, apareceu o Mundial de Endurance que fui então e acabei por herdar o ELMS porque a empresa que organiza os dois é a mesma”, disse.
Depois de vários anos no WTCC, uma competição com muitos acidentes e toques, é curioso perceber as diferenças para o WEC e a ELMS: “São corridas e maneiras de dirigir completamente diferentes. Numa prova de seis horas (ou 24) há seis horas (ou 24) para seguir e para decidir e pode-se esperar que o piloto saia do carro para falar com ele. Numa prova do WTCC, o diretor de corrida tem 25 minutos para tomar a decisão, sendo que as decisões muitas vezes acarretam formalidades. Podemos ter 30 monitores à frente mas não temos tempo para tirar partido disso. Se o fizermos estamos a negligenciar a segurança e essa é sempre primordial. São realmente diferentes e dão uma adrenalina diferente, mas gosto muito de ambas”
Quanto as 24 Horas de Le Mans, é uma corrida totalmente diferente de tudo o resto, mas será que são necessárias aptidões diferentes para um diretor de corrida? “O mais importante deve é ter a máquina de café ali ao lado! De resto é igual. A diferença é a duração da prova. A fadiga afeta-me a mim, afeta os pilotos, afeta as equipas. É duro. Pensasse que a corrida começa às 16h e termina às 16h, mas, para nós, não é bem assim. Às 6h da manhã de sábado já estamos no circuito e há sempre algo para fazer. Dá muito gozo, mas requer depois muito tempo para recuperar as energias. Durante as 24 horas, às vezes adormeço. Eu e todos os que estão na torre. Como diretor de corrida, digo, a dada altura, durante meia hora estou ‘off’ e só se houver alguma coisa grave é que me acordam pois as pessoas que estão na direção da corrida até conhecem melhor do que eu o circuito.”
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