Carlos Vieira ganhou as corridas todas mas não é campeão

Carlos Vieira, desta feita fazendo equipa com Patrick Cunha, venceu a derradeira corrida do Campeonato de Portugal de Circuitos (CPC) GT 2013, aos comandos de um Lamborghini Gallardo GT3, numa vitória anunciada, porque corria sem adversário na classe, depois do abandono dos dois carros do Team Novadriver: “Como é público, saí da equipa por quem disputei as quatro primeiras corridas da época, devido a incumprimento deles. E vim correr a Braga na estrutura da Veloso Motorsport, porque tinha um compromisso de cinco corridas com os meus patrocinadores e tinha de o honrar. Sem pressões, procurando acima de tudo dar condições de conforto aos nossos amigos e convidados no Circuito Vasco Sameiro, mas sempre com o objectivo de vencer, porque é assim que eu encaro as corridas. E venci”, começa por dizer Carlos Vieira: “Ganhei a corrida e, com esta vitória, venci as cinco corridas do campeonato. Sou o único piloto que tem cinco vitórias em cinco possíveis, e não sou campeão”, faz questão de frisar.

E porque é que Carlos Vieira não é campeão? Porque a anterior equipa, o Team Novadriver, se esqueceu de o inscrever nas duas primeiras corridas da época. “Estou, mais do que frustrado, muito desiludido”, lamenta. E lamenta ainda mais todas as consequências nefastas desta situação: “A imagem que fica é muito negativa”. Quando uma das motivações de Carlos Vieira para ir para o Team Novadriver era precisamente a imagem. “Eu acredito que sou bom piloto e tinha orçamento para correr, mas ainda não tinha currículo. Uma maneira de somar visibilidade e palmarés ao talento que acredito ter, era correr com César Campaniço, um piloto reconhecido a nível internacional, com talento e bastante mediático. E deu, pois fui campeão nacional no ano passado e preparava-me para levar o segundo cetro – dando sempre um contributo decisivo para a equipa nas duas épocas – quando o inexplicável aconteceu…”.

Carlos Vieira recebeu o oposto daquilo que pagou e não podia continuar no Team Novadriver. Era uma situação insustentável, porque o dano estava irremediavelmente feito. E ainda teve de explicar aos patrocinadores como ganhou todas as corridas mas não foi campeão. “Agora, é necessária uma fase de ponderação. É preciso pensar nas medidas a tomar, pensar na próxima época e, logo que se justifique, voltamos a falar sobre este assunto”, diz, a concluir, Carlos Vieira.