24 Horas de Le Mans: Os portugueses, de Carlos Manuel Reis a Álvaro Parente
São muitos os pilotos portugueses que já passaram pelas 24 Horas de Le Mans, numa lista que se iniciou com Carlos Manuel Reis (1960) sendo que o último a estrear-se foi Álvaro Parente o ano passado. Pedro Lamy, é, de longe o mais assíduo e o primeiro português a lá vencer.
Pedro Lamy (1997/98/99/2001/2002/2005/2006/2007/2008/2009/2010/2011/2012/2013/2014)
Pedro Lamy é, de longe, o piloto português que mais vezes esteve em Le Mans – 15, desde que se estreou, em 1997. Mas, curiosamente, apenas chegou à vitória em 2012, quando venceu na categoria LMGTE Am, com o Chevrolet Corvette da Larbre Compétition, tornando-se então e também o primeiro piloto português a ganhar em Le Mans.
Porém, durante esta sua longa perseverança, esteve por várias vezes entre os candidatos ao triunfos absolutos, quando fez parte da equipa oficial da AMG Mercedes (1999) e do Team Peugeot Total (entre 2007 e 2011), sendo, na sua última participação com a equipa gaulesa, batido por 13,854s pelo Audi R18 TDI de Fassler/Lotterer/Tréluyer. Também enquanto piloto oficial da Oreca e da Aston Martin, nunca conseguiu vencer a prova, apesar de em quase todos os anos em que correu com os Viper GTS-R, DBR9 ou Vantage GTE oficiais, ter comandado em algum momento da prova: “Desde primeiro dia em que cheguei a Le Mans que fiquei impressionado com a dimensão da corrida. E ainda hoje, tantos anos depois, apesar de a pista ser a mesma e não ter tido qualquer evolução, fico com a mesma sensação do primeiro ano. É uma corrida mítica, em que há muita competitividade entre as marcas e entre os pilotos. Ganhar em Le Mans, seja à geral, seja à classe, nunca é fácil. Há sempre vários carros que o podem fazer e muitos pilotos a lutar pelo triunfo. Pessoalmente, tive o privilégio de ter estado durante cinco anos na equipa oficial da Peugeot e de, nesses cinco anos, ter algumas vezes liderado a corrida e ter terminado por duas vezes em 2º lugar. Claro que o melhor teria sido tê-la ganho, mas isso infelizmente não sucedeu, por problemas diversos, como uma vez em que estava com mais de dois minutos de vantagem e a caixa avariou. Mas já venci na categoria GTE Am e tem o mesmo significado, pois mesmo nas categorias é sempre uma tarefa difícil e muito complicada.”
Os portugueses, ordenados por ano de estreia
Carlos Manuel Reis (1960)
Carlos Manuel Reis foi o primeiro português a correr em Le Mans, e fê-lo ao volante de um Stanguellini 740 Bialbero oficial, que partilhou com o francês Raymond Quilico. Desistiu a quatro horas do fim, com problemas de motor.
Nicha Cabral (1972)
Convidado para pilotar um dos Lola T280 da equipa suíça Bonnier, fazendo equipa com o príncipe Jorge de Bagration e com o belga Hughes de Fierlandt, nem sequer se sentou no carro, que abandonou a corrida com problemas de embraiagem.
Manuel (1997/98/99) Pedro (1997/99) e Tomaz Mello Breyner (1997/99)
Os irmãos Mello Breyner chegaram sempre ao fim em Le Mans e, na sua estreia (1997 a primeira vez que uma equipa de três irmãos correu na prova!) subiram mesmo ao pódio nos GT2 ao terminarem em 3º com o Porsche 911 GT2 da Roock Racing. Em 1999 foram 4º no GTS com um Chrysler Viper GTS-R da equipa Oreca.
Ni Amorim (1998/99/2000/2001/2005)
Participou quatro vezes seguidas entre 1999 e 2001 e sempre com um Chrysler Viper GTS-R. Apenas desistiu em 2001 e, em 1999 (3º) e 2000 (2º), subiu ao pódio na categoria (GTS). Regressou em 2005, com um protótipo Courage C65 da Nöel del Bello, mas abandonou.
Gonçalo Gomes (1998)
Correu uma vez em Le Mans fazendo equipa com Ni Amorim e Manuel Mello Breyner, no Chrysler Viper GTS-R da Chamberlain Engineering, terminaram como 21º e penúltimos classificados, perdendo muito tempo com diversos problemas mecânicos… e não só, pois o cansaço extremo obrigou-os a diminuir drasticamente o ritmo, para conseguirem ver a bandeira de xadrez.
Manuel Monteiro (1998/99)
Disputou duas edições com um Porsche 911 GT2 e fazendo tripla com o seu filho Michel (que nasceu em França e sempre correu com licença deste país) e o amigo Michel Maisonneuve. Desistiu nas duas participações com problemas de motor.
Tiago Monteiro (1999/2001/2009/2011)
Nas duas primeiras participações pilotou um Chrysler Viper GTS-R de equipas francesas, sendo 6º e 4º nos GTS. Já neste milénio, ‘subiu’ aos Protótipos, mas nunca foi feliz, desistindo tanto em 2009, como em 2011 e sempre com problemas mecânicos.
Luis Marques (2001/2003)
Português residente em França, fez parte da equipa de Luc Alphand e Michel Ligonnet, terminando em 8º da classe GT com um Porsche 911 GT3-RS. Dois anos depois, abandonou com o Chrysler Viper GTS-R da Scorp Motorsport, que partilhou com Denis Dupuis e Olivier Tévenin.
Pedro Chaves (2002/2003)
Pedro Chaves esteve em Le Mas em 2002 e 2003 e sempre com um Saleen S7-R. Na sua estreia, acompanhou Miguel Ramos e foi nesse ano que conseguiu a sua melhor prestação, ao ser 5º nos GTS. No ano seguinte diversos problemas impediram-no de cumprir a distância necessária para ficar classificado:
Miguel Ramos (2002/2005)
Miguel Ramos correu duas vezes em Le Mans, primeiro com Pedro Chaves e Gavin Pickering, chegando ao fim em 5º dos GTS, com um Saleen S7-R e na segunda desistiu depois de um despiste com o Ferrari 550-GTS Maranello da BMS Scuderia Italia, com que corria no FIA GT.
João Barbosa (2004/2005/2006/2007/2008/2009/2011)
Radicado nos ‘States’ desde o início deste século, estreou-se em Le Mans com a Rollcentre em 2004. Pilotou sempre Protótipos das categorias LMP1 e LMP2 e em 2009 foi piloto oficial da Pescarolo Sport. A última vez que correu em Le Mans foi em 2011, com a Level 5 Motorsports, com que foi 3º entre os LMP2, naquele que foi o seu melhor resultado. Em 2007 esteve entre os candidatos ao triunfo absoluto, tendo acabado em 4º da geral.
Miguel Pais do Amaral (2006 a 2011)
Primeiro com um Lola, em 2009 e 2010 com um Ginetta-Zytek e na última com um Zytek, sempre com a ASM Team, de António Simões. Apenas por duas vezes chegou ao fim. Em 2008 foi 4º entre os LMP2 e, em 2010, foi 7º na mesma categoria.
Manuel Rodrigues (2009/2010/2012)
Emigrante em França, chegou sempre ao fim quando correu de Ferrari: 8º no GT2 (2012) e 7º nos LMGTE Am (2009). Em 2010 fez parte da tripla de pilotos (os outros foram Scott Tucker e Christophe Bouchut) que Colin Kolles recrutou para tentar levar até ao fim um Audi R10 TDI privado, mas ficou pelo caminho.
Rui Águas (2011/2012/2013)
Rui Águas correu sempre em Le Mans ao volante de um Ferrari 458 Italia GT2, da AF Corse, dos irmãos Waltrip ou na 8 Star Motorsports. O seu melhor resultado foi o 6º lugar nos LMGTE Am em 2012, ano em que foi acompanhado por Robert Kauffman e Brain Vickers.
Filipe Albuquerque (2014)
Foi inglória a participação de Filipe Albuquerque nestas 24 Horas de Le Mans, que tinham tudo para ‘devolver’ um resultado de relevo para o piloto português que competia na classe principal, a LMP1. O piloto português e os seus companheiros de equipa, Marco Bonanomi e Oliver Jarvis, asseguraram a quinta posição da grelha, a melhor entre os três Audi, mas o Ferrari 458 Italia de Sam Bird abalroou o Audi R18 e-tron quattro pilotado pelo italiano, e por isso Filipe Albuquerque nem sequer chegou a rodar na corrida
Álvaro Parente (2014)
Álvaro Parente estreou-se nas 24 Horas de Le Mans de 2014 aos comandos do Ferrari 458 Italia da RAM Racing, mas a equipa teve bastante problemas com o carro, entre os quais um princípio de incêndio, depois o alternador e finalmente foi a caixa de velocidades a ceder levando ao abandono.
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