Historic Endurance, Estoril: Pedro Bastos Rezende levou a melhor na derradeira corrida do ano
Uma corrida emotiva dos 250 km do Estoril encerrou a temporada do Historic Endurance. Integrado no programa do Estoril Endurance Festival, disputou-se a prova que fechou a temporada do Iberian Historic Endurance, os 250 km do Estoril, assistindo-se a uma corrida plena de interesse em que os vencedores foram descobertos já perto da bandeira de xadrez.
O dia competitivo do Historic Endurance no Autódromo do Estoril começou com a qualificação e, com a pista em condições difíceis, foi bastante disputada com diversas equipas a passarem pelo topo da tabela de tempos.
No final, o Porsche 911 3.0 RS dividido por Carlos Brizido e João Pina Cardoso levaram a melhor sobre Pedro Bastos Rezende, ambos em carros semelhantes da classe H-1976, por apenas 0,268s. Apesar do asfalto se apresentar húmido, mas com tendência para secar, dificultando a tarefa dos pilotos, registou-se um enorme equilíbrio, ficando os quatro primeiros separados por uns inexpressivos 0,481s.
Neste grupo ficou ainda o Porsche 911 2.8 RS de Paul Daniels e Markus Palttala e o ágil Lotus Elan 26R de Carlos Barbot e Diogo Matos, ficando estas duas equipas a dividir a segunda linha da grelha de partida.
Foi por esta ordem que os quatro primeiros e o restante pelotão alinhou ao estilo clássico do arranque para as 24 Horas de Le Mans – pilotos de um lado da pista e carros do outro, estacionados em espinha pela ordem da qualificação – para a esperada prova dos 250 km do Estoril.
Antes da partida simbólica, houve ainda tempo para a Fanfarra dos Bombeiros de São Pedro de Sintra descrever a longa grelha de partida ao som de instrumentos de precursão, marcando ritmo para uma prova que viria a ser emocionante e disputada, ao passo que a imponente a Taça da prova apoiada pela PowerSHIELD adornava a linha de meta.
O primeiro líder do pelotão foi o Porsche de Carlos Brizido e João Pina Cardoso que arrancou bem da pole-position, ao passo que a oposição de Carlos Barbot e Diogo Matos se diluiu logo à quarta volta, com o abandono do sofisticado Lotus Elan 26R.
Ao longo das duas horas de prova, foram diversos os líderes, tendo Hipólito Pires e Tiago Raposo Magalhães chegado a passar pelo comando após as paragens nas boxes. No entanto, duas penalizações acabaram por atrasar a dupla do Porsche 904/6 irremediavelmente, ganhando, ainda assim, a classe H-1965 frente ao Shelby Cobra Daytona de Brice Pineau e Olivier Muytjens, acabando P-A Forsvall em Lotus Elan no derradeiro lugar do pódio desta contenda.
Foi então que Jesus Fuster e Jorge Lopez assumiram o comando da corrida, dando ideia de que poderiam manter-se lá até à bandeira de xadrez. As esperanças do duo do Porsche 911 3.0 RS esfumar-se-iam numa penalização por ter ultrapassado na zona de trabalho da via das boxes numa das vezes em que parou para realizar um ‘pit-stop’.
A dupla espanhola do carro alemão cruzaria a linha de meta em terceiro da classe H-1976, acompanhando Pedro Bastos Rezende na subida ao pódio, tendo este sido o primeiro a cruzar a linha de meta com uma prestação que aliou a consistência e imaculada na gestão de boxes, o que lhe permitiu levantar a desejada e imponente Taça dos 250 km do Estoril.
Com uma corrida limpa e sem cometerem erros, Paul Daniels e Markus Palttala, dois pilotos que passaram pelo Campeonato do Mundo de Endurance (WEC), viram a bandeira de xadrez no segundo posto, ficando classificados na mesma posição na classe H-1976.
Paulo Lima, no seu majestoso Ford GT40, era também candidato a levantar a imponente e espetacular Taça do evento, mas algumas penalizações impediram-no de o fazer, vencendo, contudo, a classe GTP & SC, deixando para trás João Mira Gomes e Nuno Afoito, no seu Lotus 7 que venceu esta prova em 2014, e assinando a volta mais rápida da corrida.
Pai e filho, Stéphane Rey e Mathias Rey, em Crossle 7S, ficaram no degrau mais baixo do pódio desta classe, muito embora a longa distância dos dois primeiros.
Nos H-1971 também se viveu uma luta intensa pelo triunfo entre o Alfa Romeo GTAm de Pedro Gonçalves, Manuel Melo e João Sardinha e um carro da marca de Arese semelhante de Rafael Cerveira Pinto e Carlos Dias Pedro, acabando por ser esta dupla a levar a melhor ao se impondo aos seus adversários desta corrida.
Vítor Costa, sem conseguir alcançar as rápidas máquinas italianas, levaria o seu Lotus Elan até ao degrau mais baixo do pódio desta classe, no seu primeiro pódio da temporada.
Nuno Nunes em Porsche 911 SWB, foi o mais forte na classe Gentleman Driver Spirit (GDS), onde a Garagem João Gomes monopolizou as posições do pódio, sendo acompanhado na subida ao pódio por Michel Mora, num carro semelhante de Weissach, e pela dupla Piero dal Maso/José Carvalhosa. No entanto, até poucos minutos antes da corrida terminar era o piloto francês quem estava na primeira posição, mas um “drive through” colocou-o no segundo posto da classe.
Na mais importante classificação da mais prestigiada competição de clássicos do sul da Europa, o Index de Performance, que oferece um fabuloso e exclusivo relógio Cuervos y Sobrinos, viveu-se uma enorme batalha, acabando por ser o Alfa Romeo Giulia Ti Super de Rui Bevilacqua, António Magalhães e Nuno Veiga por se impor perante o Lotus Elan do sueco P-A Forsvall e o BMW 1800 Ti SA de Alberto Velez-Grilo e Luís Sousa Ribeiro.
Foi em celebração que a temporada de Historic Endurance terminou, deixando uma sensação de satisfação a todos os pilotos e equipas e criando o desejo de olhar já para a época de 2024.
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