OPINIÃO: Estará a Fórmula E a perder relevância?
Espera-se que a decisão seja positiva para a competição, mas a Mercedes ainda não confirmou a sua presença na terceira geração da Fórmula E, a Gen3, pois aguarda ‘clarificação’. Mas afinal porquê, depois de anos de ‘boom’ a Fórmula E viu anunciar a sua saída, Audi e BMW e não conseguiu ainda convencer a Mercedes? Facto: Audi e BMW, marcas quase totalmente viradas para os carros de estrada elétricos, decidiram sair da Fórmula E, que já não é uma competição adequada para eles. (não esquecendo, claro que ainda ficam a Mercedes, para já, ainda estão na Fórmula E a Penske, NIO, Jaguar, DS, Nissan, Mahindra, Porsche e Venturi, o que não é propriamente mau).
Seja como for, voltando às razões do abandono, será pelo facto de uma época de Fórmula E ter custado na época inaugural em 2014/2015 cerca de 10 milhões de euros e seis anos depois custar quatro vezes mais? A BMW diz que a competição já não serve os seus propósitos: “Quando se trata do desenvolvimento de e-drivetrains”, o comunicado de imprensa dizia: “O Grupo BMW esgotou as oportunidades para esta forma de transferência de tecnologia no ambiente competitivo da Fórmula E”. Claríssimo. Deixou de ser relevante. Mas porquê? Segundo sabemos, tudo gira à volta das baterias e dos inversores. A bateria de um monolugar de Fórmula E não é, logicamente, a mesma de um carro de estrada, pois têm propósitos completamente diferentes. Para os carros de estrada são precisas baterias com boa densidade de energia e para os Fórmula E, densidade de potência. Ora, o que é isto? Densidade de energia tem a ver com a quantidade de energia que pode ser armazenada numa bateria, e a densidade de potência, relaciona-se com a energia que pode ser descarregada pela bateria, em termos leigos, a potência. São baterias completamente diferentes. Portanto a transferência de tecnologia ‘foi-se’…
Por outro lado, ao que parece a indústria automóvel caminha para grupos motopropulsor comuns partilhados entre fabricantes com custos de desenvolvimento repartidos, e na Fórmula E, cada marca constrói a sua unidade motriz. O oposto. Esta pode ser outra razão.
Por fim, a Fórmula E teve um crescimento rápido de interesse no seio dos adeptos, mas provavelmente, nesta altura do ‘campeonato’ as marcas já não acham tanta graça ao “custo versus retorno”.
Para dar alguns exemplos, a Fórmula E tem 245.700 seguidores no Twitter e 627.000 subscritores no YouTube. A Fórmula 1 tem 5,4 milhões no Twitter e 5,14 milhões no Youtube. O WRC tem 346.200 no Twitter e 652.000 no Youtube. E a Fórmula E sempre trabalhou bem nestes dois casos. Mais um ponto que pode fazer diferença.
Claro que haveria muito mais para escalpelizar, e na verdade tomara muitas competições, por exemplo o WRC, ter tantos construtores como a Fórmula E. Que, relembramos, tem apenas 70 anos de existência. A Fórmula 1 tem 71 e o WRC quase 50. Cumpre-os em 2023. Portanto, as notícias não foram boas para a Fórmula E com a anunciada saída da Audi e da BMW, mas se formos falar do WRC, por exemplo, a preocupação é bem maior.
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Se calhar era melhor começar pelo fim e escalpelizar mesmo e fazer o filme da competição. Sinceramente quase todos esperavam que fosse uma moda, uma Superleague Formula, uma A1GP. Comparar a FE com F1 ou WRC é ridículo. A dimensão, longevidade e relevância da FE é uma gota comparado com as outras. Mesmo comparando com categorias WEC ou WTCC seria forçado, pois apesar da idade da actual encarnação, competições de protótipos ou de turismos existem há décadas e décadas e por todo lado. Já de carros elétricos, não. O que me espanta não é saírem algumas marcas (qual a categoria… Ler mais »