Fórmula E, Seul: 13 carros terminam a corrida 1, mas Mitch Evans mantém a chama acesa
A penúltima corrida do ano do Campeonato do Mundo de Fórmula E foi atribulada, com seis carros a ficarem fora de prova. Um incidente que envolveu oito carros e levou a uma demorada interrupção. Mitch Evans fez a sua parte para manter as esperanças pelo título vivas e venceu a primeira corrida do fim de semana em Seul. António Félix da Costa terminou no nono lugar, comprometido pela posição na grelha de partida, depois de uma qualificação em que a chuva não o ajudou.
It was an incredible race start for @LucasdiGrassi as he swooped in to take the lead, but @mitchevans_ wasn’t waiting around 👀⚡️
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— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) August 13, 2022
Oliver Rowland (Mahindra) largou da Pole, seguido de Lucas di Grassi (Venturi) e Mitch Evans (Jaguar). A pista estava molhada e a chuva que atrapalhou na qualificação ainda dava dores de cabeça, apesar de já não cair dos céus de Seul. Evans largou muito bem e passou para segundo na primeira curva, superando Rowland que tinha largado mal e na segunda curva conseguiu passar di Grassi, assumindo a liderança da prova. Rowland era terceiro, seguido de Jake Dennis (Avalanche Andretti) e Edo Mortara (Venturi). Di Grassi caiu para terceiro, com Rowland determinado em compensar o mau arranque. Félix da Costa (DS Techeetah) manteve-se na 12ª posição. Pouco depois, tivemos bandeira vermelha em pista, com um choque em cadeia numa das curvas do circuito de Seul. Envolvidos no acidente tínhamos Nick Cassidy (Envision), Oliver Askew (Avalanche Andretti), Nyck de Vries (Mercedes), Oliver Turvey (NIO), Sebastien Buemi (Nissan), Norman Nato (Jaguar), Dan Ticktum (NIO) e André Lotterer (Porsche), com vários carros a perder aderência naquela zona da pista, seguindo em frente, sem evitar o choque.
Great to see all seven drivers walk away unscathed from this incident at the start of the race.
Round 15 is currently under red flag conditions as the cars are recovered from the track.
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A interrupção foi demorada para retirar os carros de pista e fazer as reparações necessárias. Enquanto isso acontecia, a chuva afastou-se e a pista começou a secar, o que podia comprometer quem apostou numa afinação mais a pensar em pista molhada.
Sobraram apenas 16 carros para o recomeço da prova. A ordem do recomeço era Evans, Rowland, Di Grassi, Dennis, Mortara, Jean- Éric Vergne (DS Techeetah), Stoffel Vandoorne (Mercedes), Pascal Wehrlein (Porsche), Sérgio Sette Câmara (Dragon Penske), Antonio Giovinazzi (Dragon Penske), Félix da Costa, Max Gunther (Nissan), Robin Frijns (Envision), Alex Sims (Mahindra), Norman Nato e Nick Cassidy que regressaram às boxes após o acidente e puderam continuar a corrida.
No recomeço, Evans manteve a liderança, ganhando alguma vantagem para Rowland e Di Grassi. Félix da Costa mantinha-se em 11º, mas foi por pouco tempo, pois passou por Sette Câmara ainda na primeira volta, instalando-se no top 10. Mortara levou um toque de Vergne e quase perdia o controlo do carro, caindo para sétimo, atrás de Vergne e Vandoorne. Mortara acabou por ser penalizado por ter mudado várias vezes de trajetória na zona de travagem. A pista continuava a secar e a aderência melhorou ligeiramente, mas na frente tudo se mantinha na mesma, com Evans a controlar a corrida. Jake Dennis foi o primeiro a ir ao Attack Mode. Rowland e Di Grassi foram logo a seguir, mas o líder esperava um pouco mais, mantendo-se no primeiro lugar, após passar pela zona de Ativação, quando faltavam 30 minutos para o final. Félix da Costa já era nono nesta fase.
Five-second time penalty for @edomortara after a repeated change of direction following this incident with @JeanEricVergne 👇
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A luta entre Dennis e Vergne aquecia, com o quarto lugar em discussão, não muito longe de Di Grassi que se mantinha em terceiro, com a ordem do top 3 inalterada e as distâncias estáveis. Evans foi à sua segunda ativação do AM, mantendo a liderança, com Rowland por perto, mas sem conseguir ameaçar o piloto da Jaguar. Atrás, Vandoorne atacava Vergne e passava o francês, colocando-se numa posição ainda melhor (quinto) para assegurar o título, apesar das contas ditarem que apenas amanhã haverá festa, com Mitch Evans a adiar a abertura do champanhe.
A pouco mais de dez minutos do fim, o pneu traseiro esquerdo do Venturi de Mortara cedeu e o piloto ficou parado perto de uma saída, acabando com as suas esperanças do título, ele que corria por fora nesta luta, já algo distante. Ficou assim definitivamente arredado.
Full course yellow on track as @AlexanderSims hits the barrier and is out of the race.
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Perto do final, Evans cometeu um pequeno erro que permitiu a aproximação de Rowland, mas não o suficiente para assustar o líder da corrida. Segundos depois, Sims apareceu parado contra as proteções da pista, o que poderia provocar o fim prematuro da corrida, pois o Mahindra estava em mau estado e não seria fácil retirá-lo em tempo útil. A direção de corrida acionou o Full Course Yellow e o Safety Car de seguida, na penúltima volta, com a corrida a terminar com Bruno Correia à frente do pelotão. Evans carimbou a quarta vitória da época, seguido de Oliver Rowland e Lucas Di Grassi a fechar o top 3. António Félix da Costa terminou em nono lugar.
Foi uma excelente operação para Evans. Numa das melhores épocas do piloto e da própria Jaguar, a luta pelo título vai até ao fim. Stoffel Vandoorne tem uma boa margem e só tem de gerir os acontecimentos amanhã, mas Evans oferece-se assim a oportunidade de lutar até ao fim, esperando por algum azar de Vandoorne. Evans fez uma corrida brilhante, quase sem erros e os que cometeu não foram comprometedores. O arranque foi a chave do sucesso e depois geriu a corrida melhor que ninguém, tendo energia para dar e vender, face à concorrência. Rowland fez uma boa corrida e mostrou o que pode fazer na Fórmula E. Um talento que nem sempre teve o carro certo, ou a mentalidade certa para ter mais sucesso este ano. Lucas Di Grassi festejou a corrida 99 com um pódio. O único piloto a nunca ter falhado uma corrida de Fórmula E, provou o champanhe na véspera do seu centenário, ele que foi o grande impulsionador do campeonato. Félix da Costa não teve uma corrida vistosa, mas a posição em pista comprometeu os objetivos do dia. Mortara falhou e com um par de erros e decisões menos felizes, colocou-se fora da luta pelo título, uma ambição que já era distante. Vandoorne fez o que lhe competia, ganhou algumas posições sem correr demasiados riscos e está muito bem lançado para conquistar o título pela Mercedes. Frijns fez mais uma grande corrida de recuperação, um hábito, terminando à frente de Félix da Costa, numa corrida onde apenas 13 carros viram a bandeira de xadrez.
Amanhã voltamos a ter qualificação às 3:40 e a corrida às oito, onde será entregue o título da época 8 de Fórmula E, a última com estes Gen 2 e onde podemos ver o segundo título consecutivo para a Mercedes (na sua última época) e o segundo título consecutivo para um piloto Mercedes.
Isto sim, foi uma corrida típica da Fórmula E 🙂 pena que tenha sido no arranque e que depois tenha dado para uma soneca (não para mim, que acordo sempre cedo, mas para quem acoe4dar cedo é sacrifício.
E não esquecer que quem liderou as últimas voltas, foi um português 🙂 mas não aquele que interessava. Esperemos que amanhã não chova.