Félix da Costa: “Tiago, tira-me daqui…”

Por a 17 Agosto 2020 11:07

Há uma história muito interessante denominada “o comboio da vida”, que retrata bem o que é por vezes o percurso das pessoas. Uma viagem de comboio, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques. O que sabemos é que esse comboio não volta atrás. Mas há pessoas, como o António Félix da Costa, que teve a capacidade de reconstruir para recomeçar. Isso é sinal de garra e de luta, saber viver, e ter força para dar a volta.

Isto a propósito duma história, que teve agora um capítulo fantástico, mas que o destino ‘encaminhou’ no momento certo. É o próprio Félix da Costa que a conta: “Estava em Donington, em 2014, quando os carros de Fórmula E iam andar pela primeira vez. Vinha de trabalhar com a equipa campeã de Fórmula 1 da altura, estava com a BMW no DTM, e vi-me em Donington com um carro elétrico, com dois mecânicos vestidos à civil, uma caixa de ferramentas no chão, e tudo isso numa altura em que tinha perdido o meu sonho (ndr, ir para a F1 com a Red Bull/Toro Rosso).

Eu acho que nunca contei esta história publicamente, mas agarrei no telefone e liguei para o meu manager, Tiago (ndr, Tiago Monteiro) e disse-lhe “meu, tira-me daqui que eu não consigo fazer isto”.

O Tiago ligou-me seis horas mais tarde e disse-me, “OK, estamos fora”. Mas eu estava a chegar a um teste da BMW no DTM (ndr, Jens Marquardt, Motorsport ‘boss’ da BMW), e disse-lhe que afinal já não ia fazer a Fórmula E, e ele disse-me; “não, tens que fazer, não te posso dizer porquê, mas precisamos que lá estejas” (risos). Então, peguei no telefone, Tiago (mais risos), preciso do contrato de volta!

Eles ficaram contentes (ndr, Amlin Aguri), foi um primeiro ano difícil, uma semana antes da segunda temporada da Fórmula E começar, eu não tinha equipa, e ficaram comigo outra vez. O Mark (ndr, Mark Preston, atual Chefe de Equipa da DS Techeetah, foi fundador e Chefe de Equipa do Team Aguri na Fórmula E, na altura em que Félix da Costa lá esteve) sempre teve a porta aberta para mim, e a segunda temporada foi o que me fez ficar na Fórmula E, fui para a Andretti AutoSport nas épocas três e quatro, e estava apenas a fazer voltas, em pista, levava voltas de avanço do Buémi, di Grassi, o JEV (Jean Eric Vergne). Foi duro, foi realmente duro.

Finalmente a BMW veio para a Fórmula E, e eu ganhei a primeira corrida com eles. Para mim, foi um enorme peso que me saiu dos ombros, pois fiquei a saber que ainda tinha o que era preciso, eu ainda conseguia batê-los. E depois surgiu esta hipótese (ndr, ir para a DS Techeetah) via aqui uma melhor hipótese de vencer, vim para cá e o resultado está à vista. Obrigado à DS Techeetah por me ter dado a melhor chance da minha vida.

Estive tão perto de desistir, felizmente as pessoas à minha volta nunca deixaram, estou muito feliz…”

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1 Comentário
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Pity
Pity
4 anos atrás

É.. O que tem de ser, tem muita força. Parabéns AFC. Não pude felicitar no próprio dia, mas não podia deixar de o fazer.
Giro que naquele dia, o pódio era composto por três “rejeitados” da Red Bull.

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