ELMS – Títulos entregues em Portimão
O Autódromo Internacional do Algarve recebeu a última ronda do ELMS 2021. Com os títulos em LMP2 Pro já entregues, era nas categorias secundárias que estava o foco nesta última prova, assim como na estreia do jovem Guilherme Oliveira, que fez a sua primeira corrida em LMP3.
Tivemos 41 carros em pista para a última jornada do europeu de endurance, um pelotão recheado de talento e ainda com muitas contas por fazer. Se a questão do título em LMP2 Pro estava já resolvida com o #41 da WRT (Robert Kubica, Louis Delétraz e Yifei Ye) a levar o título de pilotos e por equipas, faltavam entregar os títulos em LMP2 Pro Am, LMP3 e LMGTE, além de entregar os convites automáticos para a edição 2022 de Le Mans. Rui Andrade, piloto angolano da G-Drive estava na luta pelo título Pro Am e Guilherme Oliveira dava os primeiros passos nos Protótipos, no #12 da Racing Experience. enquanto a Algarve Pro Racing (APR) tentava fechar o ano com um bom resultado, em casa, com uma novidade, a inclusão de Sophia Floersch, piloto DTM e WEC, que se juntou a Ferdinand Habsburg e Richard Bradley.
Melhor arranque da WRT
Os já campeões do ELMS começaram melhor o último fim de semana do ano e fizeram o melhor tempo da sessão de treinos livres 1, com Louis Deletraz a assinar o melhor registo (1.32.305), um décimo de segundo à frente de Nick De Vries no #26 da G-Drive Racing (1.32.440) e Paul Loup Chatin no #28 da IDEC (1.32.470). Neste primeiro treino a APR foi décima classificada enquanto a Guilherme Oliveira (LMP3) teve uma sessão mais complicada, com poucas voltas dadas, o que dificultou a sua adaptação.
Nicolas Jamin foi o mais rápido durante a segunda sessão de treinos. O francês liderou a tabela de tempos no #32 da United Autosport (1.31.403). Paul-Loup Chatin foi o segundo mais rápido, cerca de três décimos atrás da referência e um décimo à frente do líder Pro/Am – o #25 G-Drive Racing Aurus 01 Gibson LMP2 conduzido por Gustavo Menezes (1.31.826), numa sessão que viu dois incidentes (toques entre LMP2 e GT), um deles provocando mesmo a interrupção da sessão. O #24 da APR foi sexto classificado e em LMP3 o #12 de Oliveira voltava a ter problemas, com apenas sete voltas feitas, a juntar as cinco da primeira sessão.
Milesi voltou a ser o mais rápido na qualificação
Charles Milesi, no #37 da COOL Racing, repetiu a pole que conquistou em Spa, destronando a Algarve Pro Racing, que esteve perto de conseguir a pole em casa.
O carro mais rápido no início da sessão de qualificação foi o #24 da APR de Ferdinand Habsburg, com o austríaco a fazer o tempo de 1:31.233. O #26 da G-Drive Racing, com Nyck De Vries, esteve brevemente no topo com o tempo de 1:31.105 antes de Habsburg voltar a ser o mais rápido. Mas Milesi decidiu que queria começar a corrida na frente e o vencedor das 24 Horas de Le Mans em LMP2 cruzou a linha com o registo de 1:30.812, apenas 0.177s à frente do #24. O #25 da G-Drive com o angolano Rui Andrade ficou na décima posição.
Em LMP3, as contas também não foram fáceis de fazer. O campeão de LMP3 de 2020 Wayne Boyd conquistou a primeira pole da temporada para o #2 da United Autosports (Ligier), a primeira desde as 4 Horas de Portimão do ano passado. Boyd fez o tempo de 1:36,803, apenas 0,009s à frente de Ugo De Wilde no #13 da Inter Europol (Ligier). Laurents Hörr tentou a sua quinta pole no #4 da DKR Engineering com o registo de 1:36.488, mas foi imediatamente empurrado de novo para o segundo lugar por De Wilde, o belga sendo 0,057s mais rápido do que o seu rival alemão. No final da sessão, Hörr foi mais rápido novamente, mas perdeu a volta por exceder os limites da pista. Então Boyd cruzou a linha com o tempo de 1:36.372 para conquistar a pole position por apenas 0.059s. O #12 da Racing Experience, do jovem Guilherme Oliveira, fez o 14º tempo da sua categoria.
Em LMGTE, Ross Gunn (Aston Martin Vantage AMR) garantiu a sua segunda pole position da temporada com o tempo de 1:39.209 na sua penúltima volta da sessão de 10 minutos. O piloto britânico foi o mais rápido no início, mas uma violação do limite da pista removeu essa volta da tabela. Depois de uma curta paragem para troca de pneus, Gunn atacou para garantir a pole para as 4 Horas de Portimão. Gianmaria Bruni (Porsche 911 RSR – 19) fez o segundo tempo, assinando o registo de 1m39.689, seis centésimos à frente do Ferrari #88 da AF Corse de Alessio Rovera e um décimo à frente do Ferrari #80 da Iron Lynx de Miguel Molina.
LMP2 – United voltou a ser feliz em Portimão
MIlesi começou a corrida da melhor forma e manteve a liderança nas primeiras curvas, seguido de perto pelo #24 da APR, com Richard Bradley ao volante, e do #32 da United Autosport com Manuel Maldonado. Phil Hanson começou mal a prova e caiu até ao oitavo posto.
Mas ainda na primeira hora de prova, a prova teve de ser interrompida depois do # 30 da Duqueine Engineering ter perdido uma roda na última curva da pista, perdendo o controlo do carro. O #18 AIM Villorba Corse (Ligier) tentou evitar o LMP2 mas, ao fazê-lo, bateu de frente com a proteção da entrada da via das boxes, destruindo o carro. Felizmente Andreas Laskaratos conseguiu sair do carro sem mazelas, uma prova da segurança das atuais máquinas.
Depois da interrupção (bandeiras vermelhas) e de duas voltas atrás do Safety Car, a corrida recomeçou, mas as estratégias começaram a variar muito. Os #37 e #24 foram para as boxes para a sua primeira paragem enquanto Phil Hanson no #22 da United concluiu a sua recuperação e ultrapassou Robert Kubica no #41da WRT Oreca pela liderança antes de ambos os carros também irem para as boxes. Mas a United apenas fez um reabastecimento, sem efetuar trocas de pneus, pelo que saiu na frente com alguma margem com o #22 e #32 na frente.
A corrida foi decorrendo a um grande ritmo, mas sem incidentes nem erros, a estratégia voltava a ganhar importância e nas segundas paragens nas boxes, foi a vez do #41 de Yifei Ye passar para a frente, seguido de Sophia Floersch no #24 da APR e de Tom Gamble
no #22. Ye mantinha-se na frente, mas a luta entre Floersch e Gamble aquecia, acabando por sorrir ao piloto britânico, que alcançou a segunda posição.
Para o #32 a tarde complicou-se e Job Van Uitert tentou passar o #35 BHK Motorsport (LMP3) mas um toque forçou Van Uitert a entrar nas boxes para reparações, além de receber uma penalização por ter causado o acidente.
A corrida voltou a dar uma reviravolta nas paragens nas boxes e Gamble passou para a liderança, à frente do #41 agora com Louis Deletraz e o #24 nas mãos de Ferdinand Habsburg, que foi para a pista mais cedo, com um furo a terminar precocemente o turno de condução de Floersch. Nesta fase também o #65 da Panis Racing com Will Stevens e o # 26 G-Drive Racing (Aurus) de Nyck De Vries eram candidatos aos lugares do pódio. Mas as últimas paragens para reabastecimentos curtos não promoveram mais trocas na frente da corrida e a ordem manteve-se, apesar da pressão de Deletraz a Gamble. Assim, a United venceu na categoria LMP2, com o seu #22, tendo com companhia no pódio do #41 da WRT e do #24 da APR com Habsburg a fazer questão de levar a bandeira portuguesa para o pódio.
O triunfo em LMP2 Pro-Am foi para a COOL Racing após uma corrida dominante, Mas o título foi para a equipa G-Drive Racing, coroando também John Falb e Rui Andrade, que apenas precisavam manter o carro em pista para levar o título para casa, os primeiros a vencer esta categoria, que fez a sua primeira aparição este ano.
LMP3 – DKR festejou o título
O #4 da DKR Engineering (Duqueine) de Mathieu De Barbuat liderou o pelotão na curva 1, mas foi passado na primeira volta pelo # 2 da United Autosports (Ligier) de Rob Wheldon, com Martin Hippe no #13 da Inter Europol Competition (Ligier) na terceira posição. A batalha pela liderança foi travada durante várias voltas entre os dois carros, com Wheldon a segurar a sua linha e a sua liderança.
Depois do incidente que levou à interrupção da prova, o #4 ganhou vantagem na sua paragem nas boxes e regressou à liderança. Entretanto, o #19 da COOL Racing sofreu um duro golpe, pois a paragem nas boxes de Nicolas Maulini demorou muito mais tempo do que o esperado, empurrando os então líderes do campeonato LMP3 para o 14º lugar, enquanto que o DKR manteve firmemente a liderança. Mais azar teria o #19, quando um furo acabou com as esperanças da equipa conquistar o título.
Laurents Hörr entrou para o #4 para os últimos turnos de condução e manteve-se na frente da corrida, seguido do #13 da Inter Europol e o #2 da United, que recebeu uma penalização por abuso de limites de pista, que o atirou para quarto, atrás dp #9 da Graff (Ligier). Após as últimas paragens, o #2 ultrapassou o #9 Graff, recuperando a posição final no pódio. O #4 da DKR cruzou a linha de meta em primeiro, seguido do #13 da Inter Europol e do #2.
No entanto uma penalização pós corrida, após protesto da COOL Racing (luzes traseiras não estavam funcionais) levaram a uma penalização de um minuto e 5, atirando o carro #4 para o quarto lugar, ficando a vitória para o #13. À hora de fecho deste jornal, não havia informação oficial por parte da organização do campeonato sobre o sucedido, apenas a nota lançada pelos comissários. De qualquer forma, a lógica da contas do campeonato não parece alterar o desfecho final e o #4 da DKR e Laurents Hörr sagraram-se campeões, sendo o quinto título consecutivo da DKR, depois de quatro na Michelin Cup.
Para Guilherme Oliveira foi a primeira experiência em corridas de longa duração. Apesar do resultado não ter sido muito expressivo, ficou a nota muito positiva de ter cumprido todos os seus objetivos e ter concluído o seu turno de condução sem problemas. Boa estreia do jovem piloto.
LMGTE – Iron Lynx com festa a dobrar
O #80 Iron Lynx (Ferrari 488 GTE EVO) de Rino Mastronardi, Matteo Cressoni e Miguel Molina conquistaram a terceira vitória e o sexto lugar no pódio da Série Europeia Le Mans 2021 para serem coroados campeões de 2021.
O #95 da TF Sport (Aston Martin) de John Hartshorne começou na pole, mas o piloto britânico foi passado pelo Ferrari #88 da AF Corse de François Perrodo, pelo # 80 da Iron Lynx Ferrari de Rino Mastronardi e pelo Ferrari #83 da Iron Lynx de Sarah Bovey.
Os três Ferraris estavam à frente dos Porsches da Proton Competition, o #77 de Christian Ried e o #93 de Michael Fassbender.
No recomeço da prova após bandeiras vermelhas, Mastronardi liderava , com Sarah Bovy à frente de François Perrodo. Com as primeiras idas para as boxes estes papéis foram invertidos quando o #88 da AF Corse Ferrari surgiu na frente do #83 da Iron Lynx.
No entanto o #88 da AF Corse levou duas penalizações por abuso dos limites da pista, ficando fora das contas pela vitória.
O #80 voltou para a frente da corrida, com Miguel Molina a resistir aos ataques de Felipe Laser. O #83 também foi penalizado por ter causado um contacto com o #13 Inter Europol Competition , mas regressou ainda ao 3º lugar. No final da corrida o #80 venceu a prova, conquistando também o título de pilotos e por equipas.
Terminou assim a época do ELMS com os Títulos entregues. A WRT e os pilotos Robert Kubica, Louis Delétraz e Yifei Ye festejaram em LMP2, com o segundo lugar a ficar para o #22 da United Autosport que recebe assim o segundo convite automático para Le Mans. Nos Pro Am título para o #25 da G-Drive com John Falb e Rui Andrade. Em LMP3 título para a DKR Engineering e o seu piloto Laurents Hörr, recebendo também convite para Le Masn (em LMP2) e em LMGTE título para a Iron Lynx e para os seus pilotos Matteo Cressoni, Rino Mastronardi e Miguel Molina, recebendo o convite para Le Mans tal como o #55 da Spirit of Race (Ferrari).