CPM, João Fonseca: “Dificuldade não foi guiar, mas sim estar à partida”

A Rampa de Boticas foi o palco da consagração de João Fonseca como novo campeão nacional de Montanha, repetindo o título alcançado em 2015. O piloto da Covilhã venceu a sétima prova da temporada, mas não escondeu as dificuldades que teve de ultrapassar ao longo da época.

João Fonseca, título absoluto, título de protótipos, dupla vitória final que é o culminar de uma época que te correu quase a roçar a perfeição.

“Sim, é verdade. E julgo que é muito merecido. Quem está ao perto – equipa, amigos e patrocinadores – sabe da dificuldade que sentimos, não de conduzir, pois esse é um trabalho que faço sempre com cabeça e com empenho, mas sim de estar à partida e ter conseguido trazer o carro para as corridas, prova a prova, essa sim foi a grande dificuldade, porque enfrentamos sempre muitas limitações financeiras. Os objetivos estão alcançados. Participamos na última prova com cabeça e não com o coração, pois o objetivo estava prestes a ser atingido e não podíamos deitar tudo a perder. Resolvida a questão, dei tudo para chegar a mais uma vitória, para festejar os títulos da melhor maneira e felizmente que assim aconteceu”.

Foste o grande dominador da época mas isso não quer dizer que tenha sido um campeonato pouco competitivo.

“Não, nem pouco mais ou menos. O Hélder Silva e o José Correia estiveram sempre fortes, continuamente a evoluir e parabéns aos dois pelo excelente campeonato que fizeram. Valorizaram os meus títulos e mereceram por inteiro estar no pódio final dos dois campeonatos. No caso do José Correia, obviamente a sua adaptação ao Osella demorou mais, tendo em conta que é o carro com maior potencial do campeonato e vai ser um caso sério como adversário na época de 2020, sendo claramente um dos favoritos às vitórias e aos títulos.

Foi uma luta renhida entre os três, que durou até final, o que tornou este campeonato mais bonito, mais aliciante para os espectadores e para todos quantos seguem a Montanha”.

João, agora que temos 2019 encerrado e logo com 2 títulos, com que perspetivas partes para a época de 2020?

“Com calma mas com vontade, com intenção de concretizar um projeto que temos em mente. Está em cima da mesa mas, tal como em 2019, a grande dificuldade será reunir todos os apoios necessários para o concretizar. Mas que não haja dúvidas. Queremos lutar pela renovação dos títulos e estar à partida de todas as provas para vencer!”

Para além dessa aposta na defesa dos títulos, tens ambição de vires a ter uma carreira internacional?

“Já pensei nisso mas os custos são muito elevados. Agora, uma ou duas provas avulsas no Europeu, quem sabe até participar no FIA Hill Clim Masters 2020, mas não mais do que isso, porque será quase impossível reunir os apoios necessários para uma época internacional completa. Quem sabe um dia!”