Os nove heróis lusos no Dakar
Está prestes a arrancar mais uma edição do Dakar, e embora o ano de 2016 fique marcado por uma comitiva lusa com números muito abaixo do recorde de 27 equipas que fizeram parte do Lisboa-Dakar de 2007, nunca como agora a esperança de ver um piloto português no lugar mais alto do pódio foi tão grande. Quantidade nunca foi sinónimo de qualidade e depois de já termos visto Hélder Rodrigues, Ruben Faria e Paulo Gonçalves subir ao pódio nas últimas edições do Dakar sul-americano, 2016 há mais uma oportunidade para fazer História.
Em 2011 Portugal colocou pela primeira vez um piloto no pódio do Dakar, com Hélder Rodrigues a terminar no 3º lugar e a repetir a façanha na edição seguinte. Em 2013 foi a vez de Ruben Faria fazer história ao conseguir o melhor resultado de sempre de um português no Dakar, o 2º lugar, um feito igualado por Paulo Gonçalves em 2015.
Este ano, Portugal conta com a presença de nove elementos, entre piloto e navegadores. Nas motos, Paulo Gonçalves (Honda), Rúben Faria (Husqvarna), Hélder Rodrigues (Yamaha), Mário Patrão (KTM) e Pedro Bianchi Prata (Honda). Nos Autos, Carlos Sousa e Paulo Fiúza (Mitsubishi Brasil), Filipe Palmeiro navega o chileno Boris Garafulic e José Martins é um dos pilotos de um camião Renault.
Muito naturalmente, os motards são a grande esperança para um triunfo, sobretudo agora que Marc Coma e Cyril Despres já enveredaram por outros caminhos nas suas vidas desportivas. A julgar pelo passado recente, Paulo Gonçalves é o piloto português com maiores hipóteses de poder lutar pela vitória no Dakar, depois do piloto de Esposende ter dado à Honda um título mundial em 2014 e o 2º lugar no Dakar em 2015. A marca japonesa ainda tem de provar que consegue bater a experiente e todo-poderosa KTM, que continua a ter uma máquina temível mas que este ano surge sem um verdadeiro ‘ponta de lança’ após o abandono de Coma. Só que mesmo que a Honda tenha uma moto ganhadora, Paulo Gonçalves sabe que terá forte concorrência interna. Joan Barreda Bort é um piloto ultra-rápido e que já parece ter aprendido todos os truques e técnicas da navegação, tendo liderado a última edição até à fatídica etapa no Salar de Uyuni.
Se Paulo Gonçalves navegar pelo menos tão bem quanto Barreda Bort, o português poderá apostar na consistência para tentar bater o seu amigo e companheiro de equipa, ao mesmo tempo que tenta superar os jovens pilotos da KTM. Hélder Rodrigues também parece ter recuperado a motivação no regresso à Yamaha, desta feita com um estatuto e responsabilidade acrescidos, tendo conduzido – como ele tanto gosta – todo o desenvolvimento da nova moto da marca japonesa (através da Yamaha Europe). O piloto de Almargem do Bispo ganhou duas etapas em 2015 e é de uma regularidade notável, já que em nove participações terminou seis vezes no top 5. Será que conseguirá voltar ao nível de 2011e 2012?
Também Ruben Faria parte com expectativas de lutar pelos primeiros lugares, numa fase da sua carreira em que já não tem de trabalhar para qualquer piloto mas onde também já conta com 41 anos e algumas lesões no currículo. Ainda assim, o piloto algarvio terá uma moto de topo – a Husqvarna é basicamente uma KTM com outra decoração – e ainda tem rapidez suficiente para dar nas vistas, tendo de provar que consegue navegar como os melhores. É nestes três portugueses que reside a esperança de uma vitória lusa no Dakar. Pelo menos a curto prazo, já que Mário Patrão não tem ainda meios nem experiência para fazer nos rally raids aquilo que fez nos campeonatos nacionais durante vários anos. Pedro Bianchi Prata também pretende sobretudo chegar a Rosário no dia 16 e tentar bater o seu melhor resultado no Dakar: o 29º lugar.
Sousa dependente da Mitsubishi
A tarefa dos portugueses nos automóveis afigura-se bem mais complicada. Filipe Palmeiro repete a experiência como navegador de Boris Garafulic mas, apesar do poderio do MINI All4 Racing, o chileno está longe de ser um piloto de topo e poderá até servir de assistência rápida aos principais pilotos da X-Raid. Carlos Sousa, por outro lado, continua a ser um pêndulo confiável para qualquer equipa. ‘Guiga’ Spinelli sabe disso mesmo e tentou seguir os conselhos do português no desenvolvimento do Mitsubishi ASX Racing, principalmente ao mudar de fornecedor nas suspensões. A caminho dos 50 anos, até seria lícito questionar se Sousa ainda tem rapidez suficiente para lutar com os melhores, mas é preciso lembrar que em 2014 o português levou um Great Wall (na prática, um algo datado BMW X3) à vitória na primeira etapa. E em 2015 conseguiu concluir o Dakar como o melhor não-MINI e não-Toyota com um carro que ficou praticamente sem suspensão em algumas etapas.
Portanto, o objetivo de Carlos Sousa é estar no ‘lugar certo à hora certa’, aproveitando a natural vaga de desistências à medida que as dificuldades se vão sucedendo, tentando melhorar o 8º lugar do ano passado. Não será fácil mas Sousa é uma ‘velha’ raposa do deserto e isso, no Dakar, vale ouro. Por fim, depois da estreia em 2015, José Martins mantém a aposta no Dakar, sendo um dos nomes, e o único luso-francês, presente nos pesos pesados. Novamente em Renault, o piloto irá partilhar a cabine do camião nº 551 com os franceses Franck Puchouau e Bruno Bouey, repetindo assim a tripla do ano passado.
O Autosport já não existe em versão papel, apenas na versão online.
E por essa razão, não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Desconto nos combustíveis Repsol
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Desejo que todos os Portugueses presentes, tenham uma boa prestacão neste Dakar.