Dakar, Etapa 1: até um camião ficou à frente de Loeb, Attiyah e Peterhansel…
Se o aperitivo de ontem, caiu bem na caravana, o primeiro ‘prato’ deste Dakar foi indigesto para laguna, a começar logo por Nasser Al-Attiyah e Sébastien Loeb, dois dos favoritos à vitória no Rali Dakar, que se viram atrapalhados pelos furos. O piloto catari correu mesmo o risco de ficar bem condicionado, pois furou duas vezes, e teve que guiar como a ‘avozinha’ até final, perdendo tempo significativo. Quem aproveitou, foi um rookies nestas andanças dos Ultimate: Guillaume de Mevius.
Hoje fez-se história na M-Sport: foi a sua estreia competitiva, a ‘valer’ no Dakar, depois do prólogo de ontem. E os números não foram simpáticos, embora isso já fosse, mais ou menos, esperado.
Nani Roma foi 17º mas Gareth Woolridge teve danos na suspensão da Ford Ranger Raptor T1+
A verdade é que do lado da Prodrive, as coisas não estiveram muito melhor…
Loeb teve de parar para mudar um braço de suspensão danificado e Al Attiyah, como já referimos, teve dois furos.
A província de Medina, no quadrante noroeste da Arábia Saudita, serviu de cenário para a especial, que se prolongou por 414 quilómetros e colocou fortes dificuldades nas equipas do Dakar.
Depois de sair de AlUla, o pelotão contornou desfiladeiros na areia, mas a paisagem mudou rapidamente para um terreno mais desafiante.
O solo vulcânico da segunda metade da etapa ‘aqueceu’ os grandes favoritos, como Nasser Al Attiyah e Sébastien Loeb, mas Guillaume de Mevius manteve a cabeça fria e levou a melhor sobre Carlos Sainz nesta etapa caótica. Guillaume de Mevius ganhou um grande impulso de confiança ao volante da sua Toyota Hilux, ele que apenas tinha conduzido no Rallye du Maroc. O jovem belga, que ainda tinha dúvidas sobre as suas perspetivas quando conquistou a sua primeira vitória no T3 em 2022, pode agora procurar paralelos com o seu pai Grégoire, que esperou até à sua quarta partida para conquistar as três vitórias em etapas na sua lista de vitórias.
Na sua primeira etapa na categoria rainha, o mais recente descendente da dinastia De Mevius terminou com 1m44s de vantagem sobre um piloto do calibre de Carlos Sainz, numa especial que dispersou os restantes favoritos. Uma enxurrada de furos custou a Nasser Al Attiyah 25 minutos e ao seu colega de equipa Sébastien Loeb 23 minutos, enquanto Guerlain Chicherit regressou a casa a ‘coxear’ com uma perda de 22 minutos.
Foi também um mau dia para Stéphane Peterhansel (32 minutos perdidos). Do outro lado da moeda, os outsiders que começaram de longe obtiveram os melhores resultados, com Giniel de Villiers a terminar em terceiro a 9m18s, Vaidotas Žala e Paulo Fiúza em quarto a 10m42s, Romain Dumas em quinto a 12m18s e Lucas Moraes em sexto a 13m25s, num total de seis Toyota no top 8.
Na corrida dos Challenger (T3), os Goczał não foram vítimas do pânico vulcânico, já que Eryk assumiu a liderança geral com 19 segundos de vantagem sobre seu tio Michał e 7m38s sobre seu pai, Marek. Tal como na classe SSV, o samba brasileiro encheu os ares na especial de quadriciclos, com Rodrigo Varela, filho do campeão de 2018 Reinaldo Varela, a vencer a especial. Por fim, Janus van Kasteren retomou o caminho de onde parou na categoria camião. Depois de vencer o prólogo, triunfou também hoje. A marcha da tropa ainda só vai agora a sair do quartel, mas já não vai toda a gente com o ‘passo certo’…
Amanhã há mais…