Crónica: A ‘guerra’ entre os fabricantes das motos
A primeira semana do Dakar provou que a KTM e a Honda estão muito fortes, que a Husqvarna pode ameaçar esta luta entre os dois gigantes do TT, e que a Yamaha está uns furos abaixo, na velocidade e no número de pilotos que podem lutar pela vitória. A Sherco, por outro lado, tem-se revelado uma bela surpresa, mas ainda há muito rali pela frente e tudo pode acontecer.
Uma análise fria aos primeiros sete dias diz-nos que a KTM venceu quatro especiais contra três da Honda, e logo por aqui se vê como os dois fabricantes têm dominado esta edição do Dakar. A Husqvarna não fez melhor do que dois segundos (na 1ª e 2ª etapa) e um terceiro lugar (na 4ª etapa), enquanto a Yamaha só por uma vez terminou um dia no pódio, através de Hélder Rodrigues, que foi terceiro logo na primeira etapa do rali. A Sherco TVS, por intermédio de Alain Duclos, repetiu o resultado no segundo dia, mas comprova-se que estes três construtores estão num patamar inferior à concorrência.
De regresso à KTM, a marca austríaca registou o seu melhor resultado conjunto ao quinto dia, com quatro pilotos (Price, Meo, Svitko e Walkner) a ocuparem as quatro primeiras posições da etapa, e ainda com Ivan Jakes no sétimo posto. Ou seja, cinco pilotos no top 10. A Honda, por outro lado, teve o seu melhor dia na 4ª etapa, que teve como vencedor Paulo Gonçalves. O português foi acompanhado por Kevin Benavides, que terminou no segundo posto, enquanto Joan Barreda (4º), Ricky Brabec (7º) e Adrien Metge (10º) contribuíram para que a marca japonesa também tivesse cinco pilotos no top dez.
Na análise aos pilotos que terminaram no top 10 em todos os dias desta edição do Dakar, verificamos que o equilíbrio entre as duas marcas tem sido uma constante: 4-3 a favor da Honda na 1ª etapa; 3-3 na 2ª etapa; 4-4 na 3ª etapa; 5-3 a favor da Honda na 4ª etapa; 5-1 a favor da KTM na 5ª etapa; 3-2 a favor da KTM na 6ª etapa e 4-4 na 7ª etapa, a que ocorreu no sábado, entre Uynui e Salta, antes do dia de descanso.
A luta no Dakar não dá tréguas e não há dúvida que as equipas que mais investiram e que contam com mais pilotos estão numa melhor posição para vencer a prova, embora tanto de um lado, como do outro, se tenham perdido alguns favoritos: Joan Barreda Bart e Mathias Walkner. Aqui também podemos incluir Ruben Faria, da Husvqvarna, marca que pertence ao mesmo grupo empresarial do construtor austríaco.
A desistência do português na sexta etapa foi um duro golpe nas aspirações da Husqvarna, que, tal como a Yamaha, está incluída numa espécie de luta secundária em que a Sherco também começa a querer ter algum impacto.
Aqui o equilíbrio entre os três tem sido menor na luta pelo top 10, senão vejamos: 1-1-0 na 1ª etapa, com a Sherco ausente deste lote; 2-2-0 na 2ª etapa, com a Yamaha a ficar de fora; 1-1-1 na 3ª etapa; 2-0-0 na 4ª etapa, a favor da Husqvarna; 2-1-1 na 5ª etapa a favor da Sherco; 3-2-0 na 6ª etapa, a favor da Yamaha, com a Sherco fora do top 10; e 2-0-0 na 7ª etapa, a favor da Husqvarna, depois da penalização atribuída a Hélder Rodrigues, que o fez cair do 5º para o 15º posto.
Assim anda o Dakar: até na estatística, apaixonante como sempre.
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Pelo que o comentador do Eurosport (UK) tem dito, as diferenças entre as KTM’s e as Husvqvarna’s são apenas os “autocolantes” e a habilidade dos pilotos, de resto a mota é a mesma.