Carlos Sainz e a Audi vencem Dakar 2024
Carlos Sainz e Lucas Cruz vencem pela quarta vez o Rali Dakar, com a Audi a estrear-se a vencer, ironicamente no seu ano de despedida. Com o Audi RS Q e-tron, um protótipo pioneiro nos ralis, fruto do seu grupo propulsor elétrico, uma bateria de alta tensão e um conversor de energia, vencem o rali mais duro do ano e um dos mais duros da história da prova depois de uma grande luta com Sebastien Loeb/Fabian Lurquin (BRX Prodrive), uma estrutura que também anda já há alguns anos atrás do triunfo, que terá que esperar mais um ano – pelo menos – para o conseguir.
David Castera prometeu e cumpriu: este Rali Dakar foi o mais duro em muito tempo, claramente o mais duro dos cinco já realizados na Arábia Saudita.
Começou aos 43 anos no Dakar e agora aos 61 anos, Carlos Sainz realiza mais um enorme feito à sua carreira, ficando mais uma vez claro que apesar da idade não perdeu o espírito competitivo que sempre o caracterizou. O bicampeão mundial de ralis (1990 e 1992), depois de marcar uma era na disciplina, pela sua rapidez, classe e paixão e profissionalismo pela modalidade, alcançou a sua quarta vitória no Dakar (2010, 2018, 2020 e 2024) e fê-lo em grande estilo ao tornar-se no primeiro piloto a fazê-lo com um veículo híbrido, movido a motores elétricos e um extensor de autonomia.
Para a Audi Sport, uma saída e uma despedida em grande naquela que era a última oportunidade para fazer história, já que agora vão dedicar-se à sua nova aventura na Fórmula 1 a partir da temporada de 2026.
Depois das grandes estruturas como a Mitsubishi (1985-92-93-97-98-2001-02-03-04-05-06-07), com 12 vitórias, Peugeot (1987-88-89-90-2016-17-18), 7 vitórias, Mini (2012-13-14-15-20-21), 6 triunfos, Citroën (1991-94-95-96), 4 triunfos, Volkswagen (1980-2009-10-11), 4 triunfos, Porsche (1984-86), 2 triunfos, Range Rover (1979-81) 2 triunfos, Schlesser (1999-2000) 2 triunfos, Toyota (2019-22) 2 triunfos, Mercedes (1983) 1 vitória e Renault (1982), 1 vitória agora foi a vez da Audi.
Apenas com duas participações anteriores no Dakar, com um abandono em 2022 e um terceiro lugar no T3 em 2023, Guillaume de Mevius (Toyota Overdrive Racing) assegurou um magnífico segundo lugar na sua estreia com os carros de topo do Dakar. Sabia-se há muito que no clã De Mevius, o automobilismo é um forte assunto de família, pois o seu pai, Grégoire, e o seu irmão, Ghislain, são também pilotos e bem conhecidos. O pai Grégoire De Mevius conta com nada menos que oito participações no Dakar.
Guillaume de Mevius começou nos ralis há cerca de uma década, muito poucas vezes correu fora da Bélgica, mas a sua passagem para o TT está a ser brilhante.
Sebastien Loeb/Fabian Lurquin (BRX Prodrive) venceram a última etapa e ainda foram a tempo de assegurar um lugar no pódio final da prova, mas é um pódio com sabor agridoce. Depois da estreia em 2016, quando foi nono e venceu quatro etapas, foi segundo em 2017, abandonou em 2018 devido a um acidente, foi terceiro em 2019, voltou a abandonar em 2021, e nos últimos dois anos foi sempre segundo. Esperava-se que este ano chegasse à almejada vitória, pois com Nasser al Attiyah com um carro igual ao seu as suas hipóteses de vencer melhoravam mas os Audi resolveram muitos dos seus problemas, foram-se mantendo na frente e na fase decisiva a sorte não quis nada consigo, e um salto acabou por danificar a suspensão, acabando-se aí as hipóteses que tinha de vencer, que nessa altura eram muitas.
No próximo ano, ruma à Dacia, por isso vamos ver como trabalham os franceses no seu novo projeto. Chegar, ver e vencer não é hábito no Dakar, mas nunca se sabe.
Para Loeb, os cinco triunfos em etapas não chegaram, mais uma vez e os dois maus dias na etapa 5 e na 11, ‘tramaram-no’.
Guerlain Chicherit/Alex Winocq (Toyota Overdrive Racing) foram quartos classificados, a sua melhor classificação de sempre na prova. O ano passado terminaram em 10º, este ano ficaram muito perto de um pódio, venceram duas etapas já na fase decisiva da prova e desde o azar da quarta etapa foi sempre a subir até ao fim.
Martin Prokop/Viktor Chytka (Ford Orlen Jipocar Team) terminam o Dakar na quinta posição, o que é o seu melhor resultado de sempre na prova. É, há muito um dos melhores pilotos privados no Dakar e este ano voltou a prová-lo, melhorando o sexto posto do ano passado e de 2019.
Como se sabe, o piloto proveniente da República Checa, país apaixonado por desportos motorizados, iniciou a sua carreira nos ralis tradicionais, tendo-se destacado na cena nacional antes de conquistar o título de Júnior do WRC em 2009, mas a sua passagem para o TT tem se revelado muito boa. Nesta prova, esteve mal no primeiro dia, mas nos outros 11 só em dois deles não subiu na classificação geral. Foi acima de tudo, muito regular nesta prova. Destaque ainda para o facto do checo correr com um protótipo Ford Raptor RS CC T1+ que ele próprio desenvolveu e preparou.
Guy David Botterill/Brett Cummings Brett (Toyota Gazoo Racing) foram uns surpreendentes sextos classificados, tiveram alguns altos e baixos, mas culminar a estreia no Dakar com um sexto posto diz muito do que pode aí vir.
Giniel de Villiers/Dennis Murphy (Toyota Gazoo Racing) foram sétimos e deram sequência ao recorde conjunto de chegadas consecutivas ao final do Dakar. E vão 20. ao contrário das últimas cinco edições, este ano não venceram qualquer etapa.
Benediktas Vanagas/Kuldar Sikk (Toyota Gazoo Racing Baltics), terminaram na oitava posição, é a primeira vez que terminam no top 10, já tinham estado perto em 1019 (11º) e 2021 (12º) mas desta feita conseguiram, o que foi bom depois de dois abandonos em 2022 e 2023.
Lucas Moraes/Armand Monleon (Toyota Gazoo Racing), são uns dos grandes azarados do Dakar, já que depois do terceiro lugar do ano passado, preparavam-se para ser segundos este ano depois do atraso de Loeb, mas também eles tiveram problemas, com a transmissãoda sua Hilux, e com isso só conseguiram nono posto. Mereciam bem mais…
Mathieu Serradori/Loic Minaudier (Century Racing Factory Team) foram décimos e venceram as duas rodas motrizes, chegaram a ser quintos classificados da geral duas vezes a segunda já na nona etapa, mas na fase decisiva da prova quebraram, perderam muito tempo na etapa 11 e com isso caíram de sextos para décimos onde terminaram.
Gintas Petrus e José Marques (Gintas Petrus) foram 50º da geral, numa prova em que depois dos problemas que tiveram na Etapa 7, foram sempre subindo posições.
Vaidotas Zala/Paulo Fiuza (Mini X-Raid Arijus Team) foram terceiros na última etapa, mas terminaram a prova muito atrasados. Mantiveram durante muito tempo um lugar no top 10 do MINI JCW Rally Plus e foram avançando na classificação geral. Mas na etapa crono das 48 horas, o veículo ficou tão danificado ao embater numa duna que teve de abandonar a etapa mais cedo e com isso tiveram uma enorme penalização. Terminaram na 131ª posição.
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Lá conseguiram que uma tecnologia inútil ganhasse o Dakar 🙁
Sem dúvida. Inútil mesmo, mas para quem não percebe foi um eléctrico.
MAs foi um elétrico mesmo…
Vai servir para enganar meio mundo, o outro meio mundo sabe que é mentira e ainda ha outro meio mundo que nem quer saber.
Esta prova também está hoje muito normalizada e padronizada.. Perdeu o carácter de aventura que teve no passado. O regulamentismo também aqui chegou
É só interesse de certas marcas de fábrica para nós fazerem convencer que aquilo é bom e claro que as organizações se põem a jeito e fazem o que estas marcas a querem, inclusive regulamentos, para dar protagonismo desvirtuando completamente este desporto que era tão bonito principalmente quando acontecia em África. Equipa de fábrica que vence privados com regulamentos a seu jeito e ainda vem festejar? Não beneficia em nada. O Golias lá conseguiu vencer finalmente, mas sem convencer. Para mim saem pela porta pequena e não acrescentaram nada a este desporto. Só lhe retiraram carisma.
Os milhões venceram. Golias vence finalmente, mas não convence só retirando carisma a este desporto que era tão bonito passando agora a ser só interesse.
Da “África eco Race” nem uma simples palavrinha aqui no AutoSport.
Pois!! (Já tinha referido a isso noutro post mas ninguém comentou…)
Pessoalmente dá-me alento que um Sainz com 61 anos ganhou o “Dakar”!
Para mim não teve valor nenhum está vitória.
Vitória de interesses, dos milhões e, quem sabe, de influências.
Acaba por ser impressionante a utilização das palavras por parte do AS para convencer tudo e todos que a Audi utilizou um carro elétrico… só que propulsionado a gasolina…saem pela porta dos fundos. Não deixam saudades