Apresentação: A Grande Maratona chamada Dakar
Está à porta mais uma edição do Dakar, a oitava na América do Sul, um evento que está a gerar grande expetativa nas várias categorias que totalizam 354 inscritos – motos (143), autos (110), camiões (55) e quads (46).
A Grande novidade para a 37ª edição do Dakar é a saída do Chile do percurso, deixando apenas a Argentina e a Bolívia como anfitriões da grande maratona. Uma das primeiras tarefas entregues a Marc Coma, o cinco vezes vencedor da prova das motos e agora diretor-desportivo do Dakar, foi delinear um percurso de 13 etapas entre estes dois países, com a Argentina a receber todas as especiais com exceção de três passagens pela região boliviana de Uyuni, conhecida pelos seus gigantescos lagos salgados. A saída do Chile originou uma declaração curiosa por parte de Pedro Bianchi Prata, um dos motards portugueses que melhor conhece a prova: “Espero que o Marc Coma traga algumas novidades para a prova porque o Dakar tem estado a ficar monótono com os caminhos a repetirem-se muito”, afirmou Bianchi Prata ao AutoSport. “Fiz todos os Dakar na Argentina, exceto o do ano passado, e quando olhava para o road book já sabia o que ia ter pela frente no dia seguinte. Na minha opinião o Dakar precisa de mudar porque já está a ser mais do mesmo. Na Argentina já está tudo um pouco esgotado, já sabemos que vamos passar nas dunas de Jujuy e Fiambala e eles não têm muito mais por onde inventar. Os caminhos estão bastante deteriorados de tantas passagens e depois não são arranjados de um ano para o outro. Estou com esperança de que o Coma tenha feito algumas alterações e que este ano haja mais navegação, com way points difíceis e algumas coisas diferentes. Mas mesmo que ele queira inovar não vamos sair destes sítios em que andamos desde 2009. Apesar de haver muitos percursos, eles estão sempre limitados devido às zonas ecológicas. Além disso temos de passar em cidades-chave para termos o bivouac naqueles sítios, porque a cidade pagou para isso e temos ligações gigantes”, analisou.
Favoritos e candidatos
Desportivamente, o Dakar promete ter uma das edições mais imprevisíveis dos últimos anos. Se o pelotão das motos já não tem os dois pilotos (Coma e Despres) que venceram entre si as últimas 10 edições, já o plantel dos automóveis surge com todos os principais protagonistas do Dakar sul-americano e ainda acrescentou uma dupla de estrelas vinda dos ralis: Sébastien Loeb na Peugeot e Mikko Hirvonen pela MINI. A formação de Sven Quandt construiu um palmarés notável desde a saída de cena da Volkswagen, tornando o MINI no carro a bater nas últimas quatro edições (duas vitórias de Peterhansel, uma de Roma e outra de Al-Attiyah) mesmo perante as tentativas de outras marcas e como a Toyota, Peugeot, Ford e conceitos como os buggies Gordini e SMG.
A rapidez e extrema fiabilidade dos All4 Racing fica visível no facto de metade dos carros no top 10 do último Dakar serem MINI. Entre eles o do vencedor Nasser Al-Attiyah, piloto que, além de inegavelmente rápido e versátil, tem capacidade económica para escolher entre qualquer carro do plantel. E o príncipe do Qatar continua a preferir os MINI… Pela experiência que já acumulou, pelo ritmo que continua a manter – com programas paralelos nos WRC2 e no TT – e pela exibição dominadora em 2015 – onde terminou com mais de 35 minutos de avanço sobre o segundo, Giniel de Villiers – Al-Attiyah tem de ser considerado o grande favorito à vitória em 2016.
Até porque a única verdadeira ameaça no seio da MINI deverá vir de Nani Roma, já que Orlando Terranova continua a ser imprevisível e a restante lista de pilotos da X-Raid é composta por clientes ou pilotos sem experiência suficiente (para já) que lhes permita aspirarem à vitória, como Mikko Hirvonen, Harry Hunt ou o antigo motard ‘Kuba’ Przygonski.
Apesar dos milhões investidos pela Peugeot, a oposição mais consistente à MINI continua a vir do lado da Toyota. A marca japonesa prossegue o desenvolvimento das suas Hilux Overdrive na África do Sul e Giniel de Villiers (vencedor do Dakar em 2009 com a VW) é a grande esperança da Toyota, apesar dos indícios muito promissores de Yazeed Al-Rajhi, que estava nos lugares do pódio e a lutar pela vitória em 2015 quando teve de abandonar com problemas mecânicos… na sua estreia no Dakar. Entre a consistência do sul-africano e a rapidez do saudita, a Toyota poderá ter aqui uma dupla temível para os MINI, além de ter assistido à chegada de Vladmir Vasilyev, vindo da rival alemã, e de Martin Prokop, piloto checo do WRC.
Texto: Ricardo S. Araújo
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