Campeonato de Portugal de Todo o Terreno: Mais e melhores protagonistas
Arranca em Beja o Campeonato de Portugal de Todo o Terreno, uma competição que volta a apresentar um plantel de luxo, ainda com mais e melhores máquinas de topo. Tendo em conta o plantel previsto para a primeira prova, o CPTT 2021 promete muita e boa competição.
Está prestes a arrancar mais um Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno. Apesar de Portugal ser um País pequeno, a paixão pela modalidade é tão forte, que não há sequer termo de comparação com as máquinas e pilotos que temos em Portugal, face ao resto da Europa. Nem é preciso irmos mais longe, basta aqui ao lado, na vizinha Espanha.
A pouco e pouco as coisas têm mudado um pouco por todo o lado, também ajuda o facto de FIA estar a dar mais atenção ao TT, com a criação de competições mais adequadas, fazendo uma divisão clara entre o que é a Taça do Mundo de Todo-o-Terreno, Taça do Mundo de Bajas e a Taça Europeia de Bajas.
Curiosamente, a Taça do Mundo arranca no mesmo fim de semana que a primeira prova do CPTT, a Baja TT Montes Alentejanos, com o Andalucia Rally, prova que ‘rouba’ alguns concorrentes ao arranque do CPTT.
Apesar da confirmada ausência de Miguel Barbosa, campeão de 2020 – mais virado para preparar o seu próximo objetivo, o Dakar – o CPTT 2021 não se irá ressentir muito do piloto mais titulado da competição, já que houve concorrentes que foram buscar máquinas bem mais competitivas do que as que têm apresentado nos últimos anos.
Calendário com indefinições
Se em 2019 o calendário teve apenas cinco provas, depois da anulação da Baja TT Rota do Douro, o ano de 2020 acabou por ser um sucesso a esse nível, já que em plena pandemia, das sete provas previstas, ficaram apenas pelo caminho duas, a Baja de Loulé, prevista para abril, e a Baja TT Idanha, agendada para setembro. O calendário foi reajustado e ainda foi possível levar a cabo cinco provas.
Para este ano o calendário volta a ter previstas sete provas, sendo que ainda há indefinições, nomeadamente quanto à segunda prova da Escuderia Castelo Branco, que teve de abandonar os locais onde realizava os seus eventos, as provas de Idanha e do Pinhal.
A ECB tem previsto realizar em outubro a Baja TT Oeste, que como se calcula vai realizar-se nos concelhos da zona, mas quanto à segunda prova, agendada para 20 e 21 de novembro, ainda nada se sabe, pelo menos em termos públicos.
Desta forma a competição volta a arrancar com uma das novidades de 2020, a Baja TT Montes Alentejanos, a meio de maio, prossegue no final deste mês em Loulé, com o regresso da prova do Clube Automóvel do Algarve.
Segue-se depois um enorme hiato de três meses e meio sem provas, devido à época de incêndios, como já vem sendo hábito. Assim, o calendário do CPTT é retomado a meio de setembro com a prova portuguesa da Taça do Mundo de Todo-o-Terreno, a BP Ultimate Baja TT ACP, que depois de ter ‘nascido’ em 2020, vai ter este ano uma versão revista e aumentada de cinco dias, com dois deles a contarem para o CPTT.
A prova chegou a estar agendada para abril mas a FIA, FPAK e ACP viram-se na contingência da adiar para setembro, fruto ainda e sempre da pandemia, sendo que se segue depois a Baja TT Capital dos Vinhos de Portugal no início de outubro, a novidade Baja TT Oeste duas semanas depois e no fim do mês a mítica Baja de Portalegre.
Depois de três meses e meio sem provas, três provas num só mês! Por fim a segunda Baja da Escuderia de Castelo Branco, da qual se deve saber alguma coisa nos próximos tempos.
Muitos e bons
O plantel de 2021 é ainda melhor que o de 2020. Apesar da ausência certa de Miguel Barbosa, Campeão de 2020 do CPTT, a competição tem mais e melhores protagonistas na frente.
João Ramos regressa com a sua Toyota Hilux, a ‘Dama Negra’, como sempre para lutar pela vitórias e título. Mas este ano há ‘outra’, a Toyota de Tiago Reis, que trocou de montada japonesa agora para a mais competitiva Hilux. Um sinal claro que o Campeão de 2019 quer recuperar o título alcançado, algo que logicamente, João Ramos também pretende, ele que foi campeão em 2018 e podia ter mais alguns ‘canecos’, pois andou várias vezes na sua disputa até aos derradeiros metros do campeonato. Por exemplo o ano passado.
O mesmo se pode dizer de Alejandro Martins, que regressa com o Mini John Cooper Works Rally com o qual lutou pelo título o ano passado, e tem alcançado vitórias, sendo, por tudo o que tem feito nos últimos anos, e da evolução que mostra de época para época, um candidato em ter em grande conta.
Nuno Matos, sexto no campeonato do ano passado, está de regresso com o Fiat Fullback Proto, máquina este ano mais bem preparada para melhorar os resultados dos últimos tempos, mas com que dificilmente repete o feito que alcançou com o Opel Mokka em 2016, se tudo correr normalmente aos restantes candidatos.
Seja como for, o TT é muito mais endurance que velocidade, pelo que é um disciplina em que se tem sempre uma palavra a dizer, e no top 5 todos podem ganhar provas.
Outro dos pilotos que este ano deve dar um forte salto competitivo, é Nuno Madeira, que trocou o KIA por uma Ford Ranger. A sua fogosidade pode causar-lhe alguns dissabores, mas nos dias em que as coisas lhe correrem bem, é candidato a vencer. Está muito motivado e o 11º lugar no campeonato do ano passado deve ser este ano fortemente melhorado. Não se descura mesmo que possa lutar pelo título.
Pedro Dias da Silva, depois de ter feito crescer muito a sua estrutura, a PRK Sport Rally Team, tem vários projetos no TT, para além, claro da sua Ford EXR05 Proto com que não garante disputar todas as provas do CPTT, pretendendo fazê-lo também no estrangeiro. Seja como for, nas provas que realizar, é candidato aos primeiros lugares. Veja-se o quarto lugar de reguengos ou o quinto no Pinhal, o ano passado.
Um regresso muito esperado é o de Hélder Oliveira, que está confirmado na Baja TT Montes Alentejanos, ao volante da Ford Ranger assistida pela MMSport.
A ideia do piloto é que esta não seja apenas uma participação esporádica, e que possa estar presente em mais provas ao longo do ano.
André Amaral regressa com a Ford Ranger, carro que tem agora as mais recentes evoluções, de suspensão e motor.
Depois de ter iniciado o ano de 2020 com um quarto lugar na Baja TT ACP, André Amaral teve uma lesão que o deixou fora das provas vários meses. Regressou em Portalegre, e agora vai estar à partida da primeira prova do ano, em Beja. É outro dos candidatos aos primeiros lugares, tal como Alexandre Franco e o seu BMW EVO X1. Alexandre Franco e o seu filho, João Franco, campeão do T2, regressam para uma temporada completa, com os mesmos carros, mas mais evoluídos.
Edgar Condenso (Ford MO EXR05 Proto) vai correr em algumas provas do CPTT, e outras do Mundial de Bajas: Aragon, Hungria e Polónia. É piloto para obter bons resultados, sempre que não tem azares mecânicos, ou outros contratempos, o que sucedeu demasiadas vezes em 2020.
Henrique Silva corre novamente com o Mini Paceman Proto. Fez alguns bons resultados o ano passado, por exemplo o sexto posto da Baja TT do Pinhal. É candidato aos melhores lugares pós top-5, tal como César Sequeira (MINI Cooper Proto).
Vão ainda marcar presença em Beja, com o T1, várias equipas com bons carros, por exemplo Paulo Casaca (Mitsubishi Racing Lancer), Rui Marques (Nissan Navara), Jorge Cardoso (Mercedes A 140 Proto), Hugo Raposo (Mercedes Proto X), Lino Carapeta (Land Rover Proto Bowler), Bruno Rodrigues (Mazda Proto CX5), Edgar Reis (Mitsubishi Racing Lancer), Sérgio Palminha vai correr com o KIA Sportage TT que era de Nuno Madeira.
Alexandre Ré é muito provável que faça o CPTT em T4, para além de algumas provas como Andaluzia e Baja Espanha numa Pick Up nova, mas ainda não tem certezas. Para já não vai a Beja. Manuel Correia não vai arrancar para já no CPTT, devido a questões pessoais, mas conta regressar no futuro.
Paulo Rui Ferreira vai começar o ano no Andaluzia Rally e deve surgir em várias outras provas do CPTT. Como sempre é candidato a lugares de destaque.
Do lado da Prolama, a equipa oficial Isuzu continua no campeonato de T2 com o Georgino Pedroso. Francisco Barreto vai disputar a Taça Ibérica com a Nissan e Fernando Barreiros corre na outra Isuzu T2, no Campeonato de Espanha e ainda a Taça Ibérica. Por fim o Júlio Mourão corre com o Megane Proto, neste momento para já assegurado em Beja, Reguengos e Portalegre.
No T2, em Beja estarão presente João Franco, campeão de 2020 e Georgino Pedroso, terceiro do campeonato, com João Ferreira a preferir rumar ao Andaluzia Rally. estão ainda inscritos alguns SSV T3 e T4.
Já no T8, um plantel enorme. O campeão está de regresso, José Mendes, na sua Mitsubishi L200, Francisco Barreto, segundo o ano passado, não está na lista da primeira prova mas Edgar Reis, terceiro, mudou-se para o T1 com o carro de Tiago Reis. Cesário Santos regressa com a Nissan Navara D22 bem como
Nuno Tordo (Mazda CX5 Proto), Ricardo Nascimento (BMW X5) Sérgio Vitorino (BMW X5 CC), Michael Braun (Porsche Cayenne Proto). A lista é extensa.
É mais um arranque, de um ano que se espera muito interessante. Agora, é abrir o melão e esperar para ver…
Calendário CPTT 2021
14/16 Maio Baja TT Montes Alentejanos
28/30 Maio Baja de Loulé
18/19 Setembro BP Ultimate Baja TT ACP
1 a 3 de outubro Baja TT Capital dos Vinhos de Portugal
15 a 17 outubro Baja TT Oeste
28/30 outubro Baja TT Portalegre 500
20/21 Baja TT ECB 2