Porta? Anda mas é depressa se queres ganhar o rali”
O desporto motorizado é pródigo em histórias e a que sucedeu no Rali de Portugal de 1969, no auge da luta de Tony Fall com Francisco Romãozinho, prova que venceu, o português recorda um episódio que ilustra bem o que eram aqueles tempos nos ralis: “No troço do Buçaco, realizado bem dentro pela madrugada, de repente acendeu-se a luz interior do tecto do carro. Pedi ao meu co-piloto, o João Canas Mendes, que apagasse a luz, mas ele continuava a ditar as notas até que, numa pequena recta teve tempo para me dizer: “eu não acendi a luz, tu é que arrancaste a porta do meu lado!” Era mesmo verdade e o que aconteceu foi que numa lomba o carro voou e ao aterrar, bateu por baixo, na zona da longarina direita e a porta tinha saltado! Perguntei-lhe se queria parar mas ele continuou a ditar notas, até que me respondeu perguntando se a porta me fazia falta. Respondi-lhe que não, mas era do lado dele ao que ele diz “a mim também não, anda mas é depressa se queres ganhar o rali”. E foi assim que a dupla lusa fez quatros troços sem porta, incluindo Arganil e a Lousã, acabando por vencer o rali depois da desclassificação de Tony Fall.
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