Fórmula 1 na ‘velha’ luta: Mais adeptos ou mais dinheiro?
Os novos responsáveis da Fórmula 1 continuam a estudar as melhores formas de elevar ainda mais o estatuto da F1, mas pelos vistos permanece a grande dúvida que os ‘assola’ há muito. Ganhar dinheiro (muito) com as Pay TV, ou apostar em conseguir mais adeptos (e consequentemente patrocínios) via ‘free to air’, ou em português, F1 em canal aberto.
Surgiu agora a informação que os novos responsáveis da Fórmula 1 vão continuar a apostar nas transmissões da modalidade em canais ‘fechados’, ou ‘Pay TV’, se preferir, como é por exemplo a Sport TV, do que como era antigamente, nomeadamente nos anos noventa, quando a F1 era transmitida nas TVs públicas, tendo com isso conseguido chegar a audiências muitos grandes, o que levou à conquista de muitos adeptos e também muitos patrocinadores.
Agora, um dos novos ‘patrões’ da F1, Sean Bratches, reforçou que a F1 vai continuar a migrar para plataformas de ‘Pay TV’, ainda que Bratches admita também uma situação ‘híbrida’: “vejo um mix de televisão paga e canal aberto em todos os mercados. Isto é importante para adeptos e patrocinadores. Vejo um modelo que que os resumos das corridas são nos canais abertos, enquanto as transmissões dos Grandes Prémios são nas Pay TV, onde podemos ganhar dinheiro e investi-lo no desporto” disse Bratches que também anunciou a possibilidade de passar a haver uma plataforma digital em que os adeptos possam aceder a todas as corridas históricas… por um valor!
O que tem acontecido no passado recente
Uma das consequências mais positivas do globalização das audiências da Fórmula 1, que ocorreu nos anos 90, foi o de termos grandes empresas a procurarem as equipas que participavam nos Grande Prémios para lhes proporem contratos de patrocínio. Com a economia global em franca expansão e a Fórmula 1 a chegar a todo o lado, tivemos um raro caso da oferta superar a procura, o que fez com que as equipas mais conhecidas, por exemplo como a Williams, McLaren e a Ferrari, passassem alguns dos patrocinadores que não podiam acolher – por falta de espaço ou incompatibilidade comercial – a equipas mais pequenas, ficando com uma bela comissão pelo serviço.
Como não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe, a crise económica de 2009 foi o inicio duma nova e bem mais complicada era, pois ao colapso da economia mundial juntou-se o arranque determinado duma nova fase das transmissões televisivas: a passagem progressiva das transmissões em sinal aberto para as “Pay TV” e logo com grandes mercados, como o Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Japão. A crise económica mundial foi tão brutal que durante quase um ano até os principais patrocinadores nada fizeram para ativar os seus programas promocionais, pois ninguém queria ser associado a um festival de excessos – a imagem que os Grande Prémios tinham na altura – quando as empresas estavam a despedir milhares de funcionários e a cortar investimentos de forma brutal.
A primeira consequência para a Fórmula 1 foi a quebra brutal de receitas do Paddock Club, pois em 2010 foram poucos os que se aventuraram nessa área tão dispendiosa, seguindo-se a não renovação de muitos dos melhores contratos de patrocínio que vigoravam na altura – mal a que só a Ferrari conseguiu escapar, pois não só renovou com todos os seus principais patrocinadores, como também conquistou novos mercados, como a Rússia e a China. O prestigio da Scuderia superou o temor de se ser associado a um desporto dito elitista, mas para as restantes equipas a situação foi bem diferente e houve que aceitar patrocínios menos lucrativos, para se manter um nível mínimo de encaixe financeiro.
Só a McLaren e a Sauber mantiveram as exigências feitas aos potenciais patrocinadores, com consequências muito negativas para ambas, pois nunca mais conseguiram apoios suficientes para fazerem face às despesas. No caso da equipa inglesa o problema foi superado com novos investimentos por parte dos acionistas árabes, até ao final de 2013; já a Sauber entrou em quase colapso, por não ter quem injetasse capital e ser gerida de forma desastrosa desde a saída de cena da BMW.
A crescente passagem para a “Pay TV”, que já cobre quase toda a Europa (no Reino Unido e Itália metade das provas também passam em sinal aberto, mas na Alemanha e em Espanha também já se passou para os canais codificados) aumentou os dividendos do Formula One Group mas reduziu de forma significativa o valor das audiências televisivas, afastando potenciais patrocinadores e encorajando os restantes a exigirem contratos menos dispendiosos, por estarem a atingir cada vez menos telespectadores a nível global.
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A F1 só não tem 26 carros porque a FIA não quer e claro os outros concorrentes também não têm muita vontade de partilhar o bolo com mais à mesa, sim porque os tempos das vacas gordas já passaram e a F1 hoje gera muita massa mas comparativamente menos do que noutros tempos.
Mas a FIA podia forçar isso e seria de toda a vantagem ver grelhas mais bem compostinhas e treinos e corridas bem mais animados do que estes 20 manos hoje nos proporcionam.
Pensem e façam isso. Todos os adeptos agradeceriam. Digo eu.