F1: Berger duvida que alterações às regras sejam boas para a F1 em 2017
Gerhard Berger questionou se as regras da Fórmula 1 previstas para 2017 serão boas para a modalidade. Os novos regulamentos prevêem carros e pneus mais largos, e Berger entende que em termos estéticos é uma coisa positiva, mas em declarações à austríaca Servus TV está muito renitente com o espetáculo que dão os F1 de hoje: “Se vai permitir o espetáculo que todos esperamos, duvido seriamente. Vamos efetivamente ter tempos mais rápidos por volta de dois, três, quatro segundos, mas os adeptos não se apercebem bem da rapidez dos carros na TV. A modalidade mais espetacular hoje em dia é claramente o MotoGP, a perceção é claramente essa, mas na verdade são 20 segundos mais lentos por volta. O rácio de potência é completamente diferente da F1 e acho que isso é a chave para haver corridas mais espetaculares”, disse Berger, que é de opinião que se devem repetir receitas de sucesso comprovado: “Se retirarem aderência e aumentarem a potência os carros serão muito difíceis de pilotar e acho que essa é a direção para que a F1 deve ir. No meu tempo tínhamos corridas espetaculares, chegámos a ter 1400 cv nos motores de qualificação e isto com metade da aerodinâmica de hoje. Era como pilotar uma bala de canhão às voltas numa pista. Quase nem conseguíamos falar porque nos faltava o fôlego, e no fim das corridas quase tínhamos que ser retirados dos carros porque estávamos demasiado cansados. Temos que voltar a esse tipo de coisas”, concluiu Berger.
É verdade que os anos 80 foram entusiasmantes na Fórmula 1, mas, tal como acontece com muitos adeptos, este é um tipo de revivalismo que não leva a lado nenhum, pois nenhuma disciplina do desporto automóvel pode repetir receitas de há trinta anos, pois o mundo mudou muito desde aí. Há efetivamente muita coisa que pode ser feita, e o facto das equipas terem cada uma os seus interesses não tem permitido que se cheguem a acordo quanto ao rumo a tomar – o Grupo Estratégico é completamente inútil inclusivamente em decisões de situações ‘menores’.
Berger tem razão quando diz que os carros serão mais espetaculares, disso não há dúvida, é verdade que o MotoGP é mais espetacular, mas quanto a isso basta perceber que no MotoGP onde cabem quatro motos, cabe um carro de F1, e isso faz a diferença toda no espetáculo, pois podemos ter, no limite quatro motos a curvar ao mesmo tempo, muito juntas, e se fossem quatro carros, ocupavam bem mais pista. Isto faz uma diferença enorme nas corridas. Basta ver o Karting, o simples facto dos karts serem largos já não permite tão facilmente as ‘molhadas’ das motos.
Outra coisa que Berger diz e que é verdade, os carros serem muito mais rápidos por volta não é percetível na TV, mas já o é ao vivo. Quem vê corridas percebe facilmente quem está a andar bem e quem não está.
Berger diz também que “Se retirarem aderência e aumentarem a potência os carros serão muito difíceis de pilotar e acho que essa é a direção para que a F1 deve ir.” Os engenheiros de F1 querem desenhar o carro mais rápido possível, e essa procura da perfeição levou ao enorme crescimento da aerodinâmica. É fantástico olhar para um F1 e ter um engenheiro a explicar para que serve tudo aquilo, mas neste caso acabamos por concordar um pouco com Berger, porque os carros do dia a dia aproveitam muito pouco. Só mesmo nos super carros. Se aligeirassem muito a aerodinâmica na F1, o espetáculo não perdia nada, mas isto acaba por ser um paradoxo, pois a F1 é o pináculo, e tem que o ser a todos os níveis. Não fazia sentido deixar de haver tanta aerodinâmica na F1 e haver o risco de disciplinas mais abaixo terem carros aerodinamicamente mais evoluídos.
Os carros de 2017 vão ser claramente mais difíceis de pilotos, o aspeto físico vai voltar a ser um fator na F1, e a explicação é muito simples. Alguém acredita que com tanto apoio aerodinâmico e com pneus e carros tão largos os pilotos não vão ter mais dificuldades físicas em pilotá-los?
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O mal da fórmula 1 não é os carros as corridas a regras os motores nem nada disso o mal da fórmula 1 são estes senhores, quer sejam ex pilotos ou ex técnicos etc que estão sempre a falar mal do produto. Era o mesmo que agora por exemplo a Apple vir a público a falarem mal do seu produto acham que iam ter o sucesso que tem? Claro que não é essas é uma das melhores coisas da Apple e a maneira como vende o seu produto e a fórmula 1 actualmente não sabe vender o seu produto muito… Ler mais »
Ninguém gosta ou deixa de gostar de F1 por causa do que dizem pilotos ou ex-pilotos (muito menos uns tais de Montoyas, que vá-se lá saber porquê continuam a aparecer na imprensa ano após ano com as suas postas de pescada que pouca gente tem interesse em saber). Mas opiniões deste tipo são meramente sintomas da doença instalada há muito na F1: “falta de interesse”. E essa não se cura calando os “experts”, cura-se com medidas que incentivem a luta em pista, a espectacularidade das máquinas e pilotos, e com mais facilidade de acesso à modalidade. Muitos nem conseguem ver… Ler mais »
Ao menos os Montoyas guiaram carros a sério, V10 com o dobro da potência, dobro dos RPM, dobro de tudo de hoje.
Aquele V10 dos Williams-BMW era uma autêntica obra-prima da engenharia mecânica.
Para mim, a F1 é refém dela própria. Ao complicarem os regulamentos e ao tentarem proibir todas as soluções geniais que as equipas porventura possam ter, estão a matar o espetaculo e o espirito de inovação… Em prol dos custos dizem? Eles é que têm o dinheiro que o gastem, senão têm não se metam, como nós..se tivessemos dinheiro também tinhamos cada um a nossa própria equipa de F1. O Mundo em geral tornou-se muito mais caro, e esse é um dos preços a pagar pela evolução da tecnologia.. Enfim, só digo que o problema da F1 é muito complexo… Ler mais »
vou por como resposta a si mas é para todos que comentaram no meu comentário por isso não leve como pessoal o comentário. Mas a entrada na formula 1 nunca foi facilitada e sempre houve interesses por trás de quem entrava e deixava entrar isso sempre fez parte da formula 1. E depois falam dos preços serem caros que eu saiba um iphone é super caro e ainda vai ser mais agora com o novo modelo e o s7 também o é e não é por isso que vendem pouco e não vendem pouco porque o peixe é bem vendido… Ler mais »
E depois muita gente critica certas coisas que existem nos carros de formula 1 hoje em dia mas que também existem noutras modalidades do automobilismo mas nessas modalidades já dizem que são um máximo e são o esplendor da inovação mas na formula 1 criticam que sentido isso tem? Acho que os fas mais antigos tem de começar abrir as suas mentes e não quererem que as coisas continuem com foram antigamente porque estamos sempre a evoluir e a formula 1 não pode parar no tempo como muita gente parece ter parado porque se fosse assim hoje em dia ainda… Ler mais »
E ele disse alguma mentira? A Formula 1 está uma verdadeira merda, ponto. Aumentar a aerodinâmica não vai ajudar em nada, ponto. Vão ganhar mais 2 ou 3 segundos por volta mas vai ser tudo a mesma merda, ponto. O Moto GP é melhor que a Formula 1? Sem duvida.
Para aerodinâmica actual (aerodinâmica de 2017), os motores (segundo ele) teriam de ter por volta dos 5000cv, isso sim era canhões sobre rodas..
Opiniões há para todos os gostos e agradar a gregos e troianos é impossível. Uma coisa é certa: os carros de F1 vão ser esteticamente mais equilibrados,logo mais agradáveis à vista…e ás vitrines ! Neste campo apenas faço um reparo : os pneus dianteiros não deveriam ser tão largos; um pouco mais estreitos como foram nos anos 90. Assim vão gerar um arrasto dos diabos As superfícies alares também vão aumentar de área e de incidência, mas ficando ainda longe dos túneis enormes dos anos 90. Aceita-se perfeitamente., não se quer propriamente correr nos tectos dos túneis ! Quanto aos… Ler mais »
Então se vão explorar a aerodinâmica e querem ultrapassagens em barda, deixem-se de procurar reinventar a roda, acabem com fundos planos e difusores e voltem ao tempo das saias móveis. Ganham muita velocidade em curva, carros podem curvar mais perto dos da frente e estarão em melhor posição para discutir a próxima travagens, com a vantagem de um eventual acidente também correr o risco de ser mais “espetacular”.