WRC, Thierry Neuville: a persistência de uma década que se tornou glória
Thierry Neuville passa de eterno vice-campeão ao triunfo mundial: a jornada do primeiro campeão belga de ralis
Thierry Neuville venceu finalmente o título de pilotos do Mundial de Ralis, a primeira vez que a Bélgica o consegue, um título merecido não só pelo que fez durante este ano, como pelo facto de há cerca de uma década lutar para tentar ser campeão, o que só agora conseguiu frutoi de muita persistência.
O seu começo foi como o de tantos outros, começou a dar nas vistas no IRC, Intercontinental Rally Challenge dando-se depois a sua transição para o Mundial de Ralis, primeiro com a Citroën depois com a M-Sport/Ford, mais tarde com a Hyundai onde já está há uma década.
Passou por altos e baixos, como em 2017 e a difícil temporada de 2022, conseguindo agora levar a água ao seu moinho, entrando para a história do Mundial de Ralis, ao invés que aí ficar como eterno segundo.
Quem conhece Thierry Neuville sabe que é uma pessoa extremamente confiante, que por vezes podia parecer arrogante, mas não, era somente confiança pura e uma grande força mental que lhe permitia aceitar simplesmente que se não venceu, foi porque os adversários foram melhores, e o que fez sempre não foi chorar sobre o leite derramado, mas sim ir à luta outra vez. E fê-lo ano após ano, até que agora conseguiu o título.
Thierry Jean Neuville nasceu a 16 de junho de 1988, piloto de ralis que ganhou agora o Campeonato do Mundo de Piloto, depois de ter minar como vice-campeão cinco vezes (2013, 2016-2019). Ajudou a Hyundai a conquistar o seu primeiro título de construtores em 2019, tendo repetido o feito em 2020. A seu lado tem agora o seu compatriota Martijn Wydaeghe, depois de ter tido Nicolas Gilsoul durante muito tempo.
Começou a dar nas vistas com um pódio no IRC em ‘casa’, na Bélgica, com o Peugeot 207 S2000, no ano seguinte obteve dois triunfos na competição superiormente promovida pelo Eurosport, o que lhe permitiu começar a ser conhecido. Em 2009, fez a sua estreia no Campeonato do Mundo de Ralis no Rali da Catalunha e, em 2010, competiu no Campeonato do Mundo de Ralis Júnior. Com resultados promissores em todas as categorias entre 2009 e 2011, foi contratado pela Citroën Junior Team e fez a sua estreia no World Rally Car em 2012. Em 2013, ao volante da equipa Qatar World Rally Team, foi um surpreendente segundo classificado no campeonato, tendo marcado os seus primeiros pódios na modalidade, mas terminou 114 pontos atrás de Sébastien Ogier.
Quando a Hyundai Motorsport reentrou no desporto em 2014, o fabricante coreano contratou Neuville como o seu piloto principal. Neuville venceu a sua primeira prova do WRC, e a primeira da Hyundai, no Rali da Alemanha de 2014 com o belga a ajudar a Hyundai a conseguir o seu primeiro pódio. Terminou as épocas de 2014 e 2015 em sexto lugar, mas foi vice-campeão de pilotos de 2016 a 2019. Em 2016, foi novamente um segundo distante de Ogier, mas com os novos regulamentos dos World Rally Cars em 2017, adaptou-se bem e lutou cada vez mais perto pelo título de pilotos com Sébastien Ogier e Ott Tänak.
Nunca nos podemos esquecer que, tal como outros no passado, como Mikko Hirvonen, por exemplo face a Sébastien Loeb, também Neuville teve pela frente um Ogier quase imbatível, e só Tanak aproveitou em 2019 para o destronar, porque o francês teve um ano muito mau com a Citroën.
Em 2017 e 2018, perdeu por pouco o título para Ogier, enquanto em 2019 foi segundo atrás de Tänak, mas ajudou a Hyundai a conquistar o seu primeiro título de construtores.
No total, Neuville venceu 21 ralis do WRC, todos com a Hyundai.
Chega merecidamente ao título sem nunca ter sido o melhor piloto da sua era, longe disso, mas sempre lutou e sempre voltou a tentar a cada ano que passava e era ‘simplesmente’ vice-campeão.
Dificilmente seria campeão com Ogier ou Rovanpera a fazerem épocas completas, mas no ano em que teve a sua melhor oportunidade, não a desperdiçou. Começou o ano de forma perfeita no Rali de Monte Carlo, e termina o ano com o título mundial de Pilotos.
FOTO @World
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Persistência & Confiança resumindo… é de “tirar o chapéu”!
“Chega merecidamente ao título sem nunca ter sido o melhor piloto da sua era, longe disso, mas sempre lutou e sempre voltou a tentar a cada ano que passava e era ‘simplesmente’ vice-campeão.”
Sebastien Ogier, quando Tanak foi campeão com a Toyota acabou o campeonato em 3º com a Citroen e atrás de Neuville.
Bem visto: a tua memória é obviamente melhor que a minha!