WRC: Sébastien Ogier vence Rali da Catalunha

Por a 23 Outubro 2022 12:17

Sébastien Ogier/Benjamin Veillas venceram o Rali da Catalunha, o primeiro triunfo da dupla no WRC, e o primeiro do francês com o novo Toyota GR Yaris Rally1. Thierry Neuville foi segundo na frente de Kalle Rovanpera. A Toyota é Campeã de Construtores pela sexta vez na história do WRC…

Naquela que foi a sua quinta prova do ano, Sébastien Ogier regressou aos triunfos no Mundial de Ralis, numa prova em que demorou algum tempo a chegar ao ritmo que precisava, mas quando chegou à liderança, na quinta especial, não mais foi ‘acossado’. Ainda que nunca tenha tido uma vantagem enorme, construiu-a a pouco e pouco, vencendo com todo o merecimento, triunfando pela 55ª vez no WRC, vencendo em todas as épocas que correu na categoria principal, desde o seu primeiro triunfo, em 2010. Só em 2012, quando ‘preparava’ a entrada da Volkswagen no WRC, não venceu pelo menos um rali, porque correu com um Skoda Fabia S2000. 

É também o 76º triunfo da Toyota no WRC, afastando-se da Lancia que soma 73, mas ainda longe da Citroën que tem 102 e mesmo da Ford que soma 92 triunfos no WRC.

Com um percurso algo diferente de anos anteriores, este Rali da Catalunha foi uma prova interessante, que confirmou a Toyota como a força a bater este ano, mas também deixou claro que a Hyundai trabalhou muito bem para recuperar do atraso do início do ano.

Já a Ford, ou melhor, os seus pilotos, voltaram a confirmar que não estão ao nível da competitividade do carro. Mesmo com alguns azares pelo meio, o problema da M-Sport/Ford são claramente os pilotos e não o carro. 

Numa prova que teve três líderes distintos logo na primeira manhã, Ogier começou a destacar-se a pouco e pouco, e ninguém mais o ‘agarrou’…

Toyota mais forte, mas Hyundai não muito longe

No primeiro dia, a Toyota venceu sete dos oito troços entre Sébastien Ogier e Kalle Rovanperä, deixando claro quem estava mais forte, mas a Hyundai reagiu bem. 

Com a estrada húmida ou molhada no primeiro dia, também a sujidade foi problema, pois ao contrário do habitual este rali teve muitos mais cortes de bermas do que era habitual. 

Ogier chegou à vantagem na PE5, mesmo sendo 7º na estrada, apanhando-a bem mais suja. Terminou o 1º dia 4.8s na frente de Kalle Rovanperä, mas foi no segundo que deu o passo decisivo para a vitória ao passar esse avanço para 20.7s face ao segundo classificado, que no final do 2º dia era Thierry Neuville. O belga, no último dia, ainda tentou, mas Ogier reagiu e venceu. 

Thierry Neuville/Martijn Wydaeghe (Hyundai i20 N Rally1) terminaram em segundo, num rali em que aproveitaram bem um erro de Rovanpera, para o passar, e depois disso não permitiram a sua reação, até porque um furo numa das rodas do Toyota do finlandês ‘resolveu’ a questão.

No primeiro dia andaram um pouco para trás durante a tarde, perderam a liderança  no primeiro troço e mais uma posição no seguinte, foram acumulando atraso tanto para Ogier como para Rovanpera e terminam o dia a 12.5s, com o belga a revelar falta de ‘feeling’ do carro nas curvas. No 2º dia, foram-se aproximando de Rovanperä, passando-o na super especial que encerrou o dia. O carro continua muito ‘irregular’, não permitindo aos belgas terem feito melhor. 

Kalle Rovanperä/Jonne Halttunen (Toyota GR Yaris Rally1) terminaram no pódio, numa prova em que parecia poderem contribuir para mais uma ‘dobradinha’ Toyota, mas no final do 2º dia, um erro com os ‘settings’ do carro levou-os a ter dificuldades com o sistema híbrido, perdendo tempo decisivo para Neuville, cedendo-lhe o 2º lugar.

Começaram bem o rali aproveitando o facto de apanharem a estrada limpa, mas nunca estiveram totalmente confortáveis com a aderência, perdendo muito tempo no troço mais extenso.

No 2º dia não conseguiram forçar mais e foram perdendo tempo para Ogier e Neuville, caindo para terceiro no fim do dia, devido ao ‘tal’ erro com os ajustes do sistema híbrido do Yaris.Sem isso, provavelmente teriam aguentado a posição, mas no último dia ainda furaram, perto do final de um troço…

Ott Tänak/Martin Järveoja (Hyundai i20 N Rally1) terminaram em quarto, num rali em que voltaram a queixar-se muito do carro. Também não era para menos, quando logo na 6ª feira ficaram sem sistema híbrido. Muito rapidamente viram-se em ‘terra de ninguém, e dali, nem para a frente ou para trás…

Terminado a primeira manhã a 6.0s de Neuville, no fim do dia estavam a 20.0s da frente, novamente devido ao sistema híbrido. Tiveram também que trocar o alternador. Fora isso, o piloto queixou-se do feeling no carro, e no fim do 2º dia já estava a 36.6s da frente.

Pelo meio, quase saiu de estrada. É piloto para muito mais, mas se tudo o resto não ajuda… 

Desde o Rali da Catalunha do ano passado que Dani Sordo/Candido Carrera (Hyundai i20 N Rally1) só sabiam ficar no pódio, mas desta feita não conseguiram. Terminaram em quinto. 

No primeiro dia, rondaram o top 5, apesar de um furo. Esperavam poder lutar pelo triunfo em ‘casa’, mas estiveram muito longe de o conseguir. Demoraram a chegar a um bom ritmo e mesmo esse, não chegaria para lutar na frente. Mudaram a afinação do carro, conseguiram mais performance e confiança, mas não foi suficiente.

Elfyn Evans/Scott Martin (Toyota GR Yaris Rally1) foram sextos, depois duma prova cinzenta. 

Mesmo num fim de semana menos bom, o galês já é piloto para obter sempre resultados ‘decentes’, mas nesta prova nunca estiveram em condições de lutar pelo pódio.

Muitas hesitações, não se deu bem com asfalto com mudanças de aderência.

Numa frase que disse, o piloto resumiu o seu rali: “não apareceu este fim de semana a confiança e o feeling. Não foi mau mas não foi fantástico.”.

Takamoto Katsuta/Aaron Johnston (Toyota GR Yaris Rally1) foram sétimos a mais de dois minutos da frente. Tiveram um rali pobre, bem pior do que o que fizeram na Bélgica ou mesmo na Croácia. Num rali menos técnico e mais ‘estilo’ circuito, o japonês não andou bem, nunca conseguindo encontrar os seus limites.

Após dois meses de fora, Adrien Fourmaux/Alexandre Coria (Ford Puma Rally1) tinham mesmo de levar o carro até ao fim, fizeram-no com um oitavo ligar, e o ‘trade off’ foi que, não correndo quaisquer riscos, andaram muito abaixo do que já mostraram ser capazes.

O ano passado na Croácia foram quintos! Depois de tantas ‘pancadas’ na confiança, esta tem agora de ser quase completamente reconstituída mas o desporto motorizado em geral os ralis em particular, são muito inclementes para que o francês tenha o tempo suficiente para que isso suceda e o mais provável é ficarem sem o lugar no final do ano. 

Craig Breen/Paul Nagle (Ford Puma Rally1) são outro exemplo. Tantos incidentes durante o ano arrasaram com a confiança do piloto, que continua com dificuldades de sair do buraco em que se meteu. Aqui e ali tem fogachos de rapidez, mas ver a forma como terminou 2021, a confiança como entrou em 2022, com um pódio em Monte Carlo, e depois todos os altos e (muitos) baixos que teve depois, marcaram-no muito e nesta prova nunca passou da mediania.

Pierre-Louis Loubet/Vincent Landais (Ford Puma Rally1) terminaram o rali na nona posição, mas o resultado foi condicionado pelo furo da PE3 e o problema mecânico que tiveram na PE4. Antes disso, estava 2.2s atrás de Breen, e na frente de Fourmaux e Greensmith.

Tem vindo a aproveitar bem o mau momento dos pilotos da Ford para mostrar que podem contar com ele, mas na verdade ainda é cedo para garantir que caso se torne piloto oficial, vai fazer melhor que quem lá está. Ainda parece cedo, mas está a ‘fazer-se’ piloto.

Tal como disse, “o feeling do carro foi bom, andar perto dos meus colegas de equipa é bom”. Tal e qual. 

Jourdan Serderidis/François Miclotte (Ford Puma Rally1) fez o rali que pode, sendo um gentleman driver, mas teve alguns problemas e terminou para lá do top 30.

O outro WRC em prova foi o de Armando Pereira, o luso-francês administrador da Altice, pilotos nas horas vagas. Com o seu Ford Fiesta WRC foi 53º da geral.

Gus Greensmith/Jonas Andersson (Ford Puma Rally1) voltaram no último dia para terminar em 55º da geral. 12 provas até aqui, cinco fora do top 10, alguns acidentes pelo meio. 

Começaram o ano com um triunfo num troço à geral, no Monte Carlo. Olhar para o que fazem agora, parece o dia e noite. Algo de muito mau se passou com todos os pilotos da M-Sport… Neste rali, bateu forte quando era 10º da geral, só à frente de Loubet, que tinha furado…

Resumindo, a Toyota assegura o seu sexto título de Construtores com dois carros no pódio, a Hyundai transfigurou-se ao longo do ano, e a M-Sport/Ford sofreu de um vírus muito estranho em todos os seus pilotos oficiais…

Tempos Online – CLIQUE AQUI

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas Destaque Homepage
últimas Autosport
destaque-homepage
últimas Automais
destaque-homepage
Ativar notificações? Sim Não, obrigado