WRC, Rali do Chile: Quarta vitória de Kalle Rovanperä em sete provas

Por a 29 Setembro 2024 18:12

Quarta vitória de Kalle Rovanperä/Jonne Halttunen (Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid) em sete provas realizadas diz bem do que continua a ser capaz o bicampeão do Mundo de Ralis, que este ano optou por fazer um programa parcial de provas e não todo o campeonato.

Não há meios termos para o jovem finlandês, ou ganha, ou sai de estrada, tem problemas e desiste. Se o rali lhe corre de forma normal, ganha. E nem sequer fez uma grande exibição numa prova que confessou não ser muito do seu gosto porque o seu estilo de pilotagem não se adapta muito bem às estradas do Chile.

No 1º dia, Rovanperä teve alguns contratempos, bateu num portão na PEC4. “Não me sinto confortável nestas estradas”, disse na altura, “Quando está seco, não se adequa ao meu estilo de condução habitual. Estou a lutar muito com o carro e com a minha condução.” No 2º dia, assumiu a liderança com o nevoeiro a fazer ‘descarrilar’ a tentativa de vitória de Elfyn Evans e ao partir para a última etapa de domingo com uma vantagem de 15,1 segundos, confirmou facilmente a vitória e ainda contribuiu para uma dobradinha Toyota na Power Stage e 1-2-3 no super domingo, com os pontos que isso significa para a Toyota nos Construtores.

Elfyn Evans/Scott Martin (Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid) continua sem conseguir ganhar e já lá vai quase um ano, depois do triunfo no Japão 2023, última prova do ano passado. Ainda se pensou pode lutar pelo título, a primeira parte do campeonato correu-lhe bem mesmo sem conseguir vencer, mas a partir de Portugal só conseguiu um 2º lugar na Polónia o que repetiu nesta prova em que só foi traído pelo nevoeiro, pois rodou numa altura em que este se intensificou e com isso passou de um avanço de 13.6s para um atraso de 15.1s para Rovanpera, e todos sabemos quão difícil é recuperar esse tempo ao finlandês em ‘meio-dia’.

Começou o rali em segundo, ascendendo à liderança na PEC3, levando-a até final depois de revistos os tempos, no sábado venceu três das quatro especiais da manhã para construir uma vantagem de 13,6 segundos, mas a sua vantagem evaporou-se no penúltimo troço, onde um denso nevoeiro lhe reduziu a visibilidade para quase zero. Sendo o último dos pilotos que lutavam pela vitória na estrada, Evans suportou o peso da deterioração das condições e, por vezes, teve mesmo de abrandar o seu ritmo o que o ‘tramou’ por completo.

Ott Tänak/Martin Järveoja (Hyundai i20 N Rally1 Hybrid) terminam no pódio, liderava no final do 1º dia, mas nunca tiveram andamento para os Toyota, que neste prova esteve imbatível. Fez o que podia, termina a fase de terra do WRC apenas com um triunfo na Sardenha, esteve bem em Portugal com o segundo lugar, mas com a sua classe perder tanto para o seu colega de equipa ‘diz’ que tem feito uma época pobre. No 1º dia, o estónio passou Evans na última especial do dia de sexta-feira, mas a retificação dos tempos nominais colocou o piloto da Toyota com 3.0s de avanço, no sábado, mantiveram-se em terceiro, atrás de Evans por 18,5 segundos, nunca conseguir apontar mais para cima.

Thierry Neuville/Martijn Wydaeghe (Hyundai i20 N Rally1 Hybrid) terminaram em quarto numa rali em que foram bastante inteligentes, nunca metendo uma roda fora do sítio de modo a garantirem que não perdiam pontos a mais, o que conseguiram.

No 1º dia, o piloto terminou em sexto a 33.3s da frente, sem o carro afinado a 100% e a abrir a estrada, teve dificuldades com as condições de terra solta, no seio da Hyundai só conseguiu ficar na frente de Esapekka Lappi por 5,8 segundos. No sábado, uma boa recuperação, subindo de sexto para quarto, onde terminou o rali.

Após dois pódios na Polónia e Finlândia, Adrien Fourmaux/Alexandre Coria (Ford Puma Rally1 Hybrid) foram quintos no Chile, soube a pouco, mas o problema do primeiro dia, condicionou fortemente a possibilidade de fazer melhor. O piloto caiu de quarto para oitavo depois de incorrer numa penalização de tempo de um minuto por chegar atrasado à PEC5 sendo que esse atraso se deveu a reparações feitas na ligação, primeiro no seu alternador e depois num tubo de água. No 2º dia, fez bons progressos, passando de oitavo para quinto, ultrapassando Grégoire Munster e Sami Pajari.

Sami Pajari/Enni Mälkönen (Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid) foram sextos, não estiveram tão bem como na Finlândia e Grécia, mas fizeram uma prova com um único objetivo: aprender, e isso conseguiram na perfeição, ficando na sua posição natural, atrás de todos os pilotos mais experientes.

De volta ao evento onde o piloto se estreou na primeira divisão no ano passado, Grégoire Munster/Louis Louka (Ford Puma Rally1 Hybrid) terminaram em sétimo, e por isso não foi de estranhar que no primeiro dia tenham tido o seu melhor desempenho da época, mas a má sorte bateu-lhes à porta quando danos nos pneus na última especial fizeram-no cair para quinto, atrás de Sami Pajari.

Se esta foi a despedida de Esapekka Lappi/Janne Ferm (Hyundai i20 N Rally1 Hybrid) do WRC, é mau, porque fez uma prova horrível que terminou com um abandono no último dia. No 1º dia, Lappi descreveu o seu desempenho como “um desastre de dia”, no segundo, mais um dia difícil, completamente fora do ritmo, foi penalizado em dois minutos por ter chegado mais cedo à PEC11, terminou o sábado num distante oitavo lugar da geral com o seu Hyundai, dando sempre a sensação que não tinha muita vontade de ali estar. Mau demais para ser verdade, de um piloto que ganhou o primeiro rali que fez este ano, na Suécia.

Sébastien Ogier/Vincent Landais (Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid) estiveram azarados, mas na verdade foi um erro, uma saída mais larga que os tirou da luta pela vitória. Parecia ser o mais rápido ao longo do primeiro dia, três troços e teria liderado o rali com quase 30 segundos de vantagem se não tivesse batido numa berma na PEC3, obrigando-o a parar e a mudar uma roda. A partir daí o seu rali estava ‘condenado’ a um mau resultado e para quem estava à procura de vencer e recuperar muitos pontos a Thierry Neuville, ficou sem essa hipótese. Depois disso, trabalhou para a equipa e o que fez foi perfeito, pois sem somar pontos, tirou-os à Hyundai.

Mārtiņš Sesks/Renārs Francis (Ford Puma Rally1) teve um rali desafiante. Retirou o seu carro não híbrido durante a manhã do 1º dia, depois de ter batido numa berma e danificado dois pneus, quando tinha apenas uma roda sobresselente. Depois, fez o que lhe competia, aprender e andar rápido, o que fez.

Quanto aos pontos Rovanpera foi quem mais somou, 28, mais sete que Evans, 21, Tanak, 20, Neuville, 15.

No campeonato, Neuville tem agora 29 pontos de avanço para Tanak, e com Ogier em terceiro com 166 o campeonato de Pilotos é mais uma questão ‘Hyundai’ do que outra coisa qualquer.

Já os Construtores, a Toyota recuperou de uma diferença de 35 antes do Rali do Chile para 17 pontos, o que deixa tudo completamente em aberto para as últimas duas provas.

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3 Comentários
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hellrun
hellrun
1 mês atrás

A Toyota foi muito optimista com o seu programa de pilotos, e sobre valorizou o Evans. Este não esteve à altura. Já perderam o campeonato de pilotos, e veremos o de marcas. Mas está a ser um bom campeonato, mesmo só com duas marcas e meia.

christopher-shean
christopher-shean
Reply to  hellrun
1 mês atrás

Apesar de ter dado um ponto positivo… acho que a Toyota ter sobre valorizado o Evans é um pouquinho exagerado: teve, também, um pouco de azar.

Homem_do_Leme
Homem_do_Leme
Reply to  christopher-shean
1 mês atrás

É verdade que lhe faltou alguma sorte, mas também me parece que acusou muito a responsabilidade de ser ele o único representante ao titulo da Toyota, pois o Taka é capaz de muitos “fogachos” mas depois é muito inconstante e comete muitos erros.
Neste rali como já não tinha esse “peso” portou-se lindamente num rali que foi dificilimo.

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