WRC, Rali de Monte Carlo: os segredos que podem fazer a diferença

Por a 26 Janeiro 2024 13:38

Todos sabem que o Rali de Monte Carlo se tornou numa prova mítica, porque para além das belas e incontáveis estradas dos Alpes Marítimos o facto de se realizar em pleno inverno sempre ofereceu à prova dificuldades máximas, sempre que a meteorologia ‘fazia’ o que dela era esperado.

Aliado a isso, o facto de no passado as provas de ralis serem muito mais extensas, pelo que mesmo que alguns dos troços estivessem secos, na quilometragem da prova era muito raro não haver zonas, especialmente nos famosos ‘Col’, ou ‘Alto do…’

O mais conhecido é sem dúvida o Col du Turini, mas está longe de ser o mais difícil, especialmente quando comparado, por exemplo com o Col de Fontbelle no Sisteron, onde muitas vezes os carros que tentavam subir com os pneus errados, desciam mais do que subiam, porque escorregavam para trás no gelo, sendo sempre um ponto de encontro dos adeptos que adoravam ajudar os concorrentes.

O Col de Fontbelle está localizado na comuna de Sisteron a uma altitude de 1.308 metros, mas há muitos mais na história do ‘Monte’, como o Col de la Madone, na comuna de La Turbie, a uma altitude de 1.844 metros, Col de Braus na comuna de Sospel, a uma altitude de 1.001 metros, Col de la Couillole (Saint-Étienne-de-Tinée) 1.664 metros, Col de la Bonnette (Saint-Martin-Vésubie, 2.802 metros) que é o Col mais alto do ‘antigo’ Rali de Monte Carlo. Há outros, Col de l’Orme, Col de l’Ablé, Col de Castillon, Col de la Lombarde. Os ‘cols’ do Rali de Monte Carlo são uma parte essencial da prova, e contribuem para a sua fama e prestígio.

MAs está longe de ser apenas aí que há ação e este fim de semana, quando se esperava um Rali de Monte Carlo totalmente seco, já se percebeu que não vai ser assim pois nas especiais de Saint-Léger-les-Mélèzes / La Bâtie-Neuve (PE3) e La Bréole/Selonnet (PE5) havia zonas com neve e gelo, que já traíram alguns concorrentes mais desprevenidos, entre eles Ott Tanak e Takamoto Katsuta.

Quem fez um tempo canhão na PE5 foi Sébastien Ogier, e o facto de ter crescido naquela zona e de, provavelmente milhares de vezes ter andado por aquelas estradas no inverno, sabe bem que as condições do troço às 9h00 da manhã são certamente bem diferentes às 11h00, especialmente quando o céu está limpo e há Sol. Foi o que sucedeu hoje: “Estou satisfeito por ter conseguido ultrapassar as partes mais complicadas do rali. Tinha boas informações e sabia exatamente onde estavam as secções com gelo e consegui adaptar a minha velocidade. Parece que funcionou bem para nós, apesar de as informações dos batedores serem obviamente diferentes do terreno real aquando da nossa passagem e se tivermos confiança nas secções rápidas no final, isso pode fazer uma grande diferença”, disse Ogier. Foi o que sucedeu, e para o comprovar basta olhar para os parciais da especial. No segundo parcial, Ogier estava a ganhar 4.5s a Evans, mas no terceiro que continha essa zona final com muito gelo, Ogier passou a margem para 11.7s, o que significa que o francês só aí foi buscar seis segundos. Olhando para os pilotos mais rápidos, face a Evans, entre o 2º e 3º parcial Neuville vinha a ganhar 0.9s e perdeu 2.5s, Tanak vinha a ganhar 0.6s e ganhou 1.7s, mas Ogier já vinha a ganhar 4.5 e colocou a diferença em 11.7s. Porquê, arriscou muito mais, pois tinha uma melhor experiência de como devia estar a zona. E Ogier diz mais: “As condições serão melhores esta noite, exceto na última especial. Vai estar escuro e as temperaturas vão baixar. Este troço deverá continuar a ser o mais complicado do dia, mas pelo menos estará sujo para todos e isso é uma boa notícia porque será mais justo, sendo igual para todos.”

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