WRC, Rali da Catalunha: Ott Tanak imparável na terra… agora vem aí asfalto
Começa a ficar claro para as outras equipas que o Toyota Yaris WRC está a tornar-se rapidamente no carro a bater. Até aqui, pensava-se que estando o Yaris cada vez melhor, o que é natural, Ott Tanak estava a fazer a diferença e sendo verdade que isso está a suceder, também é verdade que o quase constante surgimento doutros pilotos da equipa (nos últimos tempos essencialmente Latvala) nos lugares da frente mostra uma clara tendência. Tanto Sébastien Ogier como Thierry Neuville estão a dar o máximo, e mesmo assim têm grandes dificuldades para andar, sequer, perto de Tanak.
Antes do Rali da Catalunha, a Toyota já é a equipa com mais pódios, 13, face aos 10 da Hyundai, sete da M-Sport/Ford e apenas três da Citroën. E isto sendo a Toyota a equipa com mais abandonos, seis face aos cinco da Citroën e três da Hyundai.
Se olharmos para os triunfos em especiais, Tanak é de longe quem mais troços vence, 58. Neuville tem 36 e Ogier, 34. Os dois pilotos seguintes são Latvala e Lappi. No total a Toyota tem mais 29 vitórias em troços que a Hyundai.
Já não restam dúvidas a ninguém que a Toyota não só chegou rapidamente ao nível dos adversários, como só precisou de ano e meio para os passar e se esta nova era do WRC tem sido equilibrada até aqui, os últimos tempos têm sido, essencialmente, interessantes para o campeonato.
No fim deste primeiro dia de prova, Ott Tanak lidera com 26.8s de avanço para Dani Sordo (Hyundai i20 Coupe WRC). No princípio do rali, o estónio disse que “Tenho o meu Toyota, vou usar essa vantagem..” e pelos vistos é exatamente isso que está a suceder.
Só no primeiro troço da tarde de hoje preferiu resguardar os pneus para os dois grandes troços seguintes, e por isso foi quinto. Nos outros, ou ganhou, ou foi segundo. Seguem-se dois dias de asfalto, em que as margens tendem a ser mais curtas, mas como deve chover amanhã, será uma incógnita.
Sem qualquer pressão, Dani Sordo chega ao fim do dia no segundo lugar. A jogar em casa e com a motivação em alta, está bem posicionado para atacar Tanak, já que o espanhol não só é especialista de asfalto, como conhece os cantos à casa bem melhor do que o estónio. Esta será uma batalha interessante, certamente.
Elfyn Evans perdeu o segundo lugar no último troço do dia, mas está a fazer o seu papel. Aproveitou a sua posição na estrada, fez sempre tempos entre o terceiro e o quarto, exceção feita a dois troços. O que lhe correu mal, precisamente este último, foi onde perdeu mais tempo e uma importante posição na geral.
Sébastien Loeb termina o primeiro dia na quarta posição da geral, depois de ter terminado a super especial de ontem na 27ª posição da geral. No final da manhã estava em sexto, hoje de tarde subiu mais dois lugares, terminando a 30.2s de Tanak. O C3 WRC é bom em asfalto, basta ver qual foi o carro que venceu esta prova o ano passado (Kris Meeke, C3 WRC) para perceber que Loeb pode ter ainda uma palavra a dizer. É que faltam ainda 11 troços.
Jari-Matti Latvala termina o dia em quinto, com 37.6s de distância para Tanak, num dia marcado pelo furo que sofreu na PE4, que o fez cair de 2º para 10º. Sem isso, provavelmente estaria colado a Tanak.
Andreas Mikkelsen volta a fazer um rali de altos e baixos, dando a sensação que continua a experimentar tudo e mais alguma coisa no seu carro, de modo a que para o ano saiba exatamente com o que conta. Tendo em conta que já não tem grandes aspirações em termos de campeonato, está a trabalhar para si e para a equipa, que, recorde-se, luta pelos dois títulos.
Sébastien Ogier é sétimo a 39.7s, e tem sido, tal como Thierry Neuville (este ainda mais) prejudicado pela ordem na estrada. Não podia fazer muito mais em piso de terra como este de Espanha, mas amanhã terá outra palavra a dizer. Certamente subirá na classificação, até onde é que não sabemos…
Craig Breen é oitavo e na nona posição está Thierry Neuville (Hyundai i20 Coupe WRC), que está quase a um minuto de Tanak, o que em condições normais, apesar de ser asfalto, não recupera. Pode, está claro, subir posições, mas olhando ara quem tem à frente, não terá tarefa fácil. Ogier vai andar na frente, a Breen talvez passe com alguma facilidade, Mikkelsen, que está a 20 segundos, lógico que sim, quanto mais não seja com o jogo de equipa, mas daí para a frente não será tão evidente.
Latvala está a fazer um grande rali, Loeb vai andar forte no asfalto, Evans está a trinta segundos, Sordo vai também andar forte, olhando para a frente e não para trás.
Portanto, pelo que se prefigura, tudo indica que o campeonato vai para a Austrália bem mais equilibrado, resta saber quanto. Certo é que Ogier e Neuville têm que tentar chegar mais à frente na classificação, pois da forma como Tanak está a andar na terra, se o estónio precisar ‘apenas’ de vencer na Austrália, Ogier e Neuville vão ter vida muito difícil.
De qualquer modo, ainda temos pela frente dois dias de rali em asfalto, as previsões apontam para chuva amanhã e seco no domingo. A margem de Tanak é significativa, mas com um especialista ‘caseiro’ Sordo e com Loeb a cerca de 30 segundos, eu não me fiava muito na margem…
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