WRC, Rali da Alemanha: Ott Tanak vence e está mais perto do ‘trono’
Ott Tanak venceu o Rali da Alemanha e deu um enorme passo rumo ao título Mundial de Ralis, já que passa a dispor de 35 pontos de avanço face ao segundo classificado, Thierry Neuville e 42 para o terceiro, Sébastien Ogier, isto quando faltam agora apenas quatro provas para o fim do campeonato.
Um rali perfeito para a Toyota, que coloca os seus três carros no pódio, com Kris Meeke a terminar a 20.8s do estónio, enquanto Jari-Matti Latvala foi terceiro a 36.0s.
Desde 2004 que é um ‘Sebastien’ o Campeão, Loeb de 2004 a 2012, Ogier desde 2013 para cá. Ao que tudo indica, isso irá mudar este ano.
Ao vencer quatro dos últimos cinco ralis, Tanak deu nos últimos tempos um passo que tem tudo para ser absolutamente decisivo na luta, isto numa prova em que Thierry Neuville e Sébastien Ogier estiveram azarados.
O belga da Hyundai ainda lutou taco a taco com Ott Tanak até à PE13, era segundo a 5.6s, mas na primeira passagem por Panzerplatte, um furo fê-lo perder quase minuto e meio, e com isso quaisquer hipóteses de vencer o rali. Terminou a 58.5 de Tanak, no 5º lugar, com uma diferença bem menor do que a que perdeu com o furo. Mas como é lógico, Tanak também não precisou de atacar.
Honra seja a feita a Neuville, que muito tem lutado, mas o mais provável é continuar a sua saga de segundos lugares no campeonato, o que já ‘dura’ desde 2016, quando foi segundo sempre atrás de Ogier.
Quanto a Ogier, os dois furos sofridos no temido campo militar de Panzerplatte, atiraram o francês para o oitavo posto à geral, no final do segundo dia de prova, o que acabou com as esperanças em alcançar um lugar no pódio. Terminou nessa posição, numa prova em que ficou mais uma vez demonstrado que o C3 WRC não está à altura do Toyota Yaris WRC e Hyundai i20 WRC, especialmente quando guiados pelos seus melhores pilotos.
De qualquer modo, Ogier, apesar de ter andado pelo terceiro lugar no primeiro dia de prova, foi sempre perdendo tempo para Tanak e Neuville, nunca se mostrando em condições de recuperar terreno. Tal como disse no final: “fizemos o que pudemos, ninguém pode dizer que não tentámos”, mas a verdade é que a renovação do título está cada vez mais longe.
Tanak teve boa oposição de Neuville no primeiro dia, chegou a perder o primeiro lugar para o belga, recuperou depois, mas até ao furo de um dos pneus do Hyundai i20 WRC a diferença não foi grande.
Depois, sem a pressão de Neuville, Tänak passou a controlar o seu andamento a partir da segunda passagem por Baumholder.
Apesar da luta que deu o belga, Tanak não correu riscos, manteve o seu ritmo e quem ‘cedeu’ foi Neuville. Daí para a frente, tratou-se apenas e só de controlar a prova. Problemas só na PowerStage, onde perdeu os travões à frente, numa das rodas.
Kris Meeke foi segundo, terminou a 20.8s, chegando a essa posição no final do dia de sábado. Andou pelo quarto lugar na primeira metade do rali, passou Neuville e Ogier em Panzerplatte I, subiu a segundo donde não mais saiu. No primeiro dia, falhou uma curva aqui e ali, andou bem nas vinhas, mas ainda assim perdeu algum tempo, mantendo no entanto uma boa margem para o terceiro lugar de Jari-Matti Latvala, isto depois duma boa luta com Sordo, que teve problemas na caixa do Hyundai i20 WRC e atrasou-se muito.
Depois do seu péssimo começo de Mundial, Jari-Matti Latvala está a recuperar a confiança, e embora ainda se note bastante que o seu aspeto mental o trai muitas vezes – até a entrevistadora da WRC TV lhe disse para não pensar tanto nas coisas – conseguiu o seu segundo pódio do ano, e logo consecutivo e em tipos de piso totalmente distintos, terra e asfalto.
A rapidez está lá, mas qualquer pequeno problema o afeta sempre muito. Desta feita, foram os travões que lhe tiraram a confiança, e teve de ser um telefonema de Makinen a acalmá-lo. Terminou em terceiro a 36.0s de Tanak, dez na frente de Dani Sordo
Apesar do hat-trick de Tanak, Meeke e Latvala, Sordo não ficou longe. O espanhol esteve combativo, era quarto quando teve problemas com a caixa de velocidades, caindo para o nono lugar. Teve que recomeçar tudo de novo e desde aí foi sempre a recuperar até ao quarto lugar em que estava. Sem o arreliador problema, poderia ter sido segundo.
Grande luta que teve com Meeke e estava à frente do piloto do Toyota quando a caixa o traiu…
Esapekka Lappi voltou a fazer um rali apagado, o asfalto não é a sua praia. Não começaram mal o rali, mas depressa se percebeu que não sairiam cá de trás.
No segundo dia, uma travagem mais tardia, numa zona com pouca aderência, redundou num pião que custou 20,1s, caindo para o oitavo lugar. Terminaram em sexto.
Esta prova não correu nada bem a Andreas Mikkelsen, que terminou em sétimo a 1:46.2 da frente. Depois de dois bons resultados em Itália e na Finlândia, voltaram as ‘crises’. Quando a aderência muda muito, o norueguês quase sempre se perde um pouco com as afinações do carro e tem quebras de confiança.
Mau fim de semana para a M-Sport, Gus Greensmith limitou-se a andar sem estragar, e Teemu Suninen teve um problema hidráulico com o seu Ford muito cedo, limitando-se depois a andar o melhor que podia sem grandes preocupações. Terminou nos confins da classificação geral.
No Campeonato de Marcas, a Hyundai mantém a liderança, mas a Toyota com este triplo pódio, aproxima-se bastante. Os homens liderados por Tommi Makkinen distam agora apenas oito pontos da Hyundai, numa prova em que repetiram o feito que conseguiram como equipa no longínquo Rali Safari de 1993, colocar os três carros da equipa no pódio.
Curiosamente, desde o Rali da Alemanha de 2015, quando a VW reservou para si todo o pódio, que algo semelhante não sucedia no WRC.
Para Ott Tanak, esta é a 5ª vitória do ano, um número que é o somatório dos triunfos dos restantes pilotos que venceram ralis este ano: Thierry Neuville, 2, Sébastien Ogier, 2 e Dani Sordo, 1.
Nas Marcas, a Toyota Gazoo Racing WRT, assegura, logicamente, a 5ª vitória do ano, face às três da Hyundai Shell Mobis WRT, e duas da Citroen Total WRT.
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