WRC: Ott Tanak estreia-se a vencer o Rali de Portugal
Ott Tänak Ott e Martin Järveoja (Toyota Yaris WRC) venceram o Rali de Portugal depois duma prova em que chegaram à liderança na PE3, levando-a até ao fim.
Ao cabo de três troços, a Toyota já tinha os seus três carros nos três primeiros lugares e assim foi até à PE11, numa altura em que Latvala era segundo a 14.8s e Kris Meeke, terceiro a 19.4s. Thierry Neuville rodava 8.8s mais atrás, e acabou por subir até ao segundo lugar depois dos dois Toyota ‘secundários’ terem tido problemas, Latvala danificou uma suspensão na PE12 e já não voltou nesse dia, enquanto Kris Meeke aproveitou um problema com um amortecedor no Yaris de Tanak para se aproximar.
O irlandês chegou a estar a 22.8s de Tanak, recuperou e chegou a estar a 2.4s do estónio, já no último dia de prova, mas acabou por fazer um pião e caiu para terceiro atrás de Neuville, e na PowerStage, bateu numa pedra ao cortar demasiado uma trajetória na zona inicial, estreita e lenta, do troço de Fafe, ficando logo ali com um roda a apontar para todo o lado, menos para a frente…
Na altura em que estava a 2.4s de Tanak, era visível que Meeke estava perturbado, não sabemos se Tommi Makinen o impediu de atacar o estónio, mas a verdade é que desde esse momento, cometeu erros que acabaram com o abandono, quando se preparava para alcançar o seu melhor resultado do ano.
Segundo Tommi Makinen: “É um grande desapontamento, talvez ele tenha ficado afetado mentalmente, ou desconcentrado, mas tenho pena por ele, pena pela equipa, são assim os ralis”.
Desta forma, acabaram por ficar os três primeiros do campeonato, no pódio do rali.
Para Ott Tanak, este rali foi uma perfeita demonstração da sua velocidade, numa prova difícil, sendo que apesar de ser segundo na estrada, no primeiro dia, enquanto liderava o rali, enquanto Thierry Neuville era quarto a 24.2s e Sébastien Ogier, quinto a 25.8s. Esse dia, valeu-lhe a vitória, e também Makinen, que muito provavelmente terá impedido Meeke de ‘meter’ pressão em Tanak e lutar pelo triunfo.
Thierry Neuville foi premiado com um bom segundo lugar, num fim de semana em que a mecânica traiu a Hyundai, com o problema com o sistema de combustível que Dani Sordo e Sébastien Loeb sofreram no primeiro dia. Para o belga, um bom resultado.
Sébastien Ogier foi também premiado com dois brindes e uma… fava. Herdou um lugar no pódio, fruto do acidente de Kris Meeke na derradeira especial (o irlandês desistiu), venceu a PowerStage, mas ainda lidera o campeonato, e vai ter que abrir a estrada no pior de todos os ralis, a Sardenha.
Foi completamente notório que Ott Tanak, que vinha a perder 0.1s para Ogier na PowerStage, travou demais antes do salto, e com isso passou de +0.1 para +1.6s, sendo que esses dois pontos menos que Ogier na PowerStage são precisamente a distância a que está o estónio do francês. Brilhante! É assim que se podem ganhar títulos., pois se Ogier se atrasa demais na Sardenha, pode ficar com uma má posição na estrada para o segundo dia e com isso, tudo o que ganhou agora, perde a dobrar.
Filme do rali
No começo do rali, Dani Sordo beneficiou de condições de estrada mais limpas no seu Hyundai i20 e foi o mais rápido na Lousã, batendo por 4,2 segundos, Ott Tänak. O ACP decidiu fazer intervalos de quatro minutos entre os carros para compensar o pó suspenso no meio da espessa floresta da Lousã e isso foi importante para o bom desenrolar do rali.
O tempo
de Tänak, partindo de segundo na estrada foi notável e o primeiro
sinal do que estava para vir.
Teemu
Suninen completou os três primeiros, 0,2s atrás de Tänak.
Jari-Matti Latvala seguiu-se no seu Yaris, com o finlandês a
reconhecer que foi ajudado pela sua posição de partida. Latvala
terminou quatro décimos atrás do seu compatriota e 1,1 segundos
atrás de Elfyn Evans. O galês terminou com uma luz de aviso no
painel de instrumentos do seu Fiesta, mas a sua equipa M-Sport Ford
confirmou que o galês não tinha que se preocupar.
Ogier e
Thierry Neuville sofreram mais com a limpeza da estrada. Neuville foi
nono no seu i20 WRC, 14,6 segundos de Sordo com Ogier mais 0,9
segundos atrás, em 10º.
No final
da manhã, apesar de ser segundo na estrada, Tänak teve uma manhã
impressionante no seu Toyota Yaris WRC. Ganhou os troços de Góis e
Arganil depois de terminar em segundo na Lousã, de abertura para
chegar à zona de reagrupamento a meio do dia com uma vantagem de
6.9s sobre Jari-Matti Latvala. Kris Meeke estava a mais 7.1s de
distância, completando o trio da Toyota: “Tivemos uma primeira
ronda muito boa, mas foi muito difícil com o pó.
A
liderança de Sordo foi cortada por Tänak em Góis, mas isso
tornou-se irrelevante quando o espanhol teve problemas em Arganil. O
seu Hyundai i20 parou em várias ocasiões, cedendo mais de 18
minutos. O companheiro de equipa, Sébastien Loeb teve problemas
semelhantes e cedeu quase 16 minutos.
O
director da equipa, Andrea Adamo, explicou: “Houve um problema
no sistema de combustível.”
Meeke
era um homem frustrado no final de Góis depois de problemas com o
intercomunicador, o que significava que o seu co-piloto Seb Marshall
tinha de usar sinais de mão para lhe dar as notas de ritmo.
A dupla
do M-Sport Ford, Teemu Suninen e Elfyn Evans, ficou em quarto e
quinto. Suninen bateu Meeke por 3,0 segundos com Evans mais 4,7
segundos atrás. Sébastien Ogier limitou os danos ao manter o sexto
lugar no seu Citroën C3 WRC. Thierry Neuville foi sétimo no único
i20 WRC que escapou a problemas, embora o belga tenha perdido alguns
segundos depois de deixar o motor do carro calar-se num cruzamento de
Góis.
O
estreante com um World Rally Car, Gus Greensmith e Esapekka Lappi
foram oitavo e nono, com Lappi a perder um minuto com um furo em
Arganil. O líder do WRC2 Pro, Kalle Rovanperä, completou o Top 10,
no novo Fabia R5 da Skoda.
No final
do dia, Ott Tanak foi um dos poucos pilotos a evitar problemas, numa
tirada muito quente, sem vento e com muito pó, construindo uma
vantagem de 17.3s face a Jari-Matti Latvala. Kris Meeke completou o
trio da Toyota, 5,5 segundos mais atrás: “Dissemos antes do
rali que este era um dia crítico para sobreviver nesta prova e
garantir uma melhor posição de partida para o segundo dia. Agora
temos de fazer o resto do trabalho,” disse o estónio.
Latvala
andou bem até deixar o motor do Yaris WRC calar-se no penúltimo
troço. O finlandês ficou à frente de Meeke, que perdeu brevemente
o terceiro lugar para Teemu Suninen, mas o finlandês acabou por cair
para o sexto lugar quando os travões o obrigaram a fazer drift com o
Ford Fiesta WRC para o conseguir parar no penúltimo troço.
Segundo, não foi o dia decisivo…
O segundo dia não começou bem para Tanak! O estónio chegou ao final do primeiro troço, em Vieira do Minho com um olhar preocupado. Perguntaram-lhe se tinha algum problema e não foram necessárias palavras enquanto premia o pedal do travão que ia diretamente até ao chão do carro.
Perdeu nove segundos para o companheiro de equipa e vencedor do troço, Kris Meeke, parando na ligação para reparar o problema, o que conseguiu.
Em Cabeceiras de Basto foi o segundo mais rápido, 0,4s atrás do colega de equipa, Jari-Matti Latvala.
A sua vantagem caiu para 10,9 segundos, face a Latvala, que tinha Meeke ao ataque atrás de si. Meeke foi a 2,5s após Vieira do Minho, mas o finlandês ampliou-a em Cabeceiras para 5,3 segundos.
Mais
atrás, outra grande luta, entre os rivais da luta pelo título,
Thierry Neuville e Sébastien Ogier. O líder do Campeonato, Ogier,
foi mais rápido em ambos os troços, passando para a frente do belga
da Hyundai por 0,2s.
Mais
abaixo na tabela de classificação, Esapekka Lappi subiu para
sétimo, passando Gus Greensmith. Elfyn Evans também estava ‘de
volta’, após o problema elétrico no seu Ford Fiesta no dia
anterior. O galês subiu para nono, à frente do novo líder da WRC 2
Pro, Kalle Rovanperä, que passou o companheiro de equipa e líder no
final do primeiro dia de prova, Jan Kopecký.
Em
Amarante, Latvala reduziu a vantagem para Tänak, colocando-a em
5,1s depois desta já ter sido 17,3s. Os problemas de travões que
afligiram Tänak foram resolvidos antes de Amarante, mas o estónio
ficou ‘chocado’ quando viu o tempo do seu colega. Latvala apostou
numa mistura de pneus médios e duros da Michelin e Tänak optou pela
borracha média: “Acho que acertámos. Foi bom pensar com os
engenheiros e os tipos de pneus, a estratégia foi boa.” disse
Latvala. Tänak estava descontraído com o ritmo do seu colega: “Se
conseguirmos chegar à assistência, deve estar tudo bem esta tarde.
Depois de 4 km no troço de abertura não tínhamos travões e só
conseguimos arranjá-los antes do último. Estávamos concentrados em
levar o carro até ao fim. Agora temos de voltar ao nosso ritmo
normal,” disse.
Kris
Meeke preservou o domínio da Toyota nos três primeiros lugares.
Venceu o primeiro troço, Vieira do Minho, mas não conseguiu manter
esse ritmo em Amarante, onde sofreu um enorme acidente há um ano.
Caiu 13,3s para trás de Latvala.
Thierry Neuville subiu para quarto
A outra grande batalha foi entre o líder do campeonato Sébastien Ogier e o rival Thierry Neuville. A Hyundai Motorsport jogou uma dose dupla de tática numa tentativa de ajudar o belga. Com Dani Sordo e Sébastien Loeb fora da corrida por um lugar de topo, a Hyundai ordenou-lhes que incorressem deliberadamente em penalizações, abandonando a sua ordem de partida para se colocarem depois de Ogier e à frente de Neuville.
Isto
significava menos dois carros à frente de Ogier para varrer a
estrada. Neuville aproveitou e recuperou o quarto lugar em Amarante
por 1.9s, apesar do peso extra de uma segunda roda sobressalente.
Esapekka
Lappi ganhou outra posição, passando Teemu Suninen, para sexto. Gus
Greensmith manteve-se em oitavo, à frente de Elfyn Evans e Kalle
Rovanperä, líder do WRC 2 Pro.
No final
do segundo dia, Tanak agarrou-se a uma vantagem de 4,3 segundos sobre
o seu colega da Toyota Gazoo Racing, Kris Meeke, após danos na
suspensão dianteira direita do Yaris, no troço final do dia,
Amarante, o mais longo do rali, com quase 40 km.
Um
problema idêntico teve o seu companheiro de equipa, Jari-Matti
Latvala, o que afastou o finlandês do segundo lugar antes do mesmo
troço, depois de estar em linha para negar a Tänak uma segunda
vitória consecutiva no WRC.
Latvala
danificou a suspensão do seu carro depois de uma forte aterragem
sendo que isto deixou Tänak 15,2 segundos à frente de Meeke antes
do líder também ter tido os seus próprios problemas: “Vinte e
cinco quilómetros antes do final partimos o amortecedor dianteiro
direito. Cinco quilómetros depois de eu ter falhado uma curva e tido
de fazer marcha-atrás. Foi um troço desafiador.”, disse Tänak.
Os três
primeiros classificados viram Thierry Neuville vencer os dois últimos
troços e recuperar tempo, colocando-se a 4,9 segundos de Meeke.
Um problema hidráulico fez com que Meeke não pudesse usar o travão de mão no último troço, e logo esse que era bem sinuoso.
O líder
do Campeonato, Sébastien Ogier era quarto, 21,0 s atrás do líder,
ele que sofreu com as táticas da Hyundai.
Esapekka
Lappi subiu da oitava para a quinta posição, afastando-se de Teemu
Suninen, que estava quase meio minuto atrás.
Gus
Greensmith saiu de estrada, permitindo que o seu companheiro de
equipa, Elfyn Evans chegasse a sétimo. O líder do WRC2 Pro, Kalle
Rovanperä, Jan Kopecký e o líder do WRC2, Pierre-Louis Loubet,
completaram o Top 10.
Mestre o volante e da tática
Tanak começou o último dia de prova com 4.2s de avanço para Kris Meeke, com Thierry Neuville a 9.2s. Meeke foi o mais rápido em Montim e reduziu a margem para Tänak colocando-a em 2.4s. No troço seguinte, Tänak retaliou e ganhou três segundos a Meeke, colocando a margem em 5.4s, e nesta altura já Meeke ‘fervia’ nas entrevistas de fim de troço.
Esapekka Lappi capotou e perdeu 30s em Montim. Em Fafe, sem asa traseira, bateu numa berma e danificou a suspensão traseira do C3 WRC. Depois do grave acidente na Argentina, ficou novamente mal no filme, ao não contribuir com pontos para a equipa.
Mas os dramas não ficaram por aqui já que a PowerStage foi interrompida duas vezes. A primeira por causa de Gus Greensmith, que desistiu após a cedência da direção do Ford na aterragem do famoso salto de Fafe, que deixou o carro descontrolado, embatendo na berma do troço.
Pior
ainda esteve Kris Meeke, pois bateu numa pedra ao cortar demasiado
uma curva numa zona estreia do troço de Fafe e ficou ali,
desistindo, perdendo a hipótese de obter o seu melhor resultado de
sempre com a Toyota. Os velhos ‘fantasmas’ de Meeke regressam, ao ter
acidentes perfeitamente desnecessários, que lhe roubam a
possibilidade de ter um grande resultado. Não apaga o que fez
durante o rali, mas a classificação só é determinada no fim, e aí
o irlandês não esteve…
O
brilhantismo de Ott Tanak viu-se uma vez mais quando travou mais do
que o necessário à entrada do salto, para perder tempo que o
impediu de somar mais dois pontos na PowerStage, e por isso que vai
ter que abrir a estrada na Sardenha será Sébastien Ogier. Se em
Portugal isso era mau, o que dizer da Sardenha…
Tanak
ofereceu à Toyota o primeiro triunfo num Rally de Portugal pontuável
para o Mundial desde 1994, então com o Celica Turbo 4WD de Juha
Kakkkunen. O estónio averbou desta forma o terceiro triunfo da época
e é o piloto mais bem-sucedido nesse particular.
Com a
interrupção da PowerStage, Jari-Matti Latvala, já dentro da
especial, foi um dos grandes prejudicados, porque podia aspirar a
pontos extra e ficou sem essa oportunidade. Os comissários deram-lhe
todavia um tempo nominal que lhe permitiu subir um lugar da geral,
por troca com Kopecky, para sétimo.
Thierry
Neuville foi segundo, na prova e na Power Stage, pelo que no pódio
do Campeonato se manteve tudo na mesma, apenas com alterações nas
diferenças pontuais: Ogier é primeiro, com 142 pontos; Tänak,
segundo, com 140; e Neuville, terceiro, com 132.
Teemu
Suninen foi quarto, Elfyn Evans, quinto, e Kalle Rovanpera, sexto.
Uma classificação brilhante para o melhor dos R5. Latvala, Kopecky,
Loubet e Bergkvist encerraram, por esta ordem, o top 10. Armindo
Araújo foi o melhor português no Rali de Portugal, na 16.ª
posição.
No
WRC2PRO, aos 18 anos, o jovem finlandês Kalle Rovanperä garantiu
para a Skoda, na estreia do novo Fabia, o segundo triunfo consecutivo
da temporada na categoria. Desta vez, o seu colega da equipa oficial,
o checo Jan Kopecky, foi o grande rival, acabando separados por
1m07.7s. De início, o norueguês Mads Ostberg (Citroën C3) ainda
esteve na luta, mas, devido a problemas mecânicos, rapidamente se
atrasou, para terminar em terceiro, mas já a 19 minutos.
Entre os
privados da classe WRC2, enquanto o seu VW Polo GTi não pegou fogo,
o que sucedeu na primeira passagem pelo troço de Amarante (PEC 10),
o norueguês Ole Veiby esteve destacado na frente, mas a partir de
então só houve um nome: Pierre Loubet (Skoda Fabia). O jovem
francês resistiu aos ataques de Takamoto Katsuta (Ford Fiesta), mas
quem acabou por terminar em segundo foi o sueco Emil Bergvist (Ford
Fiesta), a 1m42s, com o veterano Henning Solberg (Skoda Fabia) em
terceiro, a 2.08.2.
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