WRC: O calendário pode ser 8 ou 80…
Tudo aponta para que o WRC possa recomeçar na Finlândia, no início de agosto, mas não só as dúvidas quanto às provas de ‘longa distância’ são mais do que muitas, se pudermos ter cinco meses para disputar provas como tudo se pode baralhar ainda mais devido ao coronavírus.
Há vários cenários possíveis, inclusivamente não haver mais WRC em 2020. Resta esperar pelas decisões…
Agora que o Rali de Portugal está definitivamente fora do calendário de 2020 do Mundial de Ralis urge perceber como a pandemia ligada ao Coronavírus, que atualmente paralisa praticamente todo o planeta não só em termos sanitários, mas também se encaminha para fazer o mesmo em termos económicos e desportivos, vai impactar o Campeonato Mundial de Ralis, que curiosamente é das competições que já tinha tido mais provas, Rali de Monte Carlo, Suécia e México, antes da interrupção. Thierry Neuville venceu pela primeira vez na sua carreira no Rali de Monte Carlo, Elfyn Evans assegurou a segunda vitória da sua carreira na Suécia e por fim Sébastien Ogier venceu o encurtado Rali do México.
Fazendo um apanhado relativamente ao que já sucedeu este ano no WRC pós interrupção, o Rali da Argentina, previsto para 23 a 26 de abril, foi adiado ainda a 13 de março, e mesmo que ainda possa vir a realizar-se esse é um cenário muito difícil, devido, especialmente, a questões logísticas. As provas de longa distância que ainda estão agendadas, os ralis da nova Zelândia e Japão têm primazia, e em termos logísticos a Argentina a seguir ao México era perfeito. O que já não sucede num calendário reduzido a cinco meses com várias provas por encaixar a mais do que as que já estão agendadas.
O Rali de Portugal, como se sabe, foi cancelado, regressa em 2021, a Sardenha, previsto para o início de junho, foi adiado, mas tendo em conta como está Itália com a crise derivada da pandemia, é difícil antever se a prova se pode encaixar mais à frente.
O Rali Safari, de regresso ao WRC após uma ausência de 18 anos, foi adiado de 16/19 de julho para uma data posterior, e também aqui será preciso perceber como estará a pandemia no Quénia antes de reagendar a prova, algo que não vai ser fácil devido a ser um evento de longa distância. O mais provável passa por adiar o regresso por um ano.
O Rali da Finlândia está marcado para o início de agosto, o Governo finlandês desaconselha manifestações populares até ao final de julho, pelo menos, e neste caso as coisas mantêm-se ‘normais’ pelo menos até ver.
Segue-se o Rali da Nova Zelândia, previsto para o início de setembro. O País tem escapado à epidemia, devido ao bom trabalho das entidades locais, mas quando chegar o momento irá sempre avaliar se mantém tudo ‘normal’ ou não. Em princípio, manter-se-á no calendário. Contudo, este é o ponto de vista ‘local’. Vamos ver como as equipas ‘olham’ para um rali nos antípodas, com uma viagem caríssima, numa prova que está este ano de regresso ao WRC. Pode perfeitamente ficar pelo caminho, mas se suceder, será mais facilmente por questões económicas relativos às equipas do que do próprio país.
No que concerne às últimas quatro provas do calendário, Turquia, Alemanha, Grã-Bretanha e Japão, não foi feita qualquer comunicação oficial pois podem perfeitamente estar a aguardar o desenrolar dos acontecimentos, pois têm tempo mais do que suficiente para aguardar e decidir depois.
Como se percebe, tudo indica que será possível haver ralis daqui até ao fim do ano, mas essa está para já longe de ser uma certeza absoluta, pois tudo depende do coronavírus. Imagine-se que afinal já não se pode começar em agosto na Finlândia, mas sim setembro, aí as coisas mudariam por completo e temos sérias dúvidas se o WRC sairia da Europa. Eventualmente, só mesmo para terminar a competição no Japão.
Para o fim, o cenário mais drástico. Pode chegar a um momento em que ‘alguém’ decido. Este ano de 2020 não há WRC. Até 2021.