WRC, Neuville vence Rali da Grécia, Ogier capota na PowerStage…
Thierry Neuville/Martijn Wydaeghe (Hyundai i20 N Rally1 Hybrid) venceram o Rali da Grécia, numa prova em que Sébastien Ogier/Vincent Landais (Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid) capotaram no derradeiro troço e apesar de levarem o carro até ao fim, mesmo perdendo 22.59.5s, pontuaram bem menos e com isso deixam os títulos de Pilotos e construtores bem mais perto do belga e da Hyundai.
Nos construtores, com a má prova dos Toyota, tudo está também muito bem encaminhado para a marca coreana. A Hyundai repete 2022, com novo 1-2-3, com Neuville na frente de Dani Sordo/Candido Carrera (Hyundai i20 N Rally1 Hybrid) e Ott Tänak/Martin Järveoja (Hyundai i20 N Rally1 Hybrid).
Curiosamente, dois WRC2 na quarta e quinta posições, mas com o mesmo tempo, com Sami Pajari/Enni Mälkönen (Toyota GR Yaris Rally2) e Robert Virves/Aleks Lesk (Skoda Fabia RS Rally2) a terminarem o rlai empatados, com o desempate no WRC2 a fazer-se pelo facto de Pajari ter sido mais rápido na PEC1.
Yohan Rossell/Florian Barral (Citroën C3 Rally2) são sextos da geral, terceiros do WRC2 e ainda têm uma palavra a dizer na questão do título, que pode ainda ser ganho por Oliver Solberg, Sami Pajari e Yohan Rossel.
Maus resultados para Elfyn Evans/Scott Martin (Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid), Takamoto Katsuta/Aaron Johnston (Toyota GR YARIS Rally1 Hybrid) e Grégoire Munster/Louis Louka (Ford Puma Rally1 Hybrid) que abanonou aindan o dia de ontem, com Adrien Fourmaux/Alexandre Coria (Ford Puma Rally1 Hybrid), a terminar mal classificados, mas ainda assim venceu a PowerStage, foi segundo no Super domingo e dessa forma atenuou bastante as perdas na contabilidade dos pontos.
Desta forma, Thierry Neuville distancia-se no campeonato, passa a ter 34 pontos de avanço para Ott Tanak, com Sébastien Ogier a cair para terceiro, com 154 pontos, menos 38 que Neuville. Não é impossível, em três ralis, mas muito, muito difícil, bem pior do que os 27 pontos que tinha à partida desta prova. Ogier bem tentou com ‘mind’ games’ perturbar Neuville, tal como fez tantas vezes no passado com outros pilotos, mas desta vez a ‘fava’ saiu-lhe a ele…duas vezes, pois não só teve um problema com o turbo quando liderava a prova, afastando-o dessa liderança, como não permitiu que pontuasse mais do que o belga no final, já que Ogier se despistou apenas com 1.6 Km decorridos na PowerStage.
Thierry Neuville/Martijn Wydaeghe (Hyundai i20 N Rally1 Hybrid) venceram com todo o mérito, pois souberam ter paciência mesmo quando as coisas lhes começaram a correr mal, não entraram em ‘stress’ e acabaram por ver os adversários ‘cair que nem tordos’…um a um.
No primeiro dia, Neuville ultrapassou problemas técnicos para terminar o dia em terceiro, depois de ter sido afetado por uma falha de motor nas três primeiras especiais e terminou a manhã em quinto lugar, apesar de ter o motor a trabalhar em três cilindros. Atacaram de tarde e subiram ao terceiro lugar.
No segundo dia, continuaram a sua abordagem cautelosa de sexta-feira para navegar sem quaisquer incidentes de maior. Com algumas alterações na configuração do seu Hyundai i20 N Rally1 Hybrid, os belgas conquistaram uma vitória na PEC7, antes de assumirem a liderança do rali no lugar de Sordo após a PEC9. Concentrados em maximizar todas as oportunidades para a luta pelo campeonato, uma condução constante nos troços da tarde e uma segunda vitória na PEC12, fizeram com que os belgas alargassem a sua vantagem para quase um minuto e ‘reservassem’ 18 pontos.
No último dia, estavam a atrasar-se no super domingo, que Ogier liderava destacado, mas o capotanço deste na PowerStage deixou-se bem mais descansados para as três provas que se seguem no WRC, tendo agora um avanço que será muito difícil a Ogier, ou mesmo Tanak, que agora é segundo no campeonato, recuperar.
Há um ditado muito português que diz “pela boca morre o peixe” e foi mais ou menos o que sucedeu a Ogier. Pressionou Neuville com Mind games, o único que respondeu foi Cyril Abiteboul, e o ‘castigo’ chegou na pior altura para Ogier, a PowerStage, quando atacava para a vencer e com isso somar mais pontos que Neuville no rali apesar de terminar no 2º lugar. Nem 2º lugar, nem muitos pontos, nada. O capotanço com 1.6s Km de PowerStage mostrou que apesar de ser um dos melhores pilotos da história do Mundial de Ralis, também erra. Acontece aos melhores.
Começaram o rali na quarta posição, após um primeiro dia extremamente exigente do Rali da Acrópole, numa prova que foi a mais dura dos últimos anos. Ogier começou o rali com mais pneus Pirelli macios do que os seus rivais e aproveitou ao máximo a aderência extra para vencer duas das três especiais da manhã e levar uma vantagem de 5,9 segundos para o serviço do meio-dia.
Começou a tarde com outra vitória, mas também seria travado por um problema relacionado com o turbo no final do dia que o fez perder a liderança e cair para o 4º lugar. No sábado, depressa subiu para o terceiro lugar depois de Ott Tänak ter tido de parar duas vezes na PEC7 para mudar rodas e pneus, e viria a ser confortavelmente mais rápido nos dois testes seguintes antes de chegar a Loutraki. Durante a tarde, ele foi o mais rápido pela segunda vez em Aghii Theodori – único troço repetido do dia – e ficou a 27,2s do segundo lugar e a 1m20,9s da liderança.
No domingo, estava a fazer tudo o que lhe competia para atenuar as perdas e eventualmente transformá-las em ganhos, parcos, mas ganhos, quando veio o capotanço e tudo terminou. Ainda levou o carro até ao final do troço, para somar os pontos de sábado, pois nunca se sabe se lhe poderiam fazer falta no fim do ano. Cai para 3º no campeonato e o título é agora quase uma miragem. A não ser que haja uma hecatombe na Hyundai…
Com o capotanço de Ogier, Dani Sordo/Cándido Carrera (Hyundai i20 N Rally1 Hybrid) foram segundos e melhoraram o 3º lugar da Sardenha, último rali que tinham feito este ano. No 1º dia tiveram problemas ficou sem sistem híbrido – mas um dia consistente levou-o a terminar em quarto.
No 2º dia, após os problemas de Tänak na PEC7 herdaram a liderança do rali, mas os espanhóis não tardaram a sentir toda a força do Rali dos Deuses. Um furo na traseira direita a 12 km da PEC9 Aghii Theodori 1 causou danos na carroçaria enquanto lutavam para chegar ao fim da etapa. Terminaram o sábado em segundo lugar à geral. No domingo, estavam somente a rodar para chegar ao fim já tinham perdido o 2º lugar para Ogier, mas recuperaram-no depois do acidente do francês.
Ott Tänak/Martin Järveoja (Hyundai i20 N Rally1 Hybrid) foram terceiros, começaram o rali bem, depois de terem sido os segundos mais rápidos nas duas primeiras especiais do dia e de terem uma pequena vantagem de 0,2 segundos, os estónios caíram para o terceiro lugar da geral após a PEC3 Tarzan 1. Passaram para o segundo lugar da geral após a PEC4, antes de uma vitória na PEC5 Dafni 2 os levar de novo para o primeiro lugar, depois dos problemas de Sébastien Ogier.
No 2º dia, Ott Tänak e Martin Järveoja, rapidamente encontraram problemas nas estradas esburacadas, parando a 5,6 km da PEC7 Regini para mudar o pneu traseiro direito furado. Os estónios conseguiram continuar antes de um segundo furo, desta vez na roda dianteira direita, os obrigar a parar novamente. Com isso, caíram para o quarto lugar na classificação. Sem pneus sobressalentes, Tänak e Järveoja concentraram-se em sobreviver até à zona de montagem de pneus. Venceram a PEC10 Loutraki e um segundo lugar na PEC11 Aghii Theodori, apesar de um pequeno susto numa descida, onde Tänak evitou o capotamento do seu Hyundai no mesmo sítio onde capotou Evans, rodam até ao fim em modo ‘cautela’ só atacaram um pouco na PEC14 para pressionar Ogier e terminaram o rali no pódio.
Muito atrasados terminaram Elfyn Evans/Scott Martin (Toyota GR Yaris Hybrid). As esperanças de Elfyn Evans de obter um resultado de topo sofreram um duplo golpe logo durante a manhã de 6ª feira, pois primeiro, tiveram de parar para mudar uma roda e um pneu na PEC1, antes de um problema relacionado com o turbo restringir a potência disponível durante o resto da etapa.
No 2º dia, Evans estava a subir na tabela de classificação antes de um capotanço a baixa velocidade num gancho na PEC11. O carro sofreu danos significativos, o que levou à decisão de abandonar o dia.
Recomeçou no domingo, e foi terceiro no super domingo e também terceiro na Power Stage. As coisas não lhe andam a correr nada bem, está com a confiança muito em baixo, esperava-se que fosse ele a dar luta aos Hyundai pelo título, mas foi-se abaixo nos últimos ralis depois do 2º lugar na Polónia.
Takamoto Katsuta/Aaron Johnston (Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid) voltam a ter um mau resultado depois do descalabro da Finlândia. Teve um início brilhante de prova, levando apenas um pneu sobresselente contra os dois dos seus rivais, e venceu a PEC2 para ficar a 0,2s da liderança. Infelizmente, uma nota mal interpretada na terceira especial fez com que danificasse a traseira direita do seu carro e fosse forçado a parar. No 2º dia, limitou-se a completar o rali em segurança, sendo 5º na PS e também 5º no super domingo.
Há muito, muito tempo que a M-Sport terminava sempre com pelo menos um carro no top10 que dava pontos. Desta feita isso não sucedeu… se não fosse o novo sistema de pontuação. Os seus carros ficaram fora do top 10, mas ainda assim, Adrien Fourmaux/Alexandre Coria (Ford Puma Rally1 Hybrid) fizeram o melhor tempo na Power Stage, embolsando 5 pontos adicionais além dos 6 do Super Domingo.
Começaram o rali em terceiro, subiram para 2º na PEC 3, mas partiram a suspensão da frente na PEC4 e abandonaram. No segundo dia, mais um furo e mais atraso, mas de pouco lhes valia. No domingo, mostraram que sem o problema do 1º dia poderiam ter alcançado um bom resultado. Mas não foi isso que sucedeu. Seja como for, o piloto está a andar a um ritmo logo a seguir de quem luta pelos triunfos.
Grégoire Munster/Louis Louka (Ford Puma Rally1 Hybrid) terminaram mais um rali fora da estrada, o piloto é cada vez mais uma carta fora do baralho dos Rally1, não tem claramente vida para aquilo, ainda chegou a mostrar alguma evolução com o quinto posto na Sardenha e sétimo na Polónia, ou mesmo o nono na Letónia, mas continua demasiado longe dos adversários diretos, e mesmo a andar a um ritmo baixo, acaba fora de estrada novamente.
O WRC ruma agora à América do Sul para a 11ª ronda, o Rally Chile Bio Bío, em Concepción, de 26 a 29 de setembro.
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Parece que os mind games do Ogier saíram ao contrário :). Coitado, cedeu à pressão, é natural em face da pouca experiência. Gosto de todos os pilotos e marcas, são todos bons, havendo alguns , extraordinários. E é uma modalidade, onde ainda se arrisca a vida, infelizmente. Portanto: respeito! Mas este personagem perdeu grande parte do meu respeito com as declarações de ontem. Por isso…
As declarações de ontem são a imagem de marca deste personagem, um grande piloto, mas um ser humano execrável, por alguma razão até a imprensa francesa já o apelidou de Calimero, de quem terá sido a culpa da cambalhota? Dele não foi, porque ele nunca erra e a culpa é sempre dos outros, a culpa deve ter sido do Neuville…
É incrível como Ogier passa de “bestial a besta”…
Ele sempre foi bestial, mas nunca deixou de ser uma besta.
Cada um com a sua opinião…