WRC: Elfyn Evans estreia-se a vencer o Rali Safari

Após desafiar da melhor forma a fúria implacável das savanas quenianas, Elfyn Evans escreveu o seu nome no livro de ouro da prova ao vencer o indomável Rali Safari Quénia, arrancando uma vitória épica. Este triunfo, esculpido com muito foco e determinação, catapultou o galês ainda mais para cima na feroz batalha que se antevê pelo cobiçado trono do Campeonato do Mundo de Ralis.

Elfyn Evans/Scott Martin (Toyota GR Yaris Rally1) venceram o Rali Safari, naquele que é o seu segundo triunfo consecutivo depois de ter vencido também na Suécia. Desta forma, o galês aumenta a sua liderança no Campeonato do Mundo de Ralis, sendo quem melhor sobreviveu às armadilhas deste caótico Safari. Numa prova que foi pouco menos que uma ‘carnificina’ para alguns, Evans passou quase incólume nesta prova de resistência africana que desde poeira seca a banhos de lama encharcados pela chuva, teve de tudo. E Evans foi um dos poucos que se manteve longe das armadilhas juntando o mítico Safari ao seu palmarés. Deste modo, abriu a maior vantagem alguma vez registada no campeonato após três rondas de uma campanha do WRC. Tem agora 36 pontos de avanço para o segundo classificado.

A prova ficou praticamente decidida no sábado quando transformou uma pequena vantagem de 7.7 segundos, em 1m57.4s face a Ott Tanak, limitando-se a gerir no domingo.

Ott Tänak/Martin Järveoja (Hyundai I20 N Rally1) foram segundos, perderam tempo com um pneu vazio logo no início da prova, mas lideraram da PEC 2 à PEC8, cedendo a posição apenas depois de terem tido problemas de transmissão ficando só com tração traseira, caindo para a terceira posição, subindo a segundo quando Kalle Rovanpera teve graves problemas, a meio do penúltimo dia de prova. Depois de um quinto posto em Monte Carlo e quarto na Suécia, agora um segundo lugar no Safari.

Thierry Neuville/Martijn Wydaeghe (Hyundai I20 N Rally1) foram terceiros, mas tiveram também uma prova muito complicada. Mas com problemas subiram de sexto para quarto na sexta-feira, mas já longe da frente devido a problemas mecânicos e penalizações. No segundo dia, dois furos, um para-brisas embaciado e uma falha de motor no final do dia contribuíram para abrandar ainda mais o seu ritmo. Mas ainda ganhou uma posição no último troço, quando Takamoto Katsuta foi forçado a parar e trocar uma roda, o seu terceiro furo do dia. Um terceiro lugar não é nada mau face a tantos problemas que teve.

Apesar dos contratempos, o duplo pódio da Hyundai marcou o seu melhor resultado de sempre no Safari. Em contrapartida – apesar da vitória de Evans – esta foi a primeira edição do rali em que a Toyota Gazoo Racing não conseguiu colocar mais do que um carro no pódio.

Um Toyota 1-2 parecia provável até que o bicampeão mundial Kalle Rovanperä caiu de segundo para quinto na tarde de sábado com danos na suspensão traseira. O seu infortúnio continuou no domingo, quando se retirou devido a um problema elétrico – deixando-o atrás do companheiro de equipa Evans por 57 pontos na luta pelo campeonato.

Sami Pajari/Marko Salminen (Toyota GR Yaris Rally1) acabaram por terminar na quarta posição depois do capotanço de Takamoto Katsuta/Aaron Johnston (Toyota Gr Yaris Rally1) na PowerStage.

Não foi uma prova fácil para o finlandês que logo na 6ª feira furou, partiu o para brisas, caiu para 14º, mas terminou o dia em sexto, tanta coisa foi acontecendo à sua volta. No sábado, manteve um solitário sexto lugar da geral, 54,4 segundos atrás de Rovanperä, mas com mais de quatro minutos de vantagem sobre o Ford Puma Rally1 de Grégoire Munster. Terminar o rali em quarto foi um bom prémio, não deu nas vistas, mas esta não é uma prova para isso, mas sim para sobreviver e isso fez com distinção. Depois do acidente em Monte Carlo e do sétimo lugar na Suécia, quarto lugar foi muito bom.

Takamoto Katsuta/Aaron Johnston (Toyota Gr Yaris Rally1) ‘sujaram o pé’ todo na PowerStage com um capotanço, caindo de quarto para quinto. Logo no 1º dia tiveram um pequena saída, na 6ª feira um furo na PEC3, logo a abrir o dia, terminando-se subindo de oitavo para quinto. No sábado, tiveram que parar e trocar uma roda – o seu terceiro furo do dia, o piloto japonês também estava adoentado, mas as duas vitórias em troços foram o destaque. Terminaram o dia no quarto lugar, posição que perderam, como já referimos.

Grégoire Munster/Louis Louka (Ford Puma Rally1) terminaram em sexto, e até venceram um troço. A M-Sport/Ford levou os três carros para casa, o que só por si é muito positivo e o sexto lugar de Munster é um prémio para a equipa, que mudou a caixa de velocidades do Puma em 15 minutos, algo que Richard Millener, Chefe de Equipa revelou que nunca tinham feito.

Gus Greensmith/Jonas Andersson (Skoda Fabia RS Rally2) foram sétimos da geral e venceram o WRC2, mais de três minutos na frente de Jan Solans/Rodrigo Sanjuan (Toyota GR Yaris Rally2), depois de o espanhol ter capotado na PEC18.

Depois de abandonarem na 6ª feira com problemas elétricos no carro, Adrien Fourmaux/Alexandre Coria (Hyundai I20 N Rally1) ficaram na assistência no sábado para atacarem a fundo no domingo e cumpriram: venceram o super-domingo, 1.9s na frente de Thierry Neuville com Ott Tanak em terceiro. Muitos pontos para a Hyundai. Josh Mcerlean/Eoin Treacy (Ford Puma Rally1) tiveram imenso problemas durante a prova, terminando fora do top 10.

O piloto Jourdan Serderidis ficou em nono lugar na geral noutro Puma, enquanto o paraguaio Fabrizio Zaldivar completou o pódio do WRC2 e terminou no top 10.

Um novo desafio aguarda os pilotos do WRC no Rally Islas Canarias. A prova de asfalto – com base na Gran Canaria – tem lugar de 24 a 27 de abril.