WRC: Quem conseguirá quebrar a hegemonia francesa?

Por a 22 Janeiro 2018 19:05

O WRC está à porta, e com ele o regresso das máquinas aos troços de Monte Carlo, primeira prova do ano, cujo arranque está marcado para quarta-feira, com o shakedown. Um campeonato que está (novamente) a entusiasmar os fãs, pela imprevisibilidade quanto ao vencedor final, uma vez que são vários os favoritos.

Ogier é obviamente um nome a ter em conta para este ano, ele que tem dominado o campeonato desde 2013. São cinco campeonatos em seu nome, quatro conquistados ao serviço da VW e o mais recente ao serviço da M-Sport. Este domínio de Ogier tem sido avassalador e os números são a prova disso: 33 vitórias (em 65 ralis) neste período, ao que se juntam 393 vitórias em classificativas. São números assombrosos, mas que dizem apenas metade do que tem sido o domínio gaulês neste mundial. O outro Sébastien, o Loeb é responsável por nove anos de vitórias. Desde 2004 que tem sido um francês a levar o título para casa e Loeb é ‘culpado’ por ter iniciado esta tendência que até há pouco tempo atrás, não parecia ter fim. De 2004 a 2013 foram 74 vitórias em ralis com a época de 2008 a ser a mais profícua com 11 vitórias em 15 provas.

Claro que um dos fatores importantes nesta espantosa contabilidade são as máquinas que os pilotos usaram. O Xsara WRC, o C4 WRC, O DS3 WRC, o Polo R e o Fiesta WRC foram também peças fundamentais nas conquistas destes dois monstros dos ralis, mas seria imprudente atribuir apenas o mérito às máquinas. Não foi por acaso que a Citroën e a VW fizeram questão de ter estes dois talentos nas suas fileiras. E nunca é por acaso que se vencem tantos títulos de forma consecutiva.

Pontos em comum? Além da tendência para dominarem os campeonatos, a postura calculista e fria de ambos. Loeb era de uma eficácia tremenda e era pouco adepto de andar ‘de lado’ até porque se perde tempo com esses ‘floreados’. Dantes era o espetáculo que ‘valia’, agora é a eficiência. Ogier é também um pouco assim… sabe gerir muito bem as provas onde compete e ataca quase sempre pela certa, quando sabe que vai ganhar uma boa margem. Quando vê que não pode limita-se a minimizar as perdas. 2017 foi um ano em que mostrou que nem sempre é preciso vencer muitos ralis para ser campeão do mundo. Não foi ele que mais vezes venceu, foi Thierry Neuville. Mas conseguiram, cada um à sua maneira encontrar a fórmula ideal para vencer e tornaram-se máquinas de colecionar vitórias.

A convivência entre ambos foi breve, mas suficiente para entender que os dois não cabiam na mesma equipa. A ambição de Ogier chocava com o estatuto de Loeb e depois da primeira vitória em Portugal, ficou claro que Ogier tinha outras ideias que não servir de segunda linha para o seu homónimo e o seu talento merecia mais. Foi pena que não tivessem coexistido no WRC mais tempo. Quem seria o melhor? Difícil de responder.

Não é fácil explicar também a razão desta aparente imparável onda francesa, que já leva 15 títulos, 14 deles consecutivos. Até 2004 o único piloto francês a sagrar-se campeão foi Didier Auriol e a nação dominante era a finlandesa com 14 títulos (Makinen ajudou bastante com 4 títulos seguidos). França e Finlândia são até agora os maiores fornecedores de campeões com 29 no total. Itália tem 3 (Munari e Biasion), Reino Unido 2 (Burns e McRae), Espanha 2 (Sainz), Alemanha 2 (Rohrl) Suécia 2 (Blomqvist e Waldergard) e Noruega 1 (Solberg).

Será que teremos este ano uma quebra na hegemonia francesa? Será que a Noruega ou o Reino Unido voltam a figurar nesta ilustre lista? Ou será a vez da Bélgica ou da Estónia estrearem-se? Falta pouco para começarmos a perceber a tendência…

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mcrae
mcrae
6 anos atrás

Ou mesmo da Finlândia

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