Em 2014, os ralis perderam uma verdadeira lenda do desporto, o primeiro campeão do Mundo de Pilotos do WRC, Björn Waldegård. O sueco foi o primeiro vencedor do título de piloto do WRC em 1979 – em 1977 e 1978 era apenas Taça FIA de Pilotos – e obteve 16 vitórias no WRC com fabricantes como a Lancia, Ford e Toyota.
O ex-presidente da FIA Jean Todt, que competiu contra Waldegård quando era navegador, escreveu então no website da FIA: “Björn era um concorrente realmente admirado e forte, leal e directo. Era uma lenda dos ralis que nos deixou tão rapidamente, e o nosso desporto perdeu um grande herói”.
O fundador da M-Sport, Malcolm Wilson, trabalhou com Waldegård na Ford no final dos anos setenta, quando ambos conduziam Ford Escort RS e contou ao wrc.com: “Conheci Björn pela primeira vez quando lhe fiz notas de gelo no Monte Carlo 1979, e a partir daí tornámo-nos bons amigos. Mais tarde, trabalhei com ele no Safari e Costa do Marfim, onde conduzi o seu carro de ‘perseguição’. Ele era um dos melhores no Escort, e aprendi muito com ele”.
“Björn era um gigante gentil, totalmente imperturbável, e mesmo naqueles dias era conhecido como o ‘homem de gelo’. Era um perfeito cavalheiro, e quando o vi nunca pensei que ele tivesse a força ou a determinação de obter o sucesso que tinha.
“Mas uma vez ao volante, não importava o que o carro era, ou como se movimentava.
Ele tinha esta incrível capacidade de se adaptar a qualquer tipo de carro. Era um dos grandes de todos os tempos que conseguia lidar com tudo o que lhe era atirado”.
As capacidades e realizações de Waldegård também ajudaram a inspirar as futuras gerações de pilotos, incluindo o norueguês Mads Østberg. “Eu tinha apenas três anos quando Björn ganhou o seu último rali do WRC em 1990, por isso a maioria dos seus sucessos vieram antes de eu nascer, mas eu cresci a ver clips antigos dele porque ele conseguiu tantas coisas impressionantes”, explicou Ostberg.
“A sua posição como primeiro campeão mundial é muito especial e colocou realmente a Escandinávia no mapa dos ralis. Isso significa muito para muita gente”.
Para o chefe de equipa da Toyota Gazoo Racing, Jari-Matti Latvala, era um piloto muito consiste, a antítese de que ele próprio foi: “Lembro-me mais de Björn pela sua grande carreira nos Escort e mais tarde com a Toyota nos anos oitenta. Tenho visto vídeos antigos e ele foi um grande piloto. A minha impressão é que ele era muito fiável, não tantos acidentes, boa concentração e consistência.
Lembro-me que a forma como conduzia o Escort, e era bastante surpreendente – da mesma forma que Hannu Mikkola e Ari Vatanen. O que eu acho inspirador é que ele tinha 46 anos quando ganhou o Safari de 1990 – o que apenas mostra que mesmo sendo velho se estiver em forma e com boa experiência ainda se é capaz de ganhar ralis”.
Waldegård era mais conhecido pelos seus sucessos em África, onde obteve três vitórias no Safari Rally, e três no Rali da Costa do Marfim.
O seu mais recente sucesso em África surgiu em 2011, quando ganhou o Safari Classic num Porsche 911, um carro que fez campanha no Quénia ao longo dos anos setenta.
Richard Tuthill, o seu gestor de equipa em 2011 disse dele que: “ele era um homem grande, orgulhoso e extremamente genuíno, um autêntico cavalheiro. Era calado e reservado, tal como muitos suecos, um grande orador público e, como o seu registo torna dolorosamente óbvio, um dos homens mais dotados de sempre para se colocar ao volante de um carro de ralis”.
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