WRC 2023 encerra com o Rali do Japão: Festa da Toyota ou ‘desfeita’ da Hyundai ou Ford?
O Mundial de Ralis atinge o seu clímax no Japão esta semana, com uma prova final desafiante em pisos de asfalto. Depois de 12 provas que já decidiram o essencial das competições, Kalle Rovanperä, Jonne Halttunen e a Toyota estão agora fora de alcance na corrida para ganhar os títulos de Pilotos, Co-pilotos e Construtores, respetivamente, mas a perseguição ao segundo classificado está viva.
Antes do Forum8 Rally Japan, que recebe o WRC pela oitava vez, Elfyn Evans e Scott Martin ocupam a segunda posição na classificação provisória para a Toyota Gazoo Racing WRT. No entanto, depois de vencerem o Rali da Europa Central no mês passado, que também utilizou troços só de asfalto, Thierry Neuville e Martijn Wydaeghe estão apenas a sete pontos.
O ano passado, Neuville e Wydaeghe foram os vencedores quando o WRC regressou ao Japão, após uma paragem de 12 anos. Mas Evans e Martin lideraram durante a maior parte das duas primeiras etapas, antes de um furo os atrasar. Tudo aponta para uma emocionante batalha pelo vice-campeonato.
A dupla da M-Sport World Rally Team, Ott Tänak e Martin Järveoja ainda está matematicamente na luta para terminar em segundo lugar no WRC, mas precisaria que Evans/Martin não pontuassem no Japão e que Neuville/Wydaeghe não somassem mais do que seis pontos ao seu total atual.
A época de 2023 do WRC, a segunda a utilizar tecnologia híbrida e combustível livre de combustíveis fósseis, teve até agora cinco vencedores diferentes, enquanto os três fabricantes – Hyundai, M-Sport Ford e Toyota – celebraram vitórias. Não foi um campeonato super equilibrado, mas todas as equipas podem ganhar ralis apenas um pura performance, o que é de destacar.
A Toyota colocou o Campeonato do Mundo de Ralis FIA para Construtores fora do alcance dos seus rivais no Rali do Chile, no início de outubro e por isso é também apropriado que a época termine no Japão e num evento sediado na Cidade Toyota.
A Pirelli leva pneus PZero RA WRC de composto duro e macio, bem como o seu pneu Cinturato RWB em caso de chuva. O composto duro é a primeira escolha para tempo quente e seco, enquanto o composto macio é para condições frias e húmidas, que são esperadas durante as especiais de montanha de manhã cedo. Podem ser utilizados um máximo de 28 pneus no evento, incluindo quatro para o shakedown.
Outrora um evento em terra batida na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, o regresso do país ao WRC em 2022, pela primeira vez desde 2010, apresentou um itinerário apenas em asfalto na ilha principal de Honshu.
Utilizando troços sinuosos e estreitos na cidade de Toyota e arredores, na prefeitura de Aichi, a 40 quilómetros de Nagoya, foram feitas várias alterações ao percurso para esta edição de 2023.
A mais notável é a adição de uma super-especial construída propositadamente dentro do Estádio Toyota, que também alberga o parque de assistência do evento. O estádio é habitualmente palco de jogos de futebol e râguebi, mas será transformado numa espetacular especial de 2.10 Km do WRC, com a ação a decorrer na quinta, sexta e sábado.
A primeira especial do rali é a icónica do Túnel de Iegami, a mais longa do rali com 23,67 Km, na sexta-feira e inclui mais duas especiais antes da assistência no Estádio Toyota. O trio de troços da manhã repete-se à tarde, antes da super-especial do estádio.
O percurso de sábado inclui duas especiais antes de duas passagens pela super-especial da cidade de Okazaki, que utiliza um percurso totalmente novo através de uma grande área de parque. Depois de uma zona de montagem de pneus no Parque Central de Okazaki, os troços matinais da Floresta Nukata e do Lago Mikawako são repetidas, seguidas da especial da cidade de Shinshiro e de uma terceira passagem pelo Estádio Toyota SSS.
O troço decisivo de domingo começa com a primeira visita a Asahi Kougen, que se tornará a Power Stage quando for repetida às 14:15, hora local. O troço de 22,92 Km em Ena City, que se segue, inclui um novo local de partida adjacente à linha férrea de Akechi. A Zona de Montagem de Pneus no Parque Nakatsugawa tem lugar após a etapa de Nenoue Kougen, com as etapas da manhã a serem disputadas pela segunda vez à tarde.
Quanto à Toyota Gazoo Racing WRT, a formação da marca japonesa não sofreu alterações em relação ao Rali da Europa Central, com o múltiplo campeão do mundo Sébastien Ogier a juntar-se a Elfyn Evans e ao duplo vencedor do título do WRC Kalle Rovanperä pela oitava vez em 2023. O herói da casa, Takamoto Katsuta, vai pilotar um quarto Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid, mas não será elegível para os pontos do fabricante.
A Hyundai Shell Mobis World Rally Team tem Dani Sordo de volta, com o espanhol a iniciar o seu primeiro evento em asfalto desde o Rallye Monte-Carlo, em janeiro, no terceiro Hyundai i20 N Rally1 Hybrid. Esapekka Lappi faz a sua estreia no Rali do Japão, uma prova ganha pelo seu companheiro de equipa Thierry Neuville em 2022.
Por fim, a M-Sport Ford World Rally Team que traz de volta Adrien Fourmaux aos Rally1, pela primeira vez desde o RallyRACC – Costa Daurada, em outubro de 2022, para a sua estreia no Rali do Japão.
O evento marca a conclusão da segunda passagem de Ott Tänak como piloto da M-Sport antes do seu regresso à Hyundai em 2024. O estónio foi segundo classificado no Japão há 12 meses.
Nas categorias de apoio, com o título do WRC2 provisoriamente seu para 2023, o Rally do Japão servirá como uma volta de honra para Andreas Mikkelsen (Toksport Škoda Fabia RS Rally2). O seu companheiro de equipa Nikolay Gryazin e o finlandês Heikki Kovalainen, ex-piloto de Fórmula 1, estarão entre os adversários do norueguês, numa participação de dez carros no WRC2.
A coroa do FIA WRC2 Challenger será o único objetivo do tricampeão europeu Kajetan Kajetanowicz, enquanto Alexander Villanueva pode selar a Taça dos Mestres do FIA WRC no Japão.
O canadiano Jason Bailey vai perseguir a vitória na classe WRC3 e Masters Cup no seu Ford Fiesta Rally3.