Depois de uma ‘travessia do deserto’ o Rali de Portugal rumou a Sul com o objetivo de recuperar o seu estatuto Mundial. Daniel Carlsson venceu uma prova recheada de estrelas, a antecipar o futuro…
A grande viragem acontece no final de 2004, quando Carlos Barbosa sucede a Alberto Romano na presidência do ACP e promete o regresso do Rali de Portugal ao Campeonato do Mundo de Ralis. Barbosa constituiu uma equipa conÂhecedora, com Mário Martins da Silva à frente da Comissão Organizadora e o rigoroso Pedro Almeida na direção da prova. A edição de 2005 iniciou o assalto à mais importante competição de estrada do mundo.
Para tal, toda a estrutuÂra do rali era deslocada para sul. Apesar das classificativas do Centro e Norte continuarem a reunir excelentes condições para a prática de ralis, o exigente caderno de encargos da FIA obrigava a montar uma prova muito compacta, com evidentes facilidades logÃsticas onde acesÂsos, aeroporto e capacidade hoteleira eram apÂenas alguns exemplos.
O Algarve reunia essas condições, passando a acolher um rali que se disputaria também na região do Baixo Alentejo. E a primeira edição algarvia saldou-se por um êxito tremendo. Ao leque de inscritos que incluÃa nomes como Juha Kankkunen, Didier Auriol, Mikko Hirvonen e Daniel Carlsson, todos ao volante de Subaru Impreza WRX, juntou-se uma histórica dupla aos comandos do carro zero: Carlos Sainz e Luis Moya.
Carlsson foi o vencedor e Armindo Araújo deu espectáculo com o Mitsubishi Lancer Evo VIII, ocupando o terceiro lugar, atrás de Hirvonen e à frente de Juha Kankkunen. Numa prova que também contava para o CNR, só Armindo Araújo andou ao nÃvel dos homens da frente.
Dani Sordo foi quinto com o Citroën C2 S1600, e na luta dos portugueses, Ricardo Teodósio foi sexto, longe de Araújo, batendo os mais rápidos dos 2WD lusos, José Pedro Fontes e Pedro Matos Chaves.
As reações à prova foram positivas a todos os nÃveis: classificativas espetaculares, meios adÂequados e condições de segurança a merecer rasgados elogios por parte dos observadores da FIA, provando que Portugal podia e sabia conceber um rali de acordo com os rigorosos critérios dos ralis da ‘era moderna’.