Thierry Neuville perto do seu primeiro título no WRC
O triunfo de Thierry Neuville na Grécia coloca-o bem mais perto de conquistar o seu primeiro título no Mundial de Ralis. O piloto belga encabeçou um 1-2-3 da Hyundai Motorsport, à frente dos colegas do i20 N Dani Sordo e Ott Tänak, com o principal rival de Neuville, Sébastien Ogier, a sofrer um dramático capotanço na Power Stage, quando estava a caminho de terminar em segundo lugar da geral e de somar bons pontos. Ogier conseguiu colocar o seu Toyota GR Yaris de volta em cima das rodas e terminar o rali, assegurando de forma crucial os 15 pontos marcados no sábado à noite, mas caiu na classificação geral do rali depois de perder mais de 20 minutos.
O francês tinha inicialmente liderado no início do rali, mas ficou para trás quando o seu carro foi afetado por uma falha no turbocompressor na tarde de sexta-feira. Tänak e Dani Sordo também sentiram a fúria da Acrópole, tendo ambos, sofrido danos nos pneus no sábado, o que acabou com as suas próprias esperanças de vitória e catapultou Neuville para a liderança.
Mesmo Neuville e o copiloto Martijn Wydaeghe não ficaram imunes à brutalidade do rali. Um motor com falha de ignição afetou o seu Hyundai i20 N na manhã de abertura, mas a dupla conseguiu reagrupar-se e aplicou uma estratégia sensata, equilibrando cuidadosamente o risco e a recompensa para evitar mais calamidades nas pistas traiçoeiras.
O resultado aumentou a vantagem de Neuville na classificação dos pilotos para 34 pontos sobre Tänak, enquanto Ogier caiu para terceiro, com 90 pontos ainda disponíveis nas três rondas restantes. No campeonato de construtores, a Hyundai aumentou a sua vantagem sobre a Toyota para 35 pontos.
“Não tinha qualquer informação sobre o acidente de Ogier e quando vi o carro ainda não tinha a certeza de que era ele”, revelou Neuville. “A partir desse momento percebi que só tinha de trazer o carro para casa e passar. Desde ontem de manhã que percebemos que tínhamos de passar e seguir os nossos objetivos. Estou muito orgulhoso da minha equipa e do Martijn – levámos o carro até ao fim e é isso que importa.”
Com Ogier em apuros, Tänak conquistou 11 dos 12 pontos possíveis no Super Sunday. O estónio também conquistou o seu 50º pódio no WRC e está agora à frente de Ogier por quatro pontos na classificação dos pilotos.
As aspirações de Elfyn Evans ao título sofreram um grande golpe quando capotou o seu Toyota no final do dia de sábado, enquanto a dupla da M-Sport Ford, Adrien Fourmaux e Grégoire Munster, também foi forçada a regressar ao circuito ao abrigo das regras de recomeço, na sequência dos seus próprios incidentes.
Agora seria precisa quase uma hecatombe para que Thierry Neuville perca este título. Este ano as coisas só não lhe correram de forma normal na Sardenha (41º) e na Letónia, onde foi oitavo. Tendo pela frente um rali de terra e dois de asfalto, só tem de gerir o avanço, arriscando o mínimo.
Ainda por cima, o sistema pontual permite desistências no 1º dia e ainda uma boa maquia de pontos de o resto do rali correr bem. Na verdade, tudo ainda pode acontecer, em ambos os campeonatos, mas só na matemática, porque realisticamente dificilmente o título foge a Neuville. Já o título de construtores com a Hyundai com 35 pontos de avanço é outra história, mas a Hyundai pode perfeitamente pedir aos seus pilotos que ‘esqueçam’ as vitórias em ralis e persigam apenas bons pontos. Se assim for, a Toyota terá mais dificuldades, a não ser que nas provas em que estiver Rovanpera, com Ogier e eventualmente com Evans a um nível mais alto isso possa pressionar a Hyundai. Faltam ainda três provas, vamos ver se depois de 18 títulos para França, 15 para a Finlândia, 2, Alemanha, 2 Itália, 2 Espanha, 2 Suécia, 2 Reino Unido, 1 para a Estónia e outros para a Noruega se é a vez da Bélgica se juntar à ‘festa’…