TAP Rali de Portugal 1974: FIAT vence prova em risco


A dois meses do seu início, não havia ainda a confirmação de que o ‘TAP’ de 1974 poderia ir para a estrada no ano da revolução dos cravos

A crise petrolífera obrigara já ao cancelamento dos ralis de Monte Carlo e da Suécia e, em Portugal, várias medidas haviam sido tomadas para racionar energia, nomeadamente o cancelamento de todas as competições motorizadas. Tal como em muitos outros momentos da história da prova, valeu uma vez mais a perseverança de César Torres que, fazendo uso de um extraordinário sentido político, convenceu o governo português a autorizar o rali, depois da FISA canalizar para a nossa prova parte da gasolina que a Venezuela lhe havia cedido.

Partindo de Lisboa, do Parque Eduardo VII, portanto sem os habituais itinerários de concentração, o rali foi bastante mais curto, mas extremamente desgastante, bem mais que habitualmente, e em cada uma das duas etapas, os concorrentes conduziram cerca de 24 horas sem descansar. A Alpine Renault trouxe apenas um A110 para Robert Neyret, entregando assim claramente o favoritismo à Fiat e à Opel.

A marca italiana, com os 124 Spider, monopolizou o pódio e Raffaele Pinto liderou do princípio ao fim, perseguido por Alcide Paganelli e pela jovem esperança emergente, Markku Alen.

A Opel teve pouca sorte, já que Walter Röhrl e Achim Warmbold conheceram problemas e o outro Ascona, inscrito pela equipa portuguesa VIP Racing Team e pilotado por Tony Fall, também não terminou. Ove Andersson, em Toyota Corolla foi quarto, à frente do Datsun 240Z de Harry Kalstrom. Terminando em oitavo lugar, Francisco Romãozinho, num Citroën GS 1220 oficial, foi o melhor português, ele que esteve até à última hora para não alinhar…

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